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Chico Rei: diferenças entre revisões

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== A história oral ==
== A história oral ==
Chico Rei, nascido no Reino do Congo, chamava-se originalmente Galanga.<ref name="cprm">[[Serviço Geológico do Brasil]], ''Excursão Virtual pela Estrada Real no Quadrilátero Ferrífero'', ''Mina Chico Rei'' [http://www.cprm.gov.br/estrada_real/31.html <small><nowiki>[em linha]</nowiki></small>]</ref> Era monarca guerreiro e sumo sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em [[1740]],<ref name="cprm" /> no navio negreiro "Madalena", mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro "Madalena" para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou<ref name="rubens"/>.
Chico Rei, nascilanga.<ref name="cprm">[[Serviço Geológico do Brasil]], ''Excursão Virtual pela Estrada Real no Quadrilátero Ferrífero'', ''Mina Chico Rei'' [http://www.cprm.gov.br/estrada_real/31.html <small><nowiki>[em linha]</nowiki></small>]</ref> Era monarca guerreiro e sumo sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em [[1740]],<ref name="cprm" /> no navio negreiro "Madalena", mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro "Madalena" para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou<ref name="rubens"/>.


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Todo o lote de escravos foi comprado pelo Major Augusto, proprietário da [[mina da Encardideira]],<ref name="cprm" /> e foi levado para Vila Rica como [[escravo]], juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a [[mina da Encardideira]].<ref name="cprm" /> Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos consideravam-no "rei".<ref name="cprm" />

Revisão das 21h00min de 4 de dezembro de 2012

Negro do Reino do Congo em litografia de Rugendas.

Chico Rei é um personagem lendário[1] da tradição oral de Minas Gerais, Brasil. Segundo esta tradição, Chico era o rei de uma tribo no reino do Congo, trazido como escravo para o Brasil. Conseguiu comprar sua alforria e de outros conterrâneos com seu trabalho e tornou-se "rei" em Ouro Preto.

A história oral

Chico Rei, nascilanga.[2] Era monarca guerreiro e sumo sacerdote do deus Zambi-Apungo e foi capturado com toda a corte por comerciantes portugueses traficantes de escravos. Chegou ao Brasil em 1740,[2] no navio negreiro "Madalena", mas, entre os membros da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no Oceano pelos marujos do navio negreiro "Madalena" para aplacar a ira dos deuses da tempestade, que quase o afundou[1].

Todo o lote de escravos foi comprado pelo Major Augusto, proprietário da mina da Encardideira,[2] e foi levado para Vila Rica como escravo, juntamente com seu filho. Trabalhando como escravo conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da Encardideira.[2] Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos consideravam-no "rei".[2]

Carlos Julião. Cortejo da Rainha Negra. na Festa de Reis. Aquarela colorida do livro Riscos illuminados de figurinos de brancos e negros dos uzos do Rio de Janeiro e Serro Frio.
Congado em litografia de Rugendas.

Este grupo associou-se em uma irmandade em honra de Santa Ifigênia, que teria sido a primeira irmandade de negros livres de Vila Rica. Ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário[1].

Chico Rei virou monarca em Ouro Preto, antiga Vila Rica em Minas Gerais no século XVIII, com a anuência do governador-geral Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela[1].

No dia de Nossa Senhora do Rosário, ocorriam as solenidades da irmandade, denominadas Reinado de Nossa Senhora do Rosário.[3] Durante estas solenidades, Chico, coroado como rei, aparece com a rainha e a corte, em ricas indumentárias, seguido por músicos e dançarinos, ao som de caxambus, pandeiros, marimbas e ganzás. Este cortejo antecedia a missa[4]. Diversos grupos de congado evocam Chico Rei como origem do congado, embora estudiosos contestem esta visão[5].

Registros históricos

A história de Chico Rei não possui registros históricos fidedignos[1]. Ela aparece, sem qualquer comprovação documental, em uma nota de rodapé escrita por Diogo de Vasconcelos, em seu livro "História Antiga de Minas", de 1904. Em 1966, o romancista Agripa de Vasconcelos, tendo como fonte a nota de Diogo de Vasconcelos, escreveu o romance "Chico Rei". Todas as demais matérias sobre Chico Rei são posteriores a 1904. Não existe qualquer outra fonte sobre o tema, o que comprova que não se trata de história e não se trata de lenda, pois se trata de um personagem ficcional.

Referências

  1. a b c d e Silva, R.A. Chico Rei Congo do Brasil, em Memória Afro-brasileira. Imaginário, cotidiano e poder, Selo Negro Edições, 2007ISBN 978-85-8747-828-3
  2. a b c d e Serviço Geológico do Brasil, Excursão Virtual pela Estrada Real no Quadrilátero Ferrífero, Mina Chico Rei [em linha]
  3. O Reinado não deve ser confundido com o reisado, festa dos Reis Magos (6 de janeiro). A nota de rodapé do Diogo de Vasconcelos fala apenas "No dia 6 de janeiro" e, mais à frente da mesma nota, acresce que "Era o Reinado do Rosário". Depois que o historiador Tarcísio José Martins denunciou o equívoco em que incorreu Vasconcelos, que confundiu o Reisado (festa dos Reis Magos) com o Reinado de Nossa Senhora do Rosário (cuja festa oficial é em agosto), tem "surgido novas versões" como esta. A Festa dos Santos Reis NÃO era propagada nos anos setecentos. Só no final dos anos oitocentos é que começa a criar força.
  4. Infoescola, acessado em 11 de novembro de 2011
  5. Ferreira, Origens da Congada: controvérsias e convergências, Revista Unimontes Científica, v. 7, n. 2 jul/dez 2005

Ver também

Ligações externas