ADN mitocondrial: diferenças entre revisões
m Foram revertidas as edições de 189.55.231.20 para a última revisão de Salebot, de 17h08min de 20 de março de 2014 (UTC) |
Etiquetas: Remoção considerável de conteúdo Editor Visual |
||
Linha 13: | Linha 13: | ||
== Doenças mitocondriais == |
== Doenças mitocondriais == |
||
As doenças mitocondriais são doenças genéticas que afectam [[gene]]s que são expressos na mitocôndria. As mitocôndrias possuem o seu próprio genótipo, tendo várias moléculas de ADN e dentro de cada molécula, múltiplas cópias do mesmo gene. O ADN mitocondrial é de herança materna, salvo raríssimas exceções (ver [[heteroplasmia]]). E as doenças mitocondriais podem afectar tanto o sexo masculino como o sexo feminino. |
|||
Na formação de [[ovócito]]s a separação das mitocôndrias é feita ao acaso, podendo surgir ovócitos com maior quantidade de mitocôndrias com ADN mutado – o [[feto]] vai apresentar uma doença generalizada com [[fenótipo]] mais grave, ou ovócitos com menor quantidade de mitocôndrias com menos ADN mutado e assim o feto surge com uma doença mais restrita, a um ou outro tecido, e por isso, com fenótipo mais atenuado. |
|||
As várias moléculas de ADN dentro da mitocôndria podem estar em '''Homoplasmia''', sem cópias mutadas, ou em '''Heteroplasmia''', quando há cópias mutadas de DNA mitocondrial e outras de ADN mitocondrial normal, podendo originar doenças degenerativas. |
|||
As doenças mitocondriais são incluídas no grupo das [[doença degenerativa|doenças degenerativas]] e muitas vezes são também abordadas em processos que se relacionam com as doenças neoplásicas. |
|||
As doenças degenerativas mitocondriais têm relação com perda de função a nível celular e orgânico originando doenças por [[intoxicação]], que provocam danos celulares tóxicos, ou por deficiência energética da célula. |
|||
Os diversos [[tecidos]] têm diferentes requerimentos energéticos - efeito limitante, ou seja, há tecidos que precisam de muito mais energia do que outros. Desta forma, os tecidos com menor necessidade energética e que possuam [[mutações]] a nível do ADN mitocondrial, podem não apresentar [[sintomatologia]]. Por outro lado as carências energéticas em tecidos como o [[cérebro]] e o sistema muscular vão ser mais graves, daí que muitas das doenças mitocondriais sejam encaradas como [[encefalomiopatia]]s. |
|||
A mesma mutação mitocondrial pode surgir com diferentes manifestações, associadas a [[patologias]] diferentes. A patologia será tanto mais grave quanto maior for a heteroplasmia, ou seja, maior a percentagem de ADN mitocondrial mutado. |
|||
== {{Ver também}} == |
== {{Ver também}} == |
Revisão das 15h51min de 21 de maio de 2014
O DNA mitocondrial é um ADN que não se localiza no núcleo da célula, mas sim na mitocôndria (organela celular).
Características
Acredita-se que as mitocôndrias do espermatozoide dos mamíferos são geralmente destruídas pelo óvulo após a fertilização. Em 1999 foi sugerido que as mitocôndrias do espermatozoide (contendo ADN mitocondrial) são marcadas com ubiquitina (proteína marcadora que se liga covalentemente a lisinas de outras proteínas, marcando-as para destruição proteolítica intracelular no protossomo) para serem selecionadas e depois destruídas dentro do embrião.[1] Ocasionalmente este processo não é bem sucedido, como por exemplo nos híbridos inter-espécies.
O DNA mitocondrial tem sido estudado com o intuito de investigar linhagens muito antigas. Svante Pääbo publicou estudos que rastreavam a ancestralidade de cães domésticos em 4 gerações. O conceito da Eva mitocondrial é baseado no mesmo tipo de análise.
A existência de DNA mitocondrial também apoia a hipótese endossimbiótica, a qual sugere que as células eucarióticas surgiram quando uma célula procariótica foi englobada por outra célula sem ser digerida. Acredita-se que estas duas células teriam começado uma relação simbiótica, formando o primeiro organismo. A existência de DNA mitocondrial sugere que, as mitocôndrias já existiram um dia como entidades separadas das suas atuais células-hospedeiras.
Identificação Humana Por Análise de mtDNA
O DNA mitocondrial se difere do material genético encontrado no núcleo das células não só em relação a localização, mas também no tocante a quantidade de moléculas por célula, tipo de herança (exclusivamente materna) e seqüência. Por existir em múltiplas cópias, o DNA mitocondrial é especialmente útil em análises em que o DNA nuclear se encontra em quantidades diminutas, como as que são usualmente encontradas em cenas de crime. O DNA mitocondrial humano é uma molécula contendo 16.539 pares de bases nitrogenadas já completamente seqüenciadas. Para a análise forense de DNA mitocondrial usualmente utiliza-se seqüências das regiões hipervariáveis (HV) I e II. Há, contudo, trabalhos científicos indicando que a investigação das regiões HV-I e II não dão suficiente informação para correlacionar restos mortais e suas famílias em muitos casos (Raskin et al., 1998) e que a extração de DNA feita a partir de dentes oferece melhores resultados que a realizada a partir de ossos longos (Primorac e Andelinovic, 1999). A principal limitação das análises forenses de DNA mitocondrial está em seu restrito poder de discriminação, o que ocorre em virtude da ocorrência de haplótipos comuns na população. Pesquisas com DNA mitocondrial de caucasianos norte-americanos demonstram que o perfil mais comum está presente em cerca de 7% daquela população e outros 12 tipos ocorrem em mais de 0,5% das pessoas (Parsons e Coble, 2001). Dados relativos às freqüências destes haplótipos não são disponíveis para a população brasileira. Para utilização forense do DNA mitocondrial, seja ela com o fim de associar uma evidência a um suspeito ou de identificar a relação matrilinear entre indivíduos, o estabelecimento de um banco de dados de haplótipos das regiões HVI e HVII que seja representativo da população é indispensável. A partir do conhecimento da freqüência de um determinado haplótipo no banco de dados torna-se possível calcular a probabilidade de coincidência ao acaso entre dois haplótipos em situações onde tem-se evidências biológicas de uma cena de crime e amostras de um suspeito, ou em situações onde tem-se material de um indivíduo desaparecido e deseja-se associá-lo a alguém com o mesmo haplótipo. Quanto menor a probabilidade de coincidência ao acaso, maior a certeza que duas amostras ou são provenientes de um mesmo indivíduo ou representam a mesma matrilinhagem. Uma outra aplicação dos polimorfismos de DNA mitocondrial é a possibilidade de investigar um conjunto de polimorfismos que permita agrupar amostras em um determinado haplogrupo. Esta possibilidade tem sido investigada em outras populações que não a brasileira. Esta abordagem mostra-se de grande valia, permitindo a triagem quando se tem grande número de amostras e também aumentando o poder de discriminação quando associada ao sequenciamento de HVI e HVII. Adicionalmente, é possível se encontrar variações entre amostras de DNA mitocondrial em diferentes tecidos do mesmo indivíduo, principalmente naqueles portadores de doenças metabólicas relacionadas a esta molécula. Antes da aplicação forense deste material, é preciso caracterizar o grau de ocorrência deste fenômeno, conhecido como heteroplasmia, na população em questão (Holland e Parsons, 1999; Calloway e Reynolds, 1999). Além disto, a taxa de erro associado a replicação é maior em DNA mitocondrial, quando se compara com o DNA nuclear (Grover, Holland e Le Roux, 1999). Extraído de http://www.netlegis.com.br/index.jsp?arquivo=detalhesArtigosPublicados.jsp&cod2=360.
Doenças mitocondriais
Ver também
Referências
- ↑ Sutovsky et. al. 1999.
- Marianne Schwartz e John Vissing, "Paternal Inheritance of Mitochondrial DNA", New England Journal of Medicine, 22 de agosto de 2002; 347:576-580. [1]
- «"Mitochondria can be inherited from both parents"». , artigo da New Scientist sobre o estudo de Schwartz e Vissing;