Saltar para o conteúdo

Alaxa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alaxa
Biografia
Nascimento
Manfuha (en)
Morte

Manfuha (en)
Atividade
'Magnum opus'
Mu'allaqat (d)

Alaxa (em árabe: ٱلْأَعْشَىٰ; romaniz.: Al-A'sha) ou Maimune ibne Cais Alaxa (Maymun Ibn Qays al-A'sha; Manfuha, Négede, ? — Manfuha, 629) foi um poeta pré-islâmico árabe de Iamama, na Arábia. Ele alegou ter recebido inspiração de um gênio chamado Misḥal.[1] Embora não fosse cristão, seus poemas demonstram familiaridade com o cristianismo.[2]

Biografia

[editar | editar código]

Alaxa nasceu antes de Maomé, e viveu o tempo suficiente para aceitar a missão do profeta.[3] Nasceu em Manfuha, uma aldeia em Iamama, um antigo distrito situado a leste do planalto do Négede, na atual Arábia Saudita. Tornou-se um cantor errante, viajando por toda a Arábia, desde Hadramaute, no sul, até Hira, ao norte, e, naturalmente, frequentando a feira anual em Taife.[3] Recebeu o apelido de Alaxa, que significa “míope”[4] ou “cego noturno” depois que perdeu a visão. Ele continuou a viajar mesmo após ficar cego, especialmente ao longo da costa oeste da península arábica. Foi então que ele se voltou para a escrita de panegíricos como meio de sustento. Seu estilo, dependente de efeitos sonoros e palavras estrangeiras encorpadas, tende a ser artificial.

Seus poemas de amor são dedicados ao louvor de Huraira, uma escrava negra. Diz-se que ele acreditava nos temas escatológicos cristãos da Ressurreição e do Juízo Final, e era monoteísta.[3] Essas crenças podem ter sido devidas a suas interações com o bispo de Najrã e os ibaditas (cristãos) de Hira.[3] Seus poemas foram elogiados por suas descrições do asno selvagem, pelo louvor ao vinho, por sua habilidade em louvar e satirizar, e pela variedade de métricas empregadas. Seus poemas mais conhecidos são os de louvor a Maomé.[3]

Philip F. Kennedy escreve sobre o amor de Alaxa pelo vinho: “Diz-se que ele quase se converteu ao islamismo em 629, mas não chegou a fazê-lo, dissuadido no último minuto ao descobrir, já a caminho da visita a Maomé, sobre a proibição islâmica do vinho”[5] e “Alaxa se ocupava muito com o vinho, tanto que isso foi considerado o motivo de sua recusa em se converter ao Islã”.[6]

Uma de suas cássidas ou odes às vezes é incluída no Mu'allaqat, uma coleção antiga de poesia árabe.[5]

Edições

[editar | editar código]
  • Seus poemas foram reunidos de várias fontes no Les Poètes arabes chrétiens, de Louis Cheikho (Editora jesuíta, Beirute, 1890), páginas 357–399.[3]
  • Seu elogio a Maomé foi editado por H. Thorbecke, em Al Aša's Lobgedicht auf Muhammad (Leipzig, 1875).[3]

Referências

  1. Eddisford, D. (2019). Proceedings of the Seminar for Arabian Studies Volume 49 2019: Papers from the fifty-second meeting of the Seminar for Arabian Studies held at the British Museum, Londres, de 3 a 5 de agosto de 2018, pp. 297–298
  2. Jones, Alan. “Early Arabic poetry: select poems.” (2011). pp. 443–444
  3. a b c d e f g Thatcher, Griffithes Wheeler. «A'Shā». Encyclopædia Britannica (em inglês). 2 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 724 
  4. «Asha». The Free Dictionary. Consultado em 20 de maio de 2025 
  5. a b Philip F. Kennedy, Abu Nuwas: A Genius of Poetry (2005)
  6. Nader Masarwah, The Development of Tropes in Arabic Wine Poetry up to the 12th Century AD (2019)

Bibliografia

[editar | editar código]
  • Les dix grandes odes arabes de l'Anté-Islam, Les Mu'allaquât traduites et présentées par Jacques Berque, La bibliothèque arabe, Éditions Sindbad (1979)
  • Le Guetteur de mirages. Cinq poèmes préislamiques d'al-A‘shâ Maymûn, ‘Abîd b. al-Abras et al-Nâbigha al-Dhubyânî traduits de l'arabe et commentés par Pierre Larcher, Petite bibliothèque de Sindbad. Paris et Arles: Sindbad/Actes Sud (2004).
  • Abū l-Faraj al-Iṣfahānī, Kitāb al-aghānī (O Livro de Canções), Beirute, Dār al-kutub al-ʿilmiyya, 1986, vol. 8, pp. 127–151.
  • Francesco Gabrieli, La letteratura araba, Florença, Sansoni, 1967, pp. 44 e 54–56.
  • Régis Blachère, Histoire de la littérature arabe, Paris, Adrien Maisonneuve, 1952, II, pp. 321–323.
  • Rudolf Geyer, “Zwei Gedichte von Al-’A‘šâ. 1. Mâ bukâ’u”, Viena 1905 (Sitzungsberichte der Kais. Akademie der Wissenschaften in Wien — Philosophisch-historische Klasse volume 149.6 (225 pp.)
  • Rudolf Geyer, “Zwei Gedichte von Al-’A‘šâ. 2. Waddi‘ Hurairata”, Viena 1919 (Sitzungsberichte der Akademie der Wissenschaften in Wien — Philosophisch-historische Klasse volume 192.3 (306 pp.)

Ligações externas

[editar | editar código]