Cleber Machado (escultor)

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Cleber Machado
Nome completo Cleber Machado Neto
Nascimento 25 de junho de 1937 (86 anos)
Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Morte 22 de novembro de 2020 (83 anos)
Sao Paulo, Sao Paulo
Nacionalidade brasileiro
Prémios 1970 Arte Contemporânea Brasileira - Bankboston
1971 Pesquisa Joia - XI Bienal Internacional de São Paulo, Brasil
1972 Pesquisa - I Bienal Nacional São Paulo, Brasil
1991 Especial Escultura - II Bienal Internacional Makurazaki, Japão
Área artista plástico

Cleber Machado (Porto Alegre, 25 de junho de 1937) é um artista brasileiro. Escultor e pintor, hoje mora e trabalha em São Paulo. Expõe individualmente desde 1971 e em grupo desde 1968. A literatura do artista inclui textos de importantes críticos. Recebeu vários prêmios nacionais e internacionais e sua obra integra importantes acervos públicos e particulares.

Filho de Marina Machado Neto e João Pedro Pereira Neto, em 1960, Cleber muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde começa a participar do movimento estudantil, ao lado dos amigos e também artistas da Escola de Belas Artes do Rio, Artur Barrio e Rubens Gerchman. Em 1968, em meio a passeatas e o Salão Nacional de Arte Moderna, é preso e solto em 24 horas - por influência de um amigo do pai. O susto o afastou das manifestações de rua, mas não lhe tirou o interesse e engajamento político. Antes de definir-se como escultor, quando morava no bairro de Santa Tereza, Cleber começou a desenhar e produzir joias em prata e em acrílico. Incursão que lhe rendeu o Prêmio de Pesquisa em Joia, na 11ª Bienal de São Paulo. Anos mais tarde, ele retoma a produção de joias, dessa vez ainda mais fortemente influenciado pela escultura, com a criação da Linha Sculpture to Wear, composta de verdadeiras esculturas para serem usadas nos dedos como anéis.

Entre 1970 e 1974, manteve um estúdio no bairro de Botafogo onde ministrou diversos cursos e, à convite da Bienal de São Paulo, participou da Sala Brasília, tendo um trabalho adquirido pelo Presidente Juscelino Kubitschek para compor o acervo do futuro Museu de Arte Brasileira, construído na capital federal.Depois de uma passagem por Guaratiba, praia a 40 quilômetros do Rio, onde retomou uma antiga paixão pela caça submarina, muda-se para São Paulo e realiza com o MAM-SP uma exposição às margens do Lago do Ibirapuera. De São Paulo embarca para um período em Nova Iorque e, na sequência, se estabelece por três anos na Cidade do México onde mostra sua instalação "Arqueologia do ano 4000" (segundo ele, uma grande responsabilidade, já que seu trabalho foi exposto logo após o encerramento da exposição de Henry Moore.

De volta ao Brasil e ao Rio de Janeiro, Cleber constrói um estúdio no bairro de São Cristóvão onde segue trabalhando por dois anos. Sua participação na 20ª Bienal Internacional de São Paulo é marcada pela performance “Terra, Água e Ar”, de um helicóptero que simula a presença e aterrissagem de um disco voador no Lago do Parque Ibirapuera.No início dos anos 90, volta a morar em São Paulo e, recuperado de um período de depressão, retoma com ainda mais vigor sua linguagem original, como ele mesmo gostar de chamar, a ”geometria onírica”. A volta ao trabalho é marcada por uma exposição no jardim da Casa das Rosas (atual Espaço Haroldo de Campos de Poesia).

Exposições Individuais[editar | editar código-fonte]

Cleber Machado por[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Cleber Machado e Oscar Niemeyer - 2006.jpg
Cleber e o amigo Oscar Niemeyer

O teórico e crítico de arte argentino Fermín Fèvre (1939-2005) coloca Cleber como um dos escultores mais prestigiados do Brasil, que, apesar das diferentes fases e suas respectivas diversas ênfases, mantêm um trabalho de extraordinária continuidade.

Referindo-se a obra “Cubo-Esfera-Cubo”, o autor e escritor suíço Peter Karl Wehrli qualifica como uma tarefa histórica a façanha de Cleber de cubificação da esfera e esferação do cubo.

O professor doutor e matemático Luiz Barco visita o ateliê de Cleber Machado, lança a questão se o Universo é ou não infinito e narra seu encontro com o Cubo-Esfera-Cubo.

Ficheiro:Desenho de Cleber por Julio Larraz.jpg
Desenho de Cleber por Julio Larraz “[4][1][1][1]



Aracy Amaral percebe o desafio da escultura na trajetória de Cleber. Sejam as questões de equilíbrio exploradas nos projetos de móbiles da metade dos anos 1960, ou a força rara de combinações não convencionais de materiais, como o vidro e a madeira. Em seguida, destaca a fixação em formas geométricas, que se mantém até hoje.

Exposições Coletivas[editar | editar código-fonte]

Ficheiro:Niomar Moniz Sodré Bittencourt.jpg
Niomar Moniz S. Bittencourt

Projeto Nova Iorque[editar | editar código-fonte]

Octopus
Como disse o crítico de arte e amigo pessoal de Cleber, Pierre Restany, em texto escrito por ele em 1982, “...Machado é, efetivamente, um portador de mensagens. Ele concebeu todo um programa de intervenções, do qual “Octopus” é o ponto de partida, para dar à sua arte a envergadura existencial de um fenômeno vital.Olhe no céu de Nova Iorque a evolução de um polvo gigante. Quais serão as reações das pessoas numa esquina? A imaginação toma o poder entre os arranha-céus de Wall Street, acaricia a Estátua da Liberdade. Mais do que arte em liberdade, Machado tenta interessar-nos em nossa essencial liberdade de ser. Seu sonho, se compartilharmos, é uma chamada à ordem, à ordem existencial, à lei da grande natureza.”[6]

Projeto São Paulo[editar | editar código-fonte]

Um ovni em São Paulo
Para ser apresentada nos Eventos Especiais da 20ª Bienal Internacional de São Paulo (1989), Cleber Machado prepara uma interferência urbana para lá de especial. Do Aeroporto de Congonhas (SP), um helicóptero disfarçado de disco voador decola, equipado com 20 fachos de luz verdes e azuis. O “disco” voa sobre a cidade por volta de 40 minutos, descrevendo rotas simétricas e desce em espiral sobre o lago do Parque Ibirapuera.

Segundo Cleber, o objetivo dessa interferência é possibilitar um mergulho da fantasia na realidade, provocando os indivíduos, estimulando-os a novas sensações ou nova percepção da realidade.

Coleções Selecionadas[editar | editar código-fonte]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 1970 - Arte Contemporânea Brasileira - BankBoston
  • 1971 - Pesquisa Joia - XI Bienal Internacional de São Paulo, Brasil
  • 1972 - Pesquisa - I Bienal Nacional São Paulo, Brasil
  • 1991 - Especial Escultura - II Bienal Internacional Makurazaki, Japão










Vídeos[editar | editar código-fonte]

  • Entrevista para TM,Televisão Mexicana



  • Plenitude


  • New Dimension


Referências

  1. Fèvre, Fermín (fevereiro de 2003). «El precario equilibrio estructural». Arte Al Día n 95 
  2. Wehrli Peter, Karl. «Um cubo e uma esfera e tudo|Art Canal |data» 
  3. Barco, Luiz (2008). «Epur si muove|Art Canal» 
  4. Larraz, Julio (fevereiro de 2003). «Retrato de Cleber Machado|Revista Arte al día». retrato 
  5. Amaral, Aracy (dezembro de 1999). «Visita a Cleber Machado|» 
  6. Restany, Pierre (dezembro de 1982). «Um sonho e uma chamada à ordem» Catálogo da 20a Bienal Internacional de São Paulo - Eventos Especiais ed. Projeto São Paulo: 77 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]