Corso Buenos Aires

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Corso Buenos Aires
Milão,  Itália
Corso Buenos Aires
O Corso Buenos Aires na década de 1960
Nomes anteriores Corso Loreto (até 1906)
Extensão 1,6 km
Início Porta Venezia
Fim Piazzale Loreto

O Corso Buenos Aires é uma importante rua comercial de Milão, que contém mais de 350 lojas de diferentes artigos, com uma das faturações diárias mais altas do mundo e uma média de cem mil pessoas a cada dia. Tem mais de 1600 metros de comprimento e orientação Norte-Sul, que a colocam como uma das avenidas comerciais mais longas da Europa.[1] A sua configuração recorda a tipologia americana, sobretudo à Quinta Avenida de Nova Iorque. A rua estende-se desde a porta Venezia, situada na Piazza Oberdan, até à Piazzale Loreto, constituindo um prolongamento retilínea do Corso Venezia. Todo o Corso Buenos Aires faz parte da Zona 3 de Milão. Nesta rua situa-se o Teatro Puccini, sede atual da companhia teatral do Teatro dell'Elfo.

História[editar | editar código-fonte]

O então Corso Loreto, que se estendia (arvoredo) para além da Porta Venezia.
Corso Buenos Aires em 1907, coberto pelo viaduto do caminho-de-ferro.

A rua construiu-se rodeando a zona do velho Lazzaretto di Milano, facto famoso pela novela Os Noivos. Em seu lugar, a partir dos anos da sua demolição (1882-1890), construiu-se um bairro popular de alta densidade, que na forma reproduz o esquema de parcelas realizado pela Banca di Credito Italiano, comprador do lazzaretto.

O nome da rua era originalmente Corso Loreto e procedia da igreja de Santa Maria di Loreto (século XVI), situada na rua que unia a Porta Oriental a Veneza. A igreja foi transformada em casas no final do século XVIII e demolida completamente em 1914.

Em 1906 a rua foi renomeada Corso Buenos Aires, por motivo da Exposição Universal, e aparece com frequência nos mapas da época com o nome de Corso Bons Ayres. A decisão foi tomada, entre algumas críticas, pelo prefeito Ettore Ponti para promover uma imagem internacional da cidade, dedicando à Argentina esta rua e também o Piazzale Argentina, e a Peru o Piazzale Lima.[2] Estes topónimos comemoravam o vínculo com estes dois países Sul Americanos, meta de uma intensa emigração italiana: mais de cinco milhões de pessoas entre 1881 e 1911. No lado ocidental da rua estende-se o bairro popular, nas proximidades da Estação Central, enquanto no lado oriental há um bairro acomodado da burguesia milanesa. Antigamente atravessavam a rua as vias de comboio da antiga estação central, que seguiam pelo Viale Regina Elena (atual Viale Tunisia) e foram suprimidas definitivamente em 1931 com a inauguração da atual Estação Central.[3][4]

No século XIX o Corso Buenos Aires converteu-se na ligação privilegiada entre Milão e Monza, mantendo este papel inclusive depois a construção do Viale Zara e o Viale Fulvio Testi, realizada na década de 1910. Cerca do antigo Lazzaretto tinha a sua sede a primeira estação terminal do antigo elétrico Milão-Monza, inaugurada em julho de 1876, que em novembro do ano seguinte transladar-se-ia ao Longo San Babila.[5] No final de 1900 se eletrificou a linha, e foi desmantelada e transladada quando a partir de 2 de março de 1958 começaram as escavações para a construção da primeira linha do Metro de Milão, que ainda hoje o percorre por baixo em todo o seu comprimento, parando nas estações de Porta Venezia, Lima e Loreto.[6][7]

Edifícios notáveis[editar | editar código-fonte]

Lado esquerdo:

  • No canto com a Via Broggi e a Via Redi um edifício que contém moradias, escritórios, lojas e um cinema, construído entre 1947 e 1949 segundo o projeto de Piero Bottoni e Guglielmo Ulrich;[10]
  • No canto com a Via Piccinni um edifício que contém escritórios, residências e um supermercado, construído em 1970 segundo o projeto do estudo BBPR.[11]

Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Giovanni Cornolò (1980). Fuori porta in tram. Lhe Tranvie extraurbane milanesi 1876-1980. Parma: Ermanno Albertelli Editore 
  • Maurizio Grandi; Attilio Pracchi (1980). Milano. Guida all'architettura moderna. [S.l.]: Zanichelli. ISBN 8808052109 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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