André Antoine

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André Antoine
Nascimento 31 de janeiro de 1858
Limoges, França
Morte 19 de outubro de 1943 (85 anos)
Le Pouliguen, França
Ocupação Diretor de teatro
Cineasta
Ator
Roteirista

André Antoine (Limoges, 31 de janeiro de 1858Le Pouliguen, 19 de outubro de 1943) foi um ator, autor, diretor de teatro, cineasta e crítico francês, considerado o inventor da moderna mise en scène na França e um dos pais do naturalismo no cinema.

Biografia[editar | editar código-fonte]

André Antoine era um auxiliar de escritório na empresa Paris Gas Utility e trabalhou no Archer Theatre, onde pediu para produzir a dramatização de uma novela de Émile Zola. O grupo amador se recusou, então ele decidiu criar seu próprio teatro para realizar sua visão do desenvolvimento adequado das artes dramáticas.

Placa dedicada ao Théâtre Libre, e seu ator-diretor André Antoine, em Montmartre, Paris

Antoine fundou o Théâtre Libre em Paris em 1887. Seu trabalho teve enorme influência na cena francesa, assim como em companhias similares em outros lugares da Europa, como o Independent Theatre Society, em Londres, e o Freie Buhne, na Alemanha.

Le Théâtre Antoine, boulevard de Strasbourg, Paris

O Théâtre Libre ocupou, de início, uma modesta sala do Eliseo de Montmartre, com capacidade para cerca de 300 espectadores. Mais tarde transferiu-se para outra sala, com capacidade para 800 espectadores, e, finalmente, em 1897, já com o nome de Théâtre Antoine, instalou-se no Théâtre Menus-Plaisirs, no centro de Paris. O Théâtre Libre serviu de modelo para que surgissem diversas pequenas salas de teatro independentes em diferentes países da Europa e América.

Antoine opôs-se ao ensino tradicional do Conservatório de Paris, e focou-se em um estilo mais naturalista de atuação e direção. Em particular, as produções do Théâtre Libre eram inspiradas pelo Grupo Meiningen, da Alemanha. Realizaram obras de Zola e Becque, e representaram naturalistas contemporâneos alemães, escandinavos e russos.

As performances do Théâtre Libre foram muitas vezes densas em implicações sociais e psicológicas. As produções rejeitavam o estilo formal de atuação que prevalecia naquele tempo. Apesar de serem defensores do naturalismo, eles ainda eram adeptos de algumas idéias de "atuação para a audiência".

Em 1894, Antoine abriu mão de dirigir seu próprio teatro devido à falência, e tornou-se conectado com o Gymnase, e dois anos depois, com o teatro Odéon, do qual foi diretor entre 1906 e 1914 quando, fortemente endividado, deixou o Odéon e voltou-se ao cinema. Entre 1915 and 1922 dirigiu inúmeros filmes sobre auspícios da Société cinématographique des auteurs et gens de lettres de Pierre Decourcelle, adaptando obras dramáticas como La Terre, Les Frères corses e Quatre-vingt-treize. Ele aplicou os principios do naturalismo no cinema, dando importância aos cenários, elementos naturais que determinam o comportamento dos protagonistas, e utilizando-se de atores não-profissionais que não eram amarrados às velhas formas do teatro. Para Jean Tulard, sua reputação literária e seu envolvimento em "dar aos filmes um sentido de nobreza" influenciaram diversos realizadores como Louis Mercanton, Capellans Hervil, etc, tornando-o "o verdadeiro pai do neorealismo".

Antoine concluiu sua carreira no teatro e iniciou a de critico de cinema em 1919. Por 20 anos, seus comentários foram publicados pelo jornal L'Information e, mais esporádicamente, no Le Journal e Le Monde illustré. Dois volumes de memórias foram publicados em 1928, e apareceram no jornal Théâtre de 1932 a 1933.

Escritos[editar | editar código-fonte]

  • Mes souvenirs sur le Théâtre-Libre, 1928
  • Mes souvenirs sur le Théâtre Antoine, 1928

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Diretor[editar | editar código-fonte]

Roteirista[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • André-Paul Antoine, Antoine, père et fils. Paris : Julliard, 1962
  • David Bourbonnaud, "André Antoine, diffuseur et traducteur ?" (archive), Revue Protée: Les formes culturelles de la communication, volume 30, number 1, Spring 2002.
  • Bernard Dort, "Antoine, le patron", in Théâtre Public. Paris: Seuil, 1967.
  • Jean-Pierre Sarrazac et Philippe Marcerou, Antoine, l'invention de la mise en scène, Actes Sud-Papiers (coll. Parcours de théâtre), 1999 (ISBN 978-2742725120)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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