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Abricó-do-pará

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaAbricó da Amazônia
Ramo de Abricó da Amazônia com folhas e fruto na Nicarágua
Ramo de Abricó da Amazônia com folhas e fruto na Nicarágua
Estado de conservação
Espécie deficiente de dados
Dados deficientes (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Malpighiales
Família: Clusiaceae
Subfamília: Kielmeyeroideae
Tribo: Calophylleae
Género: Mammea
Espécie: M. americana
Nome binomial
Mammea americana
L.

O abricó da Amazônia (Mammea americana), também conhecido como abricoteiro[2], abricó-de-são-domingos e abricó-selvagem,[3] é uma árvore da família Calophyllaceae ou da família Clusiaceae, natural da Amazônia, das Antilhas e do México.[4] A árvore atinge os 18–21 metros de altura; seu tronco é curto e chega a 1,9-2,2 metros de diâmetro. A madeira é usada em construção interna. O fruto, que é uma baga muito maior que a do abricó comum, é usado em compotas, xaropes e refrescos.[3]

Folhas

A abricó-do-pará possui entre 18 a 21 metros de altura e é semelhante em aparência à magnólia-branca (Magnolia grandiflora).[5] Seu tronco é curto e atinge 1,9 a 2,2 metros de diâmetro.[6] Os ramos laterais são curtos. Possui densa folhagem,[7] com cor verde-escura e brilhantes.[6] As folhas podem chegar 14 centímetros de comprimento e são pecioladas.[8]

A flor do abricó-do-pará é intensamente perfumada.[9] É uma espécie androdióica: possui plantas apenas com flores masculinas e plantas com flores hermafroditas, as quais são produtivas. As hermafroditas possuem duas sépalas e quatro pétalas perfumadas e brancas. As masculinas são menores.[7][10][11]

Um abricó-do-pará

A fruta do abricó-do-pará é grande, com uma polpa de coloração amarelo-alaranjada.[12] Possui formato ovalado, com 15-20 cm de diâmetro, sendo recoberto por uma casca firme, a qual possui coloração marrom-clara.[13]

O fruto é uma baga.[11] O epicarpo e o mesocarpo representam 13,3% do peso do fruto.[11] O endocarpo representa 70,7% e as sementes 16%.[11]

Seu peso aproximado é de 1 kg, mas pode chegar a 2 kg. A casca é rugosa, coriáceoflexível. Ao ser cortado, o tronco libera um leite resinoso e amarelo.[14]

A fruta é rica em fibras e betacaroteno, que atua como antioxidante.[15]

A propagação pode ser feita por sementes.[11] A germinação ocorre de 60 a 260 dias.[16] O enxerto é o método preferido de propagação.[11] As sementes germinam entre 12 a 18 dias.[17] No Brasil, produz frutos de junho a dezembro.[18]

Distribuição e habitat

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Nativa do Caribe, a árvore também é amplamente cultivada nos trópicos e na América Central.[19] No Haiti, a fruta é conhecida como zabriko ou abricot.[20] Em 1529, foi incluída por Oviedo em sua Revista dos Frutos do Novo Mundo.[21]

Posteriormente, foi introduzida em várias regiões do Velho Mundo:[22] África Ocidental, particularmente Serra Leoa, Zanzibar, Sudeste Asiático e Havaí.[23] Nos Estados Unidos, a espécie é encontrada exclusivamente no Havaí e na Flórida . Neste último estado, as maçãs provavelmente foram introduzidas pelas Bahamas.[24]

A abrangência está limitada a climas tropicais ou subtropicais.[25] Na América Central, a espécie cresce até uma altitude de 1.000 m.[26] Desenvolve-se melhor em solos ricos, profundos e bem drenados, mas é muito adaptável;[27] também cresce em calcário[28] e em antigos leitos rochosos de coral em Barbados.[21]

A árvore é muito sensível a baixas temperaturas, mas parece notavelmente resistente a pragas e doenças.[29]

Nomes populares

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O abricó-do-pará também é conhecido como abricoteiro,[30] abricó-de-são-domingos,[31] abricó-selvagem[32] e abricó-de-macaco.[33] Em língua espanhola, é chamado de "mamey"[34] e "mamey dominicano".[35] Em inglês, é denominado "mamey"[36] e "mamme-apple"[37] e em francês é intitulado de "abricot de Saint-Domingue" e "abricotier des Antilles".[38]

Abricó-do-pará

Medicina tradicional

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Como as sementes contam com propriedades inseticidas e parasiticidas, são utilizadas no controle de piolhos, carrapatos, pulgas e verminoses.[39][16]

Serve ainda como tônico e contra a dor de estômago, apresentando resultados promissores para o tratamento de úlceras gástricas.[40]

Interesse culinário

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Embora comestível,[41] esta fruta tem recebido pouca atenção em todo o mundo.[42]

O abricó-do-pará pode ser utilizado na produção de sobremesas, geléias, sucos, sorvete e vinhos.[12]

Referências

  1. IUCN SSC Global Tree Specialist Group & Botanic Gardens Conservation International (BGCI) (2021). Mammea americana (em inglês). IUCN 2022. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2022​: 3.1. doi:https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2022-1.RLTS.T61987920A61987922.en Página visitada em 07 de abril de 2023.
  2. «Análise qualitativa dos eventos fenológicos do abricoteiro (Mammea americana L.) na Embrapa Amazônia Oriental, Belém/PA. - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 7 de maio de 2023 
  3. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 14.
  4. PINTO, Joaquim de Almeida (1873). Diccionario de Botanica Brasileira. Rio de Janeiro: Typographia Perseverança. pp. 6–7 
  5. Morton, J. 1987. Mamey. p. 304–307. In: Fruits of warm climates. Julia F. Morton, Miami, FL.
  6. a b Felipe, João (2022). «O abricó-do-pará». Jardinagem e Paisagismo. Consultado em 29 de abril de 2023. Cópia arquivada em 29 de abril de 2023 
  7. a b «ABRICÓ-DO-PARÁ». Toda Fruta. 4 de setembro de 2016. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 29 de abril de 2023 
  8. «Muda de Abricó do Pará». Safari Garden. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 29 de abril de 2023 
  9. «Abricó». Governo de São Paulo. Consultado em 29 de abril de 2023. Cópia arquivada em 29 de abril de 2023 
  10. «Abricoteiro» (PDF). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil. 2002. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 30 de abril de 2023 
  11. a b c d e f Propagação do Abricoteiro (PDF). Belém, Pará: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Outubro de 2008. ISSN 1517-2201. Cópia arquivada (PDF) em 30 de abril de 2023 
  12. a b Caldeira, Karoline. «Abricó: o que é, benefícios e como comer». O Liberal. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  13. «Mammea americana / abricó-do-pará :: e-jardim». www.e-jardim.com. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  14. «Coleção de fruteiras tropicais da Embrapa Rondônia» (PDF). Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Comunicado Técnico 306. Junho de 2006. ISSN 0103-9458. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 30 de abril de 2023 
  15. «Características e como consumir a fruta Abricó». Tua Saúde. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  16. a b Patro, Raquel (12 de abril de 2018). «Abricó-do-pará – Mammea americana». Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  17. Alimentos regionais brasileiros (PDF). Brasília, Distrito Federal: [s.n.] 2015. Cópia arquivada (PDF) em 30 de abril de 2023 
  18. «Abricó-do-Pará». Instituto Brasil a Gosto. 16 de janeiro de 2019. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  19. Vozzo, J.A.; NAVARRETE-TINDALL, NADIA; ORELLANA NOREZ, MARIO A. «Tropical Tree Seed Manual» (PDF). Northern Research Station. USDA Forest Service. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  20. «Caribbean Apricot, a sweet and tangy summer fruit». 19 de junho de 2020. Consultado em 8 de novembro de 2020 
  21. a b Khan, Nass-er. «Delicious Mamey Apple». www.guardian.co.tt (em inglês). Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  22. «WFO Narrative Details - The William & Lynda Steere Herbarium». sweetgum.nybg.org. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  23. «Mamey Apple». specialtyproduce.com (em inglês). Consultado em 30 de abril de 2023 
  24. «Growing Mamey Fruit - Learn About The Care Of Mamey Apples». Gardening Know How (em inglês). Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  25. Nascimento, Cintieley dos Santos; Rodrigues, Antonio Manoel da Cruz; Silva, Luiza Helena Meller da (11 de novembro de 2019). «Development of a dehydrated product with edible film characteristics from mammee apple (Mammea americana L.) using Refractance Window drying». Food Science and Technology (em inglês): 245–249. ISSN 0101-2061. doi:10.1590/fst.36218. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  26. Clifford, Patti (24 de fevereiro de 2012). «Mammea americana (Clusiaceae)» (PDF). Hawaiian Ecosystems at Risk project. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada (PDF) em 30 de abril de 2023 
  27. «Mammee Apple, Tropical Fruit News, RFCI». www.growables.org. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  28. «Mammee Apple Facts and Nutritional value» (em inglês). 5 de maio de 2016. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  29. Dones, Ramón A.; Evans, Gregory A. (17 de junho de 2011). «A new species of armored scale, Mycetaspis ailynaomi (Hemiptera, Diaspididae, Aspidiotinae), associated with Mammea americana L. (Malpighiales, Calophyllaceae) from Puerto Rico». National Library of Medicine. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  30. «Abricó-do-pará – Árvores da UENF». Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  31. «Abricó - Pinheiro Plantas». www.pinheiroplantas.com.br. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  32. «Abricó: in natura ou em receitas, uma delícia paraense». Gastronomia Paraense. 31 de janeiro de 2023. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  33. «Abricó – Mudas Coelho». Mudas Coelho. 2023. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  34. «Mamey Apple - Mammea americana». www.tradewindsfruit.com. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  35. «Mammea americana». www.growables.org. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  36. «Mammea americana L.». Integrated Taxonomic Information System. 2023. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  37. «NatureServe Explorer 2.0». explorer.natureserve.org. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  38. «AGROVOC: AGROVOC: Mammea americana». agrovoc.fao.org. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  39. Mendes (1986), p. 94.
  40. Araújo, Marciana Silva (2021). «Estudo de revisão de literatura sobre a fruta abricó (Mammea americana L.): caracterização, aplicações e proposta inovadora». Universidade Federal do Ceará. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 
  41. Hargreaves, Dorothy; Hargreaves, Bob (1964). Tropical Trees of Hawaii. Kailua, Hawaii: Hargreaves 
  42. «Agroforestree Species profile». apps.worldagroforestry.org. Consultado em 30 de abril de 2023. Cópia arquivada em 30 de abril de 2023 

Ligações externas

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