Bate-bico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaBate-bico

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Furnariidae
Subfamília: Furnariinae
Tribo: Furnariini
Gênero: Phleocryptes
Cabanis & Heine, 1859
Espécie: P. melanops
(Vieillot, 1817)
Distribuição geográfica

O bate-bico é uma espécie de ave passeriforme da família Furnariidae, monotípica do gênero Phleocryptes. Nativo do Cone Sul e do centro-oeste da América do Sul.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome do gênero Phleocryptes deriva do grego phleōs, "junco", e kruptō, "esconder", significando "que se esconde no junco";[2] o nome da espécie, melanops, provém do grego melas, melanos, "preto", e ōps, ōpos, "face", significando "de face preta".[3]

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

As subespécies se distribuem de forma disjunta: desde o sudeste do Brasil, para o sul por Uruguai, e Argentina até a Patagônia e o centro do Chile; alguns migram até o sul do Paraguai no inverno; na costa árida do noroeste do Peru; no planalto do sul do Peru e Bolívia até o noroeste da Argentina e o norte do Chile.[4]

Esta espécie é considerada bastante comum em seu hábitat natural, os pântanos tanto de água doce quanto salobra,[5] desde o nível do mar até os 4300 m de altitude.[6] Frequentemente é vista no mesmo ambiente que o papa-piri (Tachuris rubrigastra).[7]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Mede entre 13 e 14 cm de comprimento e pesa entre 11 e 16 g.[4] Apresenta cabeça de cor pardo-escuro com uma grande linha superciliar branca ou creme; as costas são escuras com manchas cinza; a garganta, o peito e o ventre são brancos com flancos acinzentados; as asas escuras, com o encontro de coloração castanho-avermelhado; as coberteiras são vermelhas e a cauda escura. O bico é fino e pontiagudo de cor castanho-escuro e as patas são marrons.[5]

Comportamento[editar | editar código-fonte]

É um pássaro inquieto. Forrageia solitário ou em pares, procurando alimento no barro ou na vegetação flutuante.[7]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Caça insetos na superfície da água ou entre a vegetação das áreas pantanosas.[8]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

O ninho é elaborado e exposto, construído com palha, barro e, internamente, penas. É de forma esférica alargado na vertical, com entrada pequena lateral circular, protegida da água por um pequeno peitoril e fixado com barro entre folhas entrelaçadas de taboasTypha,[8] raramente em outras plantas; às vezes está sobreposto a restos de ninhos velhos. A fêmea põe dois ou três ovos azuis de 20 por 16 mm.[5] A construção do ninho demora de oito a dez dias e o período de incubação é de dezesseis dias. Os filhotes são alimentados pelos dois pais e permanecem no ninho por entre quatorze a dezesseis dias.[9]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

A espécie P. melanops foi descrita pela primeira vez pelo naturalista francês Louis Jean Pierre Vieillot em 1817 sob o nome científico Sylvia melanops, sendo a localidade-tipo o Paraguai.[4]

O gênero monotípico Phleocryptes foi proposto pelos ornitólogos alemães Jean Cabanis e Ferdinand Heine Sr em 1859.

Referências

  1. BirdLife International (2012). «Phleocryptes melanops». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 26 de Novembro de 2013 
  2. Jobling, J.A. (2017). Phleocryptes Key to Scientific Names in Ornithology (em inglês). Em: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 15 de dezembro de 2018.
  3. Jobling, J.A. (2017) melanops Key to Scientific Names in Ornithology (em inglês). Em: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.) Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 15 de dezembro de 2018.
  4. a b c Wren-like Rushbird (Phleocryptes melanops) em Handbook of the Birds of the World - Alive (em inglês). Consultado em 15 de dezembro de 2018.
  5. a b c Trabajador en Aves de Chile.
  6. Schulenberg, Thomas S. (2007) Birds of Peru: p.304, pl.138(2). Princeton University Press.
  7. a b Ridgely, Robert & Tudor, Guy. 2009. Phleocryptes melanops, p.280, lámina 5(11), em Field guide to the songbirds of South America: the passerines – 1a. edição – (Mildred Wyatt-World series in ornithology). University of Texas Press, Austin. ISBN 978-0-292-71748-0
  8. a b [1] em WikiAves. Consultado em 15 de dezembro de 2018.
  9. de la Peña, Martín R. (2016). Junquero Phleocryptes melanops (Vieillot), 1817, p.396-402. «Aves Argentinas: Descripción, Comportamiento, Reproducción y Distribución. Trogonidae a Furnariidae». Comunicaciones del Museo Provincial de Ciencias Naturales “Florentino Ameghino” (Nueva Serie). 20 (2): 1-620. ISSN 0325-3856