Chakhar (dialeto)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Chakha r(dialeto)
Falado(a) em: China
Região: Mongólia Interior
Total de falantes: 100 mil
Família: Mongólica
 Mongólica Meridional
  Chakha r(dialeto)
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: mvf

O dialeto Chakhar (escrita Mongol: ᠴᠠᠬᠠᠷ Čaqar, t͡sɑxər, Mongol Cirílico: Цахар, Tsakhar; chinês tradicional: 察哈爾, chinês simplificado: 察哈尔, pinyin: cháhā'ěr (or Cháhār)) é uma é uma variedade de mongol falada na região central da Mongólia Interior. É fonologicamente próximo ao Monglo Khalkha e é a base para a pronúncia padrão do mongol na Mongólia Interior.

Localização e classificação[editar | editar código-fonte]

Subdivisões de Liga Xilingol (laranja) e Ulanqab] (verde) em que Chakhar é falado (tom mais claro)

Fonologia[editar | editar código-fonte]

Excluindo a fonologia das palavras recentes vindas de outras línguas, Chakhar tem fonemas vogais faringeais {{IPA|/ɑ/, /ɪ/, /ɔ/, /ʊ/} } e os fonemas vocálicos não faríngeais /ə/, /i/, /o/, /u/ que aderem a harmonia vocálica. Todos têm contrapartes longas e alguns ditongos também existem. /ɪ/ tem status de fonema apenas devido à sua ocorrência como vogal inicial de palavra em palavras como ɪlɑ̆x 'vencer' (vs. ɑlɑ̆x 'to kill' ),[1] assim /i/ (<*i) também ocorre em palavras faríngeas. Através da difusão lexical, /i/ <*e deve ser observado em algumas palavras como /in/ < *ene 'este', em vez de em /ələ/ 'pipa (pássaro)'. No entanto, vogais longas monotongos também incluem /e/ < *ei.[2] A estrutura máxima da sílaba é CVCC.[3] Na posição final de palavra, as vogais não fonêmicas geralmente aparecem após as consoantes aspiradas e às vezes após as não aspiradas. São mais frequentes na fala masculina e desaparecem quase totalmente nos compostos.[4] Os fonemas consoantes são:

/n/, /nʲ/, /ŋ/, /b/ /bʲ/, /p/, /x/, /xʲ/, /ɡ/, /ɡʲ/, /m/, /mʲ/, /l/, /lʲ/, /s/, /ʃ/, /t/, /tʲ/, /d/, /dʲ/, /t͡ʃ/, /d͡ʒ/, /j/, /r/, /rʲ/[5] enquanto [k] (<*k) e [w] (<*p) que ocorrem em palavras emprestadas de outras línguas e palavras nativas são apenas alofones de /x/ e /b/ em palavras nativas.[6] Vogais palatizadas têm status de fonema apenas em palavras faríngeas.[7]

Escrita[editar | editar código-fonte]

A língua usa a escrita mongol tradicional com 30 letras

Nome e variedades[editar | editar código-fonte]

Existem três definições diferentes da palavra Chakhar. Primeiro, há Chakhar propriamente dito, falado em Liga Xilingol nas bandeiras de Zhenglan_(Xulun_Hoh), Sluɣun Köke, Siluɣun Köbegetü Čaɣan, Köbegetü Sir, Tayipusė, Dolonnuur; e na Região de Ulanqab em Chakhar ala direita posterior, Chakhar ala direita medial, Chakhar ala direira anterior, Šaŋdu e Quvadė com um número de cerca de 100 mil falantes.[8] Em uma definição mais ampla, o grupo Chakhar contém as variedades Chakhar propriamente ditas, Urat, Darkhan, Muumingan, Dörben Küüket, Keshigten de Ulanqab.[9] Em uma definição muito ampla e controversa, contém também os dialetos de Xilin Gol como Üjümchin, Sönit, Abaga, Shilinhot.[10] A pronúncia normativa do sul da Mongólia é baseada na variedade de Chakhar próprio como falado na bandeira Shuluun Köke.[11]

Morfologia[editar | editar código-fonte]

O sistema de casos gramaticais do Chakhar tem o mesmo número de morfemas que Khalkha com aproximadamente as mesmas formas. Existe um sufixo peculiar do Caso alativo, -ʊd/-ud, que se desenvolveu a partir de *ödö (em escrita mongol <ödege>) pra cima' e isso parece ser um alomorfo livre do -rʊ/-ru comum. Os sufixos possessivos-reflexivos mantêm seu final (assim -ɑŋ<*-ban etc., enquanto Khalkha tem ).[12]

Numeração[editar | editar código-fonte]

Números grandes são contados de acordo com o sistema de contagem chinês em potências de 10.000. Os numerais coletivos podem ser combinados com sufixos numerais aproximativos. Então, enquanto ɑrwɑd 'cerca de dez' e ɑrwʊl 'como um grupo de dez' é comum em mongol, ɑrwɑdʊl 'como um grupo de cerca de dez' parece ser peculiar a Chakhar.[13]

Pronomes[editar | editar código-fonte]

O sistema pronominal é muito parecido com o de Khalkha.[14] A forma coloquial da

  • 1ª pessoa do singular no caso acusativo (no qual o radical acusativo idiossincrático é substituído) pode ser nadï em vez de nadïɡ, e a alternância de i ~ ig também ocorre com outros radicais pronominais. Isso não leva a confusão, pois o genitivo é formado com vogais frontais semiabertas em vez de fechadas, por exemplo. a
  • 2ª pessoa do singular do genitivo honorífico é [tanɛ] em Chakhar e geralmente [tʰanɪ] em Khalkha.
  • As raízes das 3ª pessoas não empregam são oblíquas. A 1ª pessoa plural exclusiva man- tem um paradigma de caso quase completo apenas excluindo o nominativo, enquanto pelo menos em Khalkha escrito qualquer coisa exceto a forma genitiva <manai> é rara.[15]

Verbos[editar | editar código-fonte]

Chakhar tem aproximadamente os mesmosparticípios que Khalkha, mas -mar expressa potencialidade, não desejo, e consequentemente -xar funciona como seu alomorfo livre.[16] Por outro lado, existem alguns convérbios distintos como -ba (do chinês 吧 ba) 'se' e -ja (de 也 yè) 'embora' que parecem ser alomorfos dos sufixos -bal e -bt͡ʃ de origem mongol comum.[17] The finite suffix -la might have acquired converbal status.[18] Finalmente, -xlar ('se ... então ...') se transformou em -xnar, e a forma -man ~ -mand͡ʒï̆n 'somente se', que está ausente em Khalkha, às vezes ocorre.[19] Chakhar tem as mesmas formas finitas declarativas centrais que Khalkha, mas além disso -xui e -lgui para indicar forte probabilidade.[20]

Léxico[editar | editar código-fonte]

A maioria das palavras emprestadas de outras línguas e peculiares ao dialeto Chakhar são de chinês e manchu.[21]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. A análise utilizada neste artigo segue Svantesson et al. 2005: 22-25 ao assumir que vogais curtas em sílabas não iniciais são não fonêmicas.
  2. Sečenbaγatur et al. 2005: 209-213
  3. Sečenbaγatur et al. 2005: 224
  4. Köke and Sodubaγatur 1996: 10-14. They assume voicedness and not aspiration to be distinctive and give the following rations: males after voiceless consonants: 94% (n=384; “n” is the number of appropriate words uttered by speakers during a phonetic test), after voiced consonants: 53% (n=371), females after voiceless consonants: 87% (n=405), after voiced consonants: 38% (n=367). In contrast: only 7% of words in compound uttered by informants of both sexes contained such vowels. The authors try to link this with historical vowels, but as they don’t take into account that aspirated consonants were historically disallowed in word-final position, this line of argument is not very convincing.
  5. MKBAKKSKND 2003: 30
  6. Norčin 2001: 148
  7. MKBAKKSKND 2003: 31-35
  8. Sečenbaγatur 2003: 6
  9. Janhunen 2003: 179-180
  10. Janhunen 2003: 179, Sečenbaγatur 2003: 7; judging from a map provided by Sečenbaγatur et al. 2005: 565, this extension relates to administrative areas in the following way: next to Xilin Gol and Ulanqab, Chakhar in its broadest extension would be spoken in Bayan Nur, Baotou, the northern part of the Hohhot area and the very western part of the Ulanhad.
  11. Sečenbaγatur et al. 2005: 85
  12. Sečenbaγatur 2003: 43-44, 49-50
  13. Sečenbaγatur 2003: 70, 75
  14. Sečenbaγatur et al. 2005: 390
  15. Sečenbaγatur 2003: 92-95, 100 for Chakhar; see Poppe 1951: 71-72 for Khalkha. He also gives ~tanä and a full paradigm (excluding nominative) for man-, but at least the full exclusive paradigm is exceedingly rare at least in writing and not reproduced in more recent (while somewhat prescriptive) grammars, e.g. Önörbajan 2004: 202-217. The exceedingly frequent form [natig] (instead of <namajg> doesn't seem to be mentioned anywhere.
  16. Sečenbaγatur 2003: 126-127
  17. Sečenbaγatur 2003: 130-131
  18. Sečenbaγatur 2003: 134 asserts this, but doesn't provide conclusive evidence. However, compare Ashimura 2002 for Jarud where such a process has taken place
  19. Sečenbaγatur 2003: 132-133
  20. Sečenbaγatur 2003: 140-141; forms like <-lgüi dee> are quite frequent in Khalkha, but it is difficult to assess their exact grammatical status without some research.
  21. Sečenbaγatur 2003: 16-18

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Ashimura, Takashi (2002): Mongorugo jarōto gengo no -lɛː no yōhō ni tsuite. In: Tōkyō daigaku gengogaku ronshū 21: 147-200.
  • Janhunen, Juha (2003): Mongol dialects. In: Juha Janhunen (ed.): The Mongolic languages. London: Routledge: 177–191.
  • Köke and Sodubaγatur (1996): Čaqar aman ayalγun-u üge-yin ečüs-ün boγuni egesig-ün tuqai. In: Öbür mongγul-un yeke surγaγuli 1996/3: 9-20.
  • Mongγul kelen-ü barimǰiy-a abiyan-u kiri kem-i silγaqu kötülbüri nayiraγulqu doγuyilang (2003): Mongγul kelen-ü barimǰiy-a abiyan-u kiri kem-i silγaqu kötülbüri. Kökeqota: Öbür mongγul-un arad-un keblel-ün qoriy-a.
  • Norčin (2001): Barim/ǰiy-a abiy-a - Čaqar aman ayalγu. Kökeqota: öbür mongγul-un arad-un keblel-ün qoriy-a.
  • Önörbajan, C. (2004): Orčin cagijn Predefinição:Not a typo helnij üg züj. Ulaanbaatar: Mongol ulsyn bolovsrolyn ih surguul'.
  • Poppe, Nicholaus (1951): Khalkha-mongolische Grammatik. Wiesbaden: Franz Steiner.
  • [Sečenbaγatur] Sechenbaatar (2003): The Chakhar dialect of Mongol - A morphological description. Helsinki: Finno-Ugrian society.
  • Sečenbaγatur et al. (2005): Mongγul kelen-ü nutuγ-un ayalγun-u sinǰilel-ün uduridqal. Kökeqota: Öbür mongγul-un arad-un keblel-ün qoriy-a.
  • Svantesson, Jan-Olof, Anna Tsendina, Anastasia Karlsson, Vivan Franzén (2005): The Phonology of Mongolian. New York: Oxford University Press.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]