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Casa de Salústio

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Casa de Salústio
Localização atual
Coordenadas 40° 45′ 04″ N, 14° 28′ 57″ L
País  Itália
Município Pompeia
Dados históricos
Cidade Pompeia
Fundação século II a.C.
Abandono 79
Notas
Escavações 1805 a 1809

A Casa de Salústio é uma antiga casa samnita que posteriormente tornou-se um hospitiums ou hotel[1], encontrada no sitio arqueológico de Pompeia e possivelmente datada do século II a.C.[2] Foi descoberta com suas primeiras escavações realizadas entre 1805 e 1809, contudo muito foi perdido e destruído com os bombardeios sofridos durante a Segunda Guerra Mundial em 1943, sendo restaurada somente em 1970. Encontra-se localizada ao leste da Via Consolare, uma rua que se estende do Portão de Herculano até o Fórum de Pompeia.[3] Recebeu esse nome graças a um anúncio nomeando Caius Sallustius para a eleição, encontrado originalmente na fachada, porém atualmente não é mais visível. [4] Também conhecida como Casa de Actaeon e Casa de Cossus Libanus. Tornou-se conhecida por ser a casa a preservar em seu átrio, asa e tablinum, o Primeiro Estilo de pintura romana mais antigo encontrado em Pompeia. [2]

Modelo Arquitetônico

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Planta da Casa de Salústio antes da Renovação

A Casa de Salústio quando descoberta possuía um pórtico no Norte e era sustentada por sete colunas vermelhas com capitéis romanos brancos. Dispõe de fontes e afrescos que existiam atrás da sala principal. Também possuía um jardim que podia ser visto através de uma grande janela no tablinum e ainda existia uma fonte no meio do jardim e uma abertura de cisterna no canto noroeste do mesmo. A casa possuía vários quartos ao redor do átrio, provavelmente para hóspedes, assim como espaços internos no canto nordeste do átrio e do lado oeste do peristilo para eles jantarem do lado de dentro da casa, no ponto mais estreito, enquanto a comida era preparada do lado de fora em uma lareira. [5][6]

Porém, com o bombardeio em setembro de 1943, a casa foi destruída e somente o lado oeste foi poupado. Apenas em 1970 a casa foi reconstruída, algumas partes notáveis modernas são seu telhado, o apartamento sul e o pórtico. Houve uma cautela na reforma para preservar o estilo samnita.[7] Foi criado um elemento arquitetônico para suprir a falta de acomodação dos quartos pequenos, uma villa romana com jardins.[8]




Estilo de Arte Pompeiano

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Afresco no Primeiro Estilo na Casa de Salústio

A Casa de Salústio é famosa por possuir o Primeiro Estilo de Arte Romana, também conhecido como cantaria ou incrustação, nome com origem da palavra crustae que são placas pétreas de revestimento e popular de 200 a.C até 80 a.C. É o tipo de decoração de parede mais antigo encontrado em Pompeia, de característica abstrata, no qual imita os elementos da alvenaria grega, com a imitação do efeito da cantaria, em gesso colorido. [9]

Caracterizado por uma construção de pedra monumental de forma livre, mas preservando a divisão da parede em zonas. É presente uma combinação de elementos, como um processo de marmorização policromada, folheados de mármore e também, a utilização de cores vivas que pode ser observada como um sinal de riqueza, criando uma ilusão de riqueza fabulosa. Como as casas romanas possuíam poucas janelas para o exterior, as paredes internas tendiam a ser contínuas, e o Primeiro Estilo procura enfatizar essa unidade criando ambientes integrados. [10][11]

Pintura de Ares e Afrodite

Quando descoberta, a casa possuía na parte de trás próximo ao jardim, estátuas pintadas de mármore com o objetivo de criar uma transição ilusionista do pequeno jardim para o afresco de uma paisagem natural que representava o destino de Acteon, rasgado em pedaços pelos próprios cães como uma penalidade por ter visto Diana no banho[12], porém a mesma foi posteriormente destruída durante a guerra. À direita desta cena se encontrava uma ninfa sob o disfarce de uma estátua, segurando uma bacia d'água e também uma janela de um dos dois quartos pequenos é visível. Em suas paredes externas há duas pinturas de desenho similar, Europa com o Touro e Frixo e Hele e o Carneiro.

Uma obra ainda preservada foi encontrada no cubiculum na parte ocidental, aos fundos da casa e próximo a um pequeno jardim e contém um afresco de um par de amante da mitologia que ainda podem ser vistos mesmo com os danos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial, Ares e Afrodite. [13]



  • BEARD, Mary. Pompeia: a vida de uma cidade romana. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.
  • BERRY Joanne. The Complete Pompeii, London: Thames & Hudson, 2007.
  • GELL, W.; GANDY, J. Pompeiana: Third Edition. London: Bohn, 1852, pp. 123.
  • LAIDLAW, Anne. Excavations in the Casa di Sallustio, Pompeii: a preliminary assessment. Studies in the History of Art, Vol. 43, 1993, pp. 216-233.
  • WALLACE-HADRILL, Andrew. Houses and society in Pompeii and Herculaneum. Princeton University Press, 1994.

Referências

  1. DOBBINS, John Joseph; FOSS, Pedar William (Ed.). The world of Pompeii. Routledge, 2007, p. 477.
  2. a b DOBBINS, John Joseph; FOSS, Pedar William (Ed.). The world of Pompeii. Routledge, 2007, p. 307.
  3. DYER, Thomas. POMPEII:ITS HISTORY, BUILDINGS, AND ANTIQUITIES. London, 1867, p. 328.
  4. DELLA CORTE, Mateo. Case ed abitanti di Pompei. Napoli: Fausto Fiorentino, 1965, p.38.
  5. JASHEMSKI, W. F. The Gardens of Pompeii, Vol. 2. Nova York: Caretzas Brothers, 1993, p. 121
  6. ZANKER, Paul. Pompéia: vida pública e privada. Harvard University Press, 1998, p.175.
  7. GARCIA Y GARCIA, Laurentino. Danni di guerra a Pompei: Una dolorosa vicenda quasi dimenticata, Roma, 2006, pp 66-74.
  8. ZANKER, Paul. Pompéia: vida pública e privada. Harvard University Press, 1998, p.166.
  9. CLARKE, John R. The Houses of Roman Italy, 100 BC–AD 250: Ritual, Space, and Decoration. Univ of California Press, 1991, pp. 33-34.
  10. DOBBINS, John Joseph; FOSS, Pedar William (Ed.). The world of Pompeii. Routledge, 2007, p. 305.
  11. LING, Roger. Roman painting. Cambridge University Press, 1991, pp.12-13.
  12. MAU, August. Pompeii, its life and art. Library of Alexandria, 2007, p. 285.
  13. ZANKER, Paul. Pompeii: public and private life. Harvard University Press, 1998, p.166.