Catedral da Santa Trindade (Sibiu)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: "Catedral de Sibiu" redireciona para este artigo. Para a catedral luterana, veja Catedral Evangélica de Sibiu.
Catedral da Santa Trindade de Sibiu
Catedrala Sfânta Treime din Sibiu
Catedral da Santa Trindade (Sibiu)
Tipo catedral
Estilo dominante
Arquiteto Virgilio Nagy • Iosif Kamner
Engenheiro Iosif Schussnig
Início da construção 1902
Fim da construção 1904
Religião ortodoxa romena
Estilos arquitetónicos neobizantino com elementos barrocos
Dimensões altura da torre: 45 m

comprimento: 53,1 m

largura: 24,7 m

altura interior da cúpula: 24,7 m

diâmetro interior
da cúpula: 15 m [1]

Altura
  • 34,7 metro
Geografia
País Roménia
Cidade Sibiu
Região histórica Transilvânia
Coordenadas 45° 47' 41" N 24° 8' 53" E
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Catedral da Santa Trindade de Sibiu (em romeno: Catedrala Sfânta Treime din Sibiu) é uma catedral situada na cidade romena de Sibiu, que é a sé da diocese ortodoxa romena de Sibiu e da arquidiocese metropolitana da Transilvânia. De estilo neobizantino, foi inspirada na basílica de Santa Sofia em Istambul e os coruchéus na arquitetura religiosa tradicional transilvana e em elementos barrocos.

História[editar | editar código-fonte]

A primeira pessoa que teve a ideia de construir uma catedral ortodoxa em Sibiu foi Andrei Șaguna, que no outono de 1857, quando era bispo da diocese local, pediu autorização ao imperador austríaco Francisco José I para enviar uma circular à sua diocese pedindo aos sacerdotes e leigos que doassem dinheiro para a construção. A circular foi enviada antes do Natal desse ano e o primeiro doador foi o próprio imperador, quem deu mil moedas de ouro, seguido do governador da Transilvânia, que deu 50, e Şaguna, que deu 2 000 forintes. As doações continuaram após a morte de Şaguna em 1873, quando já era bispo metropolitano da Transilvânia.

A primeira pedra das obras de construção foi colocada em 18 de agosto de 1902, quando era bispo metropolitano Ioan Meţianu. Para libertar espaço para a catedral (eram necessárias cinco parcelas na Rua Mitropoliei, onde se situa a entrada principal, e três na Rua Xenopol, onde também há uma entrada), foram demolidas oito casas, bem como uma pequena igreja grega construída entre 1797 e 1799, a qual tinha servido até então como catedral.[2]

A planta, da autoria dos arquitetos de Budapeste Virgilio Nagy e Iosif Kamner, foi escolhida entre as plantas entregues por 31 arquitetos austríacos e húngaros. As obras, concluídas em 1906, quando foi terminado o teto de cobre, foram coordenadas pelo arquiteto da cidade Iosif Schussnig. A iconóstase e o kliros (local do coro) foram fabricados pela empresa Constantin Babic em Bucareste. A iconóstase é de talha dourada e a cúpula, onde está representado o Pantocrator flanqueado por anjos, foi pintada por Octavian Smigelschi, natural da localidade próxima de Ludoș.[1]

A catedral foi consagrada em 30 de abril de 1906 pelo bispo metropolitano Meţianu, o seu bispo sufragâneo de Arad, Ioan Papp, e um grupo de sacerdotes e diáconos. O intelectual e político Nicolae Iorga, que viria a ser primeiro-ministro da Roménia, também esteve presente e doou um ícone e um encólpio (enkólpion; crucifixo peitoral usado pelos bispos ortodoxos) de prata. Os quatro sinos foram benzidos em 13 de dezembro de 1906 e foram colocados nos coruchéus principais.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o exército austro-húngaro fundiu os três sinos do coruchéu ocidental para utilizar o bronze em canhões; esses sinos só seriam substituídos em 1929.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O exterior é de tijolo vermelho e amarelo. A ampla nave é limitada por tetos hemisféricos mais pequenos e quatro torres: duas mais pequenas, octogonais, e dias maiores, quadradas na parte inferior e octogonais em cima, junto dos sinos. As torres são cobertas por duas cúpulas em forma de bolbo sobrepostas e separadas por uma lanterna. A entrada principal é constituída por um pórtico com três arcadas semicirculares com capitéis. Atrás das arcadas entre as duas torres principais, há um amplo vestíbulo semicircular; acima há um frontão em semicírculo onde se abre uma janela com a mesma foram, decorado com medalhões circulares em mosaico com representações de Cristo e dos quatro evangelistas.

A igreja tem 53,1 metros de comprimento e 25,4 m de largura no centro. A cúpula tem 15 m de diâmetro no interior, 24,7 m de altura no interior e 34,7 m no exterior. O cimo dos coruchéus das torres mais altas fica a 43 m de altura (45 m se forem incluídas as cruzes).

Desde a sua consagração, a catedral foi objeto de várias restaurações e melhoramentos. As paredes foram decoradas com pinturas neobizantinas de Iosif Keber e Anastasie Demian e foram adicionados objetos litúrgicos, vestimentas, livros e um sistema de som. Todos os dias são celebradas na catedral a Divina Liturgia e as Vésperas, bem como outros serviços religiosos quando solicitados.

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Catedrala Ortodoxă: Prezentare» (em romeno). Patrimoniul istoric si arhitectural al Sibiului. Município de Sibiu. patrimoniu.sibiu.ro. Consultado em 3 de abril de 2018 
  2. Gogâlea 2006, p. 18.
  3. «Repere cronologice» (em romeno). Patrimoniul istoric si arhitectural al Sibiului. Município de Sibiu. patrimoniu.sibiu.ro. Consultado em 3 de abril de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Avram, Alexandru; Crișan, Vasile (1983), Ghid de oraș. Sibiu (em romeno), Bucareste: Sport-Turism, p. 101 
  • Gogâlea, Dorin (2006), «Octavian Smigelschi» (PDF), Sibiu: Biblioteca Judeţeană ASTRA, Seria Personalia (em romeno) (1), arquivado do original (PDF) em 10 de setembro de 2014 
  • Grama, Ana (2006), «Preîngrijiri șaguniene pentru edificarea catedralei», Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean Sibiu, Revista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 13-19 
  • Păcurariu, Mircea (2006), «Pictura lui Octavian Smigelschi din catedrala mitropolitană din Sibiu», Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean Sibiu, Revista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 27-30 
  • Pușcariu, Ilarion; Cristea, Miron; Voileanu, Mateiu (1908), Biserica catedrală dela Mitropolia Ortodoxă Română din Sibiiu. Istoricul zidirii (1857-1903) (em romeno), Tipariul Tipografiei Arhidiecezane 
  • Rășinăreanu, Visarion (2006), «Tradiție și continuitate - vechea bisericuță „a grecilor" din Sibiu», Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean Sibiu, Revista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 21-23 
  • Sofronie, Mihai (2006), «Clerul și masele românești», Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean Sibiu, Revista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 42 
  • Soroștineanu, Valeria (2006), «Despre catedrala mitropolitană din Sibiu», Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean Sibiu, Revista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 33-36 
  • Ștefan, Ciprian Anghel (2006), Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean SibiuRevista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 5-10 
  • Tomulețiu, Ovidiu (2006), «Serbările sfințirii», Centrul Cultural Interetnic Transilvania, Consiliului Județean Sibiu, Revista Transilvania, nouă (em romeno), anul XXXV (CXI) (4/2006): 47-49