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Castelo de Óbidos: diferenças entre revisões

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== História ==
== História ==
I believe by can fly. I believe by can tutch the sky.
=== Antecedentes ===
Acredita-se que a primitiva ocupação humana do seu sítio remonte à [[pré-história]]. Pela sua proximidade da costa [[oceano Atlântico|atlântica]], despertou o interesse de povos invasores da [[península Ibérica]], tendo sido sucessivamente ocupado por [[Lusitanos]] ([[século IV a.C.]]), [[Invasão romana da Península Ibérica|Romanos]] ([[século I]]), [[Visigodos]] ([[século V|séculos V]] a [[século VI|VI]]) e [[Invasão muçulmana da Península Ibérica|Muçulmanos]] ([[século VIII]]), atribuindo-se a estes últimos a fortificação da povoação, como se constata pela observação de determinados trechos da [[muralha]], com feições mouriscas.


=== O castelo medieval ===
=== O castelo medieval ===

Revisão das 21h21min de 25 de fevereiro de 2011

Castelo de Óbidos
Castelo de Óbidos, Portugal
Construção Sancho I de Portugal (1195)
Estilo Românico, Gótico, Manuelino e Barroco
Conservação Bom
Homologação
(IGESPAR)
MN
Aberto ao público Sim

O Castelo de Óbidos localiza-se na vila de mesmo nome, Freguesia de Santa Maria, Concelho de Óbidos, Distrito de Leiria, em Portugal.

Exemplo da fortificação medieval portuguesa, erguido sobre um pequeno monte, outrora à beira mar, domina a planície envolvente e o rio Arnóia, a Leste. Fruto de diversas intervenções arquitetônicas ao longo dos séculos, integra o conjunto da vila, que preserva as suas característas medievais de maneira quase que cenográfica.

Classificado como Monumento Nacional, em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das Sete maravilhas de Portugal.

História

I believe by can fly. I believe by can tutch the sky.

O castelo medieval

Torre do castelo

No contexto da Reconquista cristã da península, as forças do rei D. Afonso Henriques (1112-85), após as conquistas de Santarém e de Lisboa (1147), encontraram viva resistência para conquistar a povoação e seu castelo, o que finalmente através de um ardil (10 de Janeiro de 1148). O castelo encontra-se referido documentalmente desde 1153.

Reconquistadas definitivamente no reinado de D. Sancho I (1185-1211), foram procedidas obras no castelo (conforme inscrição epigráfica na Torre do Facho), época em que a vila recebeu a sua Carta de Foral (1195).

O seu filho e sucessor, D. Afonso II (1211-23), doou a povoação e o respectivo castelo a D. Urraca, sua esposa (1210).

A povoação e seu castelo mantiveram-se fiéis a D. Sancho II (1223-48), quando da crise de sua deposição, resistindo vitoriosamente, em 1246, aos assaltos das forças do Conde de Bolonha, futuro rei D. Afonso III (1248-1279). Essa resistência valeu à vila o epíteto de mui nobre e sempre leal, que figura até hoje em seu brasão de armas.

Doada como presente de casamento por D. Dinis (1279-1325) à rainha Santa Isabel durante as núpcias ali passadas, a vila passou a integrar o dote de todas as rainhas de Portugal até 1834. Este monarca fez erigir a torre de Menagem (c. 1325).

Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), uma inscrição epigráfica assinala a ereção, em 1375, de uma torre, por alguns considerada de menagem, embora lhe faltem as características da base maciça com entrada a nível do pavimento elevado, presentes na de D. Dinis.

Durante o contexto da crise de 1383-1385, o seu alcaide tomou o partido da rainha Dna. Beatriz e João I de Castela, tendo resistido às forças do Mestre de Avis. Óbidos e o seu castelo apenas foram entregues a João I de Portugal, eleito nas Cortes de Coimbra, por Vasco Gonçalves Teixeira após o falecimento em combate do seu pai e alcaide do castelo, João Gonçalves, na batalha de Aljubarrota (1385).

Sob o reinado de D. João II (1481-1495), a rainha Dna. Leonor escolheu a povoação e seu castelo para residir após o falecimento por acidente de seu filho único, o príncipe D. Afonso, optando ainda (1494) pelas águas termais da região para tratamento da enfermidade que viria a vitimar aquele monarca.

O seu sucessor, Manuel I de Portugal doou um novo Foral a Óbidos (1513), procedendo importantes melhoramentos na vila e em seu castelo. É dessa fase, no século XVI, a reconstrução dos Paços do Alcaide pelo alcaide-mor D. João de Noronha.

Do século XVIII aos nossos dias

O terramoto de 1755 causou sérios danos na estrutura.

No contexto da Guerra Peninsular, a fortificação de Óbidos disparou os primeiros tiros de artilharia na batalha de Roliça (1808), primeira derrota das tropas de Napoleão. Posteriormente registrou-se a adaptação da torre albarrã a Torre do Relógio (1842) e a construção de escada exterior de acesso à Torre de D. Fernando (1869).

O castelo e todo o conjunto urbano da vila de Óbidos encontram-se reclassificados como Monumento Nacional por Decreto do Governo publicado em 5 de Janeiro de 1951.

A partir de 1932, o conjunto sofreu as primeiras intervenções de consolidação, reconstrução e restauro a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), que se estenderam pelas décadas seguintes até aos nossos dias, sendo o espaço do castelejo requalificado como Pousada do Castelo (1948-1950).

Características

Castelo e muralhas de Óbitos

O castelo ergue-se na cota de 79 metros acima do nível do mar, com planta no formato retangular irregular (orgânica), misturando elementos dos estilos românico, gótico, manuelino e barroco, distribuídos por duas zonas principais: a do Castelejo (atual Pousada do Castelo, ou Pousada de Óbidos) e o bairro intra-muros.

O perímetro das muralhas, reforçadas por torres de planta quadrada e cilíndrica, alcança 1.565 metros, totalmente percorrido por um adarve defendido por parapeito ameado. Em alguns trechos, as muralhas elevam-se a 13 metros de altura.

O troço Leste da muralha constitui o núcleo do muralhamento mais amplo que envolve o castelo e a vila, e que, prolongando-se por ambos os lados em direção ao sul por 500 metros, fecha o perímetro em ponta, na chamada Torre do Facho.

O acesso é feito por quatro portas e dois postigos, destacando-se a Porta da Vila ou Porta de Nossa Senhora da Piedade, encimada por uma inscrição, ali colocada pelo rei D.João IV (1640-1656), e que reza: A Virgem Nossa Senhora foi concebida sem pecado original. No seu interior encontra-se uma capela com varanda, revestida de azulejos do século XVIII.

Destacam-se ainda:

  • O pelourinho da vila, erguido em granito. Apresenta em uma das faces o escudo com as armas reais e do outro o camaroeiro de D. Leonor, que esta rainha doou à Vila em memória da rede em que os pescadores lhe trouxeram o seu filho morto num acidente de caça. Nele, no passado, eram expostos e castigados os delinqüentes e criminosos.
  • O aqueduto da vila, com uma extensão de 3 km, unindo o monte da Usseira e o de Óbidos. Mandado construir pela rainha D. Catarina da Áustria, esposa de D. João III (1521-1557) transportava a água que abastecia os chafarizes de Óbidos.
  • O Cruzeiro da Memória, construído em comemoração da tomada de Óbidos aos mouros por D. Afonso Henriques, assinala o local onde este montou acampamento antes de conquistar a Vila.

Curiosidades

Os obidenses, outrora conhecidos como "toupeiros", conforme uma tradição local devem esse apelido à construção de uma extensa rede de túneis que, por sob as antigas muralhas, permitiriam o reabastecimento do castelo sob assédio nos campos envolventes.

Ver também

Ligações externas

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