Célula Anárquica pela Solidariedade Revolucionária

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Célula Anárquica pela Solidariedade Revolucionári
Fundação 14/05/2012
Motivos Abolição do Estado Boliviano
Ideologia Anarquismo insurrecionário, Anarquismo Individualista, Propaganda pelo Ato, Anarquismo pós-esquerda
Espectro político Extrema-esquerda
Principais ações
  • Ataques a bomba contra a empresa Imcruz em 14/5/2012;
  • Ataques a bomba contra um caixa bancário em um quartel militar
Status Dissolvida
Parte de Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional
Aliados Movimentos anarquistas no Chile, Argentina e Uruguai
Inimigos Estado Boliviano,

A Célula Anárquica pela Solidariedade Revolucionária (CASR FAI-FRI) foi uma efêmera guerrilha urbana anarquista insurreicionista e célula da Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional na Bolívia, ativa principalmente na cidade de La Paz. O grupo foi notório por seus ataques com explosivos a bancos, quartéis do Exército Boliviano e a empresas multinacionais em 2012.

História[editar | editar código-fonte]

O grupo se formou como célula Boliviana da FAI-FRI, inicialmente sob o nome Fracción autónoma de las birlochas rebeldes (Fração Autônoma das Pipas Rebeldes em tradução livre),[1] realizando seus primeiros ataques em 30 de Abril de 2012. Já adotando o novo nome, a CASR FAI/FRI realizou um ataque notório em 14 de Maio do mesmo ano, quando detonaram dois cartuchos de dinamite em uma importadora de veículos franceses Renault.[2][3] Não houveram feridos, mas danos materiais à empresa foram registrados. Horas depois, o grupo lançou um comunicado expressando suas motivações, prenunciando ataques futuros e mostrando solidariedade a presos anarquistas internacionais.[4]

Dias depois, em 24 de Maio, o grupo realizou um ataque explosivo uma agência bancária próxima a um quartel do Exército Boliviano, a destruindo completamente e causando danos materiais aos arredores (porém, sem registros de civis feridos).[5][6] Este ataque reivindicava ser uma homenagem ao anarquista argentino falecido Mauricio Morales.[7][8] O ataque foi usado de pretexto para a prisão de eco-anarquistas envolvidos com tensões no Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS).[9][10] Os suspeitos posteriormente foram libertos, e a organização negou que fossem envolvidos com os ataques realizados.[11]

Tempos depois, mais doze suspeitos foram presos, levando à dissolução da célula anarquista.[6] Uma das suspeitas, filha do então embaixador da Bolívia no México, declarou que as prisões se tratavam de uma “caça às bruxas” contra as ideias contrárias às do governo de Evo Morales.[12]

Ideologia[editar | editar código-fonte]

Em seu manifesto, divulgado após os ataques de 14 de Maio, o grupo se opõe ao Capitalismo, ao Estado e à Democracia, considerada uma ferramenta de domesticação do povo pelas autoridades. O grupo manteve um discurso anarquista Individualista, pós-esquerda e ecologista durante toda sua existência. O manifesto ecoa muitas ideias do grupo clandestino grego Conspiração das Células de Fogo e, principalmente, da própria FAI-FRI.[4]

A Célula Anárquica pela Solidariedade Revolucionária se mostrou particularmente hostil ao Anarquismo Plataformista, comparado por eles ao “leninismo” e considerado uma corrente reformista e reacionária do anarquismo[8]. Em particular, o grupo denuncia a Organização Anarquista pela Revolução Social, organização especifista Boliviana.[11][13]

Referências

  1. de las birlochas rebeldes, Fracción Autonoma (30 de abril de 2012). «Quema de cajero automático en Cochabamba, Bolivia» [Queima de Caixa Automático em Cochabamba, Bolivia]. Liberación Total (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2021 
  2. «Policía investiga explosión ocurrida esta madrugada en la empresa Imcruz» [Polícia investiga explosões ocorridas nesta madrugada na empresa Imcruz]. La Razon (em espanhol). 14 de maio de 2021. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  3. «Una explosión en Imcruz rompre vidrios y afecta dos vehículos» [Uma explosão em Imcruz quebra vidros e danifica dois carros]. Opinión (em espanhol). 14 de maio de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  4. a b por la Solidariedad Revolucionária, Celula Anarquica (14 de maio de 2012). «Reivindicación del ataque explosivo a automotora Imcruz en La Paz, Bolivia» [Reivindicação ao ataque explosivo na automotora Imcruz em La Paz, Bolívia]. Liberación Total (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2021 
  5. «Explosión destroza un cajero automático» [Explosão destrói caixa automático]. La Razón (em espanhol). 25 de maio de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  6. a b «¿Anarquistas o terroristas?; Gobierno los captura, están acusados de 12 atentados en Bolivia» (em espanhol). 31 de maio de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  7. por la Solidariedad Revolucionária, Celula Anarquica (25 de maio de 2012). «Ataque explosivo en el cajero del gran cuartel militar de Miraflores» (em espanhol). Consultado em 21 de novembro de 2021 
  8. a b «Ataque Explosivo al cuartel militar en La Paz» (em espanhol). 30 de maio de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  9. «Anarquistas activistas por el TIPNIS acusados de terroristas». Somos Sur (em espanhol). 1 de junho de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  10. «Entrevista realizada por la O.A.R.S. a Adolfo Moye, representante de los indígenas del "TIPNIS"». Anarkismo (em espanhol). 21 de julho de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  11. a b «Comunicado en relación a las últimas detenciones en Bolivia» (em espanhol). 6 de junho de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  12. «Nina Mansilla, a 4 meses de su detención: "Sólo quiero recuperar mi libertad"». Opinión (em espanhol). 30 de setembro de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021 
  13. «Breve reflexión sobre la cárcel, lxs "colaboradores" de la policía y la solidaridad anárquica». Patria Insurgente (em espanhol). 12 de julho de 2012. Consultado em 21 de novembro de 2021