Avida

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Avida
Captura de tela
Avida
Aba do mapa da Avida 2.6
Autor Charles Ofria e Chris Adami
Desenvolvedor Charles Ofria
Versão estável 2.14.0 (6 de fevereiro de 2014; há 10 anos)
Idioma(s) inglês
Escrito em C++ e Objective-C
Sistema operacional Microsoft Windows 7 em diante, macOS 10.8 em diante, Linux/Unix
Gênero(s) Simulador de organismos digitais
Licença LGPL
Estado do desenvolvimento Corrente
Página oficial avida.devosoft.org

Avida é uma plataforma de software de código aberto de vida artificial que estuda biologia evolutiva de programas de computador que se autorreplicam e evoluem (organismos digitais).[1] A plataforma está sob o desenvolvimento do Laboratório de Evolução Digital da Universidade Estadual de Michigan, sob a liderança de Charles Ofria. A primeira versão de Avida foi desenvolvida em 1993 por Charles Ofria, Chris Adami e C. Titus Brown na Caltech, e desde então foi completamente refeita por Ofria em múltiplas ocasiões. O software foi originalmente inspirado no sistema Tierra.

Princípios de funcionamento[editar | editar código-fonte]

Tierra simulava um sistema artificial introduzindo programas de computador que competiam pelos recursos do computador, mais especificamente o processador (CPU). Ela era parecida com a Core War, com a diferença de que os programas da simulação eram capazes de se modificar, ou seja, evoluir. Os programas da Tierra eram considerados organismos de vida artificial.

Já a Avida dá uma região protegida da memória para cada organismo, e a execução ocorre em CPUs diferentes. Por padrão, os outros organismos não podem acessar essa região, e só podem executar códigos em suas próprias partições de memória.

Uma segunda diferença é que as CPUs de cada organismo podem rodar em velocidades diferentes. Desta forma, um organismo pode, por exemplo, executar o dobro de instruções do que outro organismo. A velocidade da CPU é determinada por um número de fatores, mas o principal é a tarefa que o organismo executa. Computações lógicas dão um bônus de velocidade para a CPU.

Uso em pesquisas[editar | editar código-fonte]

Adami e Ofria, em colaboração com outras pessoas, usou a Avida para conduzir pesquisas em evolução digital. Seus artigos são publicados por revistas como Science e Nature. Entre os tópicos estudados, está a origem da complexidade, plasticidade fenotípica, parasitismo, mutações, reprodução sexual e recombinação, cooperação, altruismo e seleção de parentesco, grandes transições evolutivas, entre outros temas.[1]

Em 2003, o artigo "A Origem Evolutiva de Características Complexas" descreveu a evolução como uma operação de igualdade matemática a partir de operações simples de lógica binária.[2]

Versões[editar | editar código-fonte]

Atualmente, existem quatro versões ativas da Avida. A versão mais usada é a Avida 2, enquanto a Avida 3 é um protótipo feito para reconceptualizar o código do programa e Avida 4 prioriza a velocidade de computação do que facilidade de utilização para novos usuários. Atualmente, a Avida 5 está em desenvolvimento, que busca unir a Avida 2 e 4.[1]

Avida-ED[editar | editar código-fonte]

Avida-ED
Autor Jeff Clune
Desenvolvedor Diane J. Blackwood
Versão estável 3 (10 de outubro de 2021; há 2 anos)
Idioma(s) inglês
Escrito em C++ e JavaScript
Gênero(s) Simulador de organismos digitais
Licença LGPL
Estado do desenvolvimento Corrente
Página oficial avida-ed.msu.edu

O projeto Avida-ED usa a plataforma Avida com uma interface gráfica simplificada para a instrução e educação evolutiva de alunos do ensino básico e médio. O programa provê de forma grátis software, tutoriais, planejamento de aulas e outros tipos de material.[3][4] O software roda no navegador web com interface implementada por JavaScript e Avida e é compilado usando Emscripten, o tornando largamente compatível com aparelhos eletrônicos utilizados em salas de aula.[5] O programa foi mostrado como sendo efetivo para o entendimento dos alunos sobre evolução.[6][7][8] O projeto Avida-ED foi o vencedor do prêmio da International Society for Artificial Life.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c «Avida». International Society for Artificial Life (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 14 de fevereiro de 2024 
  2. Lenski, Richard E.; Ofria, Charles; Pennock, Robert T.; Adami, Christoph (maio de 2003). «The evolutionary origin of complex features». Nature (em inglês) (6936): 139–144. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/nature01568. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  3. Smith, James J.; Johnson, Wendy R.; Lark, Amy M.; Mead, Louise S.; Wiser, Michael J.; Pennock, Robert T. (29 de julho de 2016). «An Avida-ED digital evolution curriculum for undergraduate biology». Evolution: Education and Outreach (1). 9 páginas. ISSN 1936-6434. doi:10.1186/s12052-016-0060-0. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  4. «Online tool speeds up evolution education». ScienceDaily (em inglês). 5 de fevereiro de 2018. Consultado em 14 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 14 de fevereiro de 2024 
  5. Taylor, Tim; Auerbach, Joshua E.; Bongard, Josh; Clune, Jeff; Hickinbotham, Simon; Ofria, Charles; Oka, Mizuki; Risi, Sebastian; Stanley, Kenneth O. (1 de agosto de 2016). «WebAL Comes of Age: A Review of the First 21 Years of Artificial Life on the Web». MIT Press Direct. Artificial Life (em inglês). 22 (3): 364–407. ISSN 1064-5462. doi:10.1162/ARTL_a_00211. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  6. Lark, Amy; Richmond, Gail; Mead, Louise S.; Smith, James J.; Pennock, Robert T. (1 de fevereiro de 2018). «Exploring the Relationship between Experiences with Digital Evolution and Students' Scientific Understanding and Acceptance of Evolution». University of California Press. The American Biology Teacher (em inglês) (2): 74–86. ISSN 0002-7685. doi:10.1525/abt.2018.80.2.74. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  7. Abi Abdallah, Delbert S.; Fonner, Christopher W.; Lax, Neil C.; Babeji, Matthew R.; Palé, Fatimata A. (1 de fevereiro de 2020). «Evaluating the Use of Avida-ED Digital Organisms to Teach Evolution & Natural Selection». University of California Press. The American Biology Teacher (em inglês) (2): 114–119. ISSN 0002-7685. doi:10.1525/abt.2020.82.2.114. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  8. Lark, Amy; Richmond, Gail; Pennock, Robert T. (2014). «Modeling Evolution in the Classroom: The Case of Fukushima's Mutant Butterflies». University of California Press. The American Biology Teacher (em inglês). 76 (7): 450–454. ISSN 0002-7685. doi:10.1525/abt.2014.76.7.6. Consultado em 14 de fevereiro de 2024 
  9. Tim Taylor (16 de setembro de 2017). «2017 ISAL Awards: Winners». International Society for Artificial Life (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 14 de fevereiro de 2024