Dom Carlos I (cruzador)
Dom Carlos I | |
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O cruzador D. Carlos I pintado por Giovanni Battista Castagneto | |
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Construção | Vickers-Armstrong Shipbuilders |
Lançamento | 5 Maio 1898 |
Patrono | Carlos I de Portugal |
Período de serviço | 1899 - 1925 |
Estado | Desmantelado |
Características gerais | |
Deslocamento | 4253 ton |
Comprimento | 117m |
Boca | 14,40m |
Calado | 5.33m |
Propulsão | 12 729 cv (2 máquinas a vapor de tripla expansão com 12 caldeiras Yarrow alimentadas a carvão) |
Velocidade | 22 nós |
Autonomia | 2 750 milhas náuticas |
Tripulação | 28 oficiais; 35 sargentos; 410 praças; |
O Dom Carlos I foi um cruzador que integrou a Armada Portuguesa no período 1899 a 1925. Foi construído em 1899 nos estaleiros da Vickers-Armstrong Shipbuilders, de Newcastle, Inglaterra, para a Marinha Portuguesa. Baptizado D. Carlos I, em homenagem ao monarca então reinante em Portugal, após a implantação da República Portuguesa teve o nome alterado para NRP Almirante Reis, em memória do almirante Carlos Cândido dos Reis. Participou em múltiplos eventos revolucionários durante a fase mais atribulada da Primeira República Portuguesa. Foi o maior navio de combate português. Foi abatido do efectivo da Armada a 22 de Janeiro de 1925.
À época de sua entrada ao serviço, era o mais poderoso cruzador protegido do mundo. Foi o primeiro navio da Marinha Portuguesa a dispor de telecomunicações sem fios, algo tecnologicamente avançado para os padrões da época.
História
O D. Carlos I foi lançado ao mar a 5 de Maio de 1898 no âmbito do plano naval do então ministro da Marinha Jacinto Cândido da Silva. Foi baptizado em homenagem ao rei de Portugal, D. Carlos I. A partir da implantação do regime republicano em Portugal, no dia 5 de Outubro de 1910, o navio passou a chamar-se Almirante Reis, em honra de um dos militares que participou no golpe.
Em 1906 ocorreu a bordo uma revolta de marinheiros, percursora do golpe que poria fim à Monarquia Constitucional Portuguesa.
Na tarde do dia 8 de Julho de 1912, um pouco antes da baixa-mar, o navio encalhou em frente a Esposende, de onde conseguiu ser safado na preia-mar pela canhoneira Limpopo.
Em Setembro de 1914, o Almirante Reis largou para África, a fim de escoltar os navios de transporte de tropas e material de guerra da 1.ª expedição ao ultramar.
Em 1915 o navio apresentava já problemas de manutenção e as suas caldeiras não conseguiam manter a pressão, reduzindo assim as velocidades máxima e sustentada do navio. O navio saiu em 1916 pela última vez para uma viagem oceânica, sendo então acompanhado pelo cruzador-couraçado Vasco da Gama.
Na altura, por causa da qualidade dos metais, era comum nas marinhas mas evoluídas, a substituição periódica das caldeiras, a cada 5 a 7 anos. Em 1915, o então cruzador Almirante Reis, tinha 16 anos e as mesmas caldeiras de origem. Em 1917, após trabalhos de substituição de algumas das caldeiras, era notório que as restantes estavam igualmente em péssimo estado e que o casco e tubagens não se encontravam em condições.
A instabilidade política e financeira resultante da implantação da república não permitiu os necessários investimentos e o navio apenas sairia para o mar em 1925, quando foi rebocado para a Holanda para ser desmantelado.
O primeiro comandante do navio foi o então capitão-de-mar-e-guerra Hermenegildo Capelo.
Armamento
- 5 peças Armstrong 152mm TR Mod.1895 de calibre 152 mm
- 8 peças de calibre 120 mm
- 14 metralhadoras Hotchkiss & Comp. Mk.I Mod. 1886, de calibre 47 mm
- 2 metralhadoras de 37 mm
- 3 metralhadoras de 6,5 mm MG
- 5 tubos lança–torpedos
Ligações externas
- «O cruzador D. Carlos I: A propósito do seu Centenário (1 texto e fotos)»
- «O cruzador D. Carlos I: A propósito do seu Centenário (2 texto e fotos)»
- O cruzador D. Carlos I
Ver também