Chor Minor

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Char Minar.
Chor Minor
Char Minor • Madraça de Khalif Niyaz-kul
Chor Minor
Fim da construção 1807
Função inicial madraça
Património Mundial
Ano 1993 [♦]
Referência 602 en fr es
Geografia
País Usbequistão
Cidade Bucara
Coordenadas 39° 46' 29.5" N 64° 25' 38.5" E
Mapa
Localização em mapa dinâmico
Notas:
[♦] ^ Parte do sítio do Património Mundial "Centro histórico de Bucara"

O Chor Minor ou Char Minar, também conhecido como Madraça de Khalif Niyaz-kul, é monumento em Bucara, Usbequistão, que integra o sítio "centro histórico de Bucara", inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO. O nome do monumento significa "quatro minaretes" em persa, uma referência às suas quatro torres, que na realidade não são minaretes.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

O monumento foi construído no início do século XIX por Khalif Niyaz-kul, um natural de Bucara abastado de origem turcomena.[3] É comum identificar o Chor Minor apenas com o edifício com quatro torres,[4] cuja função não é clara, mas provavelmente era a parte frontal duma madraça que já não existe, que era simultaneamente um portal monumental, uma espécie de "tabuleta" gigante que anunciava a localização da madraça e uma parte integral e funcional desta (por exemplo, o andar superior tem uma sala abobadada que provavelmente foi usada como biblioteca).[5] Na realidade o Chor Minor é um complexo de edifícios que tinha funções rituais e de abrigo, que outrora fez parte do complexo duma madraça que foi demolida.[6] As caraterísticas arquitetónicas do monumento são únicas em Bucara e não é claro o que teria levado Niyaz-kul a construí-lo nem onde foi inspirado.[4][5]

Em 1995 uma das torres desmoronou-se devido a um regato subterrâneo e foi pedida assistência de emergência ao Fundo do Património Mundial da UNESCO. O colapso causou instabilidade em toda a estrutura e as autoridades esforçaram-se para que o desastre fosse pouco divulgado; sem qualquer explicação, o edifício desapareceu da lista de atrações turísticas e a torre foi reconstruída apressadamente usando materiais não tradicionais, como cimento de baixa qualidade e aço, algo que não foi divulgado oficialmente.[7]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

O edifício principal é uma mesquita, que apesar do aspeto exterior incomum, tem um interior típico duma mesquita da Ásia Central. Graças às cúpulas, a sala de oração tem boas carateríticas acústicas, o que a torna muito adequada para ser um dhikr-hana, ou seja um local para cerimónias dhikr sufistas, que frequentemente incluem recitação, cantos e música instrumental. Em cada um dos lados do edifício há divisões de habitação, algumas delas arruinadas, apenas com as fundações visíveis. Consequentemente, as únicas coisas que faltam para que o conjunto pudesse ser uma autêntica madraça são divisões utilitárias e salas de aula. No entanto, era comum chamar madraças a edifícios que não tinham salas de aula ou, mesmo que as tivessem, não era utilizadas para aulas, os quais eram usados como residências de estudantes.[3]

Cada uma das quatro torres tem motivos de decoração diferentes. Para alguns autores, nomeadamente de folhetos turísticos, os elementos decorativos refletem as quatro religiões presentes na Ásia Central, havendo elementos de evocativos do cristianismo, que têm reminiscências de cruzes e peixes, uma roda de oração budista, além de motivos zoroastristas e islâmicos.[5][8] As torres não são minaretes. Três delas era usadas como armazéns e uma delas tem uma escadaria até ao cimo. Todas são cobertas por cúpulas cobertas de azulejos azuis.[6]

Cada uma das quatro torres tem motivos de decoração diferentes. Para alguns autores, os elementos decorativos refletem as quatro religiões presentes na Ásia Central. Há elementos de evocativos do cristianismo, que têm reminiscências de cruzes e peixes, uma roda de oração budista, além de motivos zoroastristas e islâmicos.[8] As torres não são minaretes. Três delas era usadas como armazéns e uma delas tem uma escadaria até ao cimo. Todas são cobertas por cúpulas cobertas de azulejos azuis.[6]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Chor Minor», especificamente desta versão.
  1. Historic Centre of Bukhara. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 13 de novembro de 2020.
  2. «Chor Minor Mosque (Four Minarets)» (em inglês). UNESCO World Heritage Centre. 30 de maio de 2007. Consultado em 15 de dezembro de 2020 
  3. a b Sukhareva, O. A. (1976), Квартальная община позднефеодального города Бухары (в связи с историей кварталов) [Bairro da cidade feudal tardia de Bucara (em ligação com a história dos bairros)] (em russo), Moscovo: Instituto de Etnografia Miklukho-Maclay da Academia de Ciências da URSS 
  4. a b Kudryashov, Andrey (10 de abril de 2007). «Чор-Минор: Путешествие четырех башен во времени и пространстве» [Chor-Minor: jornada das quatro torres no tempo e no espaço] (em russo). www.fergananews.com. Arquivado do original em 23 de agosto de 2018 
  5. a b c «Chor Minor Madrasa, Bukhara, Uzbekistan» (em inglês). Asian Historical Architecture. www.orientalarchitecture.com. Consultado em 15 de dezembro de 2020 
  6. a b c Pugachenkova, G.A. «Чор-Минор» [Chor Minor] (em russo). vsemirnaya-istoriya.ru 
  7. «State of Conservation (SOC 1997) Historic Centre of Bukhara (Uzbekistan)» (em inglês). UNESCO World Heritage Centre. Consultado em 15 de dezembro de 2020 
  8. a b Page, Dmitriy. «Char Minar Madrasah» [ligação inativa] 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre o Chor Minor
Imagem: Centro histórico de Bucara A Chor Minor está incluída no sítio "Centro histórico de Bucara", Património Mundial da UNESCO.