Código aberto
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Código aberto (do inglês Open Source) é um modelo de desenvolvimento criado em 1998, que promove o licenciamento livre para o design ou esquematização de um produto, e a redistribuição universal desses, com a possibilidade de livre consulta, examinação ou modificação do produto,[1] sem a necessidade de pagar uma licença comercial, promovendo um modelo colaborativo de produção intelectual.
O termo "código aberto" foi popularizado pela Open Source Initiative (OSI),[carece de fontes] que difere de um software livre por não seguir as quatro liberdades definidas pela Fundação de Programas Livres (do inglês: Free Software Foundation - FSF),[2] que são também compartilhadas pelo projeto Debian. Qualquer licença de software livre é também uma licença de código aberto (open source), mas o contrário não é necessariamente verdade.[2]
Enquanto a FSF usa o termo "Software Livre" envolta de um discurso baseado em questões éticas, direitos e liberdade, a OSI usa o termo "Código Aberto" sob um ponto de vista puramente técnico, evitando (propositadamente) questões éticas. Esta nomenclatura e este discurso foram cunhados por Eric Raymond e outros fundadores da OSI com o objetivo de apresentar o software livre a empresas de uma forma mais comercial evitando o discurso ético.
História[editar | editar código-fonte]
A história do modelo open source confunde-se com as origens do sistema UNIX, da Internet e da cultura hacker.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
Em fevereiro de 1998, o rótulo "Open Source" surgiu em uma reunião, de futuras referências no tema, como Todd Anderson, Chris Peterson (Foresight Institute), Jon "Maddog" Hall e Larry Augustin (Linux International), Sam Ockman (Silicon Valley Linux User's Group) e Eric Raymond.[3]
Como a diferença entre o movimento "Software Livre" e modelo "Código Aberto" está apenas na argumentação em prol dos mesmos softwares, é comum que esses grupos se unam em diversas situações ou que sejam citados de uma forma agregadora através da sigla "FLOSS" (Free/Libre and Open Source Software).
Os defensores do modelo Open Source sustentam que não se trata de algo anticapitalista ou anarquista, mas de uma alternativa ao modelo de negócio para a indústria de software. O modelo colaborativo de produção intelectual oferece um novo paradigma para o direito autoral. Algumas grandes empresas como IBM, HP, Intel e Dell também têm investido no software de código aberto, juntando esforços para a criação do Open Source Development Lab (OSDL), instituição destinada à criação de tecnologias de código aberto.
Características[editar | editar código-fonte]
A definição do Open Source foi criada pela Open Source Iniciative (OSI) a partir do texto original da Debian Free Software Guidelines[4] e determina que um programa de código aberto deve garantir:
Livre distribuição[editar | editar código-fonte]
A licença não deve restringir de nenhuma maneira a venda ou distribuição do programa gratuitamente, como componente de outro programa ou não.
Código fonte[editar | editar código-fonte]
O programa deve incluir seu código fonte e deve permitir a sua distribuição também na forma compilada. Se o programa não for distribuído com seu código fonte, deve haver algum meio de se obter o mesmo seja via rede ou com custo apenas de reprodução. O código deve ser legível e inteligível por qualquer programador.
Trabalhos Derivados[editar | editar código-fonte]
A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados, e deve permitir que eles sejam distribuídos sobre os mesmos termos da licença original.
Integridade do autor do código[editar | editar código-fonte]
A licença não pode restringir o código fonte de ser distribuído em uma forma modificada mesmo se a licença permitir a distribuição de arquivos patch (de atualização) com o código fonte para o propósito de modificar o programa no momento de sua construção pois a restrição ao código–fonte significa transformar o software livre em software proprietário. A licença deve explicitamente permitir a distribuição do programa construído a partir do código fonte modificado. Contudo, a licença pode ainda requerer que programas derivados tenham um nome ou número de versão diferentes do programa original.
Não discriminação contra pessoas ou grupos[editar | editar código-fonte]
A licença não pode ser discriminatória contra qualquer pessoa ou grupo de pessoas.
Não discriminação contra áreas de atuação[editar | editar código-fonte]
A licença não deve restringir qualquer pessoa de usar o programa em um ramo específico de atuação. Por exemplo, ela não deve proibir que o programa seja usado em um empresa, ou de ser usado para pesquisa genética.
Distribuição da Licença[editar | editar código-fonte]
Os direitos associados ao programa devem ser aplicáveis para todos aqueles cujo programa é redistribuído, sem a necessidade da execução de uma licença adicional para estas partes.
Licença não específica a um produto[editar | editar código-fonte]
Os direitos associados ao programa não devem depender que o programa seja parte de uma distribuição específica de programas. Se o programa é extraído desta distribuição e usado ou distribuído dentro dos termos da licença do programa, todas as partes para quem o programa é redistribuído devem ter os mesmos direitos que aqueles que são garantidos em conjunção com a distribuição de programas original.
Licença não restrinja outros programas[editar | editar código-fonte]
A licença não pode colocar restrições em outros programas que são distribuídos juntos com o programa licenciado. Isto é, a licença não pode especificar que todos os programas distribuídos na mesma mídia de armazenamento sejam programas de código aberto.
Licença neutra em relação a tecnologia[editar | editar código-fonte]
Nenhuma cláusula da licença pode estabelecer uma tecnologia individual, estilo ou interface a ser aplicada no programa.
Governos, Movimentos Cívicos e a Transformação Digital[editar | editar código-fonte]
No contexto da Transformação Digital de Governos pelo mundo,[5][6] o código aberto é considerado essencial para promoção da colaboração, padronização e otimização das tecnologias desenvolvidas pela e para a gestão pública.
Nesse cenário, diversos movimentos cívicos como Rede Livre, Ciudadania Inteligente, Code For America, My Society e G0v, atuam na promoção da cultura de governos, dados e códigos abertos, mobilizando profissionais, cidadãos e agentes governamentais em eventos e redes comunitárias, que geram ou maximizam o impacto na sociedade através da adoção e prática de códigos abertos e governança colaborativa nos governos e na sociedade.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ Luiz Antonio da Silva Junior (23 de Outubro de 2003). «O movimento do código aberto». Consultado em 26 de dezembro de 2015
- ↑ a b «Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre». FSF. 25 de Abril de 2014. Consultado em 2 de Junho de 2014
- ↑ Evangelista, Rafael (2 de dezembro de 2008). «linguagem nos debates sobre software livre». Palestra fisl7.0. Consultado em 25 de setembro de 2012[ligação inativa]
- ↑ «The Debian Free Software Guidelines (DFSG)». Consultado em 26 de Dezembro de 2015
- ↑ Governo do Reino Unido. «Seja aberto e use código aberto». Consultado em 18 de maio de 2019
- ↑ Governo dos Estados Unidos da América. «Portal de Compartilhamento de Códigos do Governo Estadunidense». Consultado em 18 de maio de 2019
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- «A identificação da ideologia». Software Livre versus Código Aberto
- «Os líderes Open Source». na Webyes
- «SourceForge» (em inglês). - banco de dados de projetos open source
- «Firefox» (em inglês). projeto livre Firefox
- «Apache HTTP Server» (em inglês). projeto livre HTTP
- «Perl.com» (em inglês). projeto livre Perl
- «Relação de programas open source» (em inglês). por Webi
- «Relação de programas open source» (em inglês). por Maarch
- «Mestrado em Software de Código Aberto». em Instituto Universitário de Lisboa - IUL