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Dendrocygna

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaDendrocygna
Dendrocygna autumnalis
Dendrocygna autumnalis
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae
Gênero: Dendrocygna
Swainson, 1837
Espécies
Ver texto.

Dendrocygna é um género de aves anseriformes, que no Brasil são mais conhecidos como marreca. O gênero é parte da subfamília Dendrocygninae, parte da família Anatidae, que compreende aos patos, gansos e cisnes. Em outro esquema taxonômico, essas aves são consideradas parte de uma família separada chamada Dendrocygnidae. O O gênero inclui oito espécies listadas com ampla distribuição geográfica em regiões tropicais e subtropicais, sendo aves gregárias que vivem em grandes bandos. A plumagem é idêntica em ambos os sexos e, como tal, não apresentam dimorfismo sexual.[1]


A primeira descrição do gênero foi feita em 1758 por Carl Linnaeus na 10ª edição do Systema naturae: foram descritas a Marreca-cabocla(como Anas autumnalis, hoje Dendrocygna autumnalis) e a Marreca-das-Antilhas(como Anas arborea, hoje Dendrocygna arborea)[2]. Em 1837, William John Swainson mudou o nome do gênero para Dendrocygna para assim distinguir essas aves de outras aves aquáticas[3]. A espécie-tipo foi considerada a Marreca-errante(Dendrocyna arcuata), primeiramente nomeada por Thomas Horsfield como Anas arcuata[4].

A classificação taxonômica assim como de toda a ordem Anseriformes é complicada e disputada.[5] Sob a tradicional classificação proposta pelo ornitologista Jean Théodore Delacour, baseada em características morfológicas e comportamentais[6][5], as aves do gênero pertencem à tribo Dendrocygnini, dentro da família Anatidae e da subfamília Anserinae.

Em 1997, Bradley C. Livezey propôs que Dendrocygna vem de uma linhagem diferente e separada da Anserinae, colocando o gênero e sua tribo em sua própria família: Dendrocygninae. Em outra sugestão, Charles Sibley e Jon Edward Ahlquist recomendaram colocar Dendrocygna em sua própria família, Dendrocygnidae, com a inclusão do gênero Thalassornis[5].

Atualmente são reconhecidas oito espécies de marrecas do gênero Dendrocygna. No entanto, o Pato-de-dorso-branco, habitante da África e de Madagascar, foi considerado por Johnsgard como uma nona espécie distinta[7], em uma primeira proposta feita em 1960 considerou semelhanças comportamentais como embasamento. Depois, semelhanças anatômicas, o piado dos filhotes e proteínas das penas deram um suporte maior[8].

Uma analise molecular feita em 2009 também sugeriu que o Pato-de-dorso-branco estava no mesmo clado do gênero Dendrocygna[9]. Além das espécies aqui mencionadas, restos subfósseis de uma espécie extinta e não descrita anteriormente foram encontrados em Aitutaki das Ilhas Cook[10]

Imagem Nome científico Nome comum Distribuição Status de Conservação
Dendrocygna arborea
(Linnaeus, 1758)
Marreca-das-Antilhas É uma ave endêmica das Antilhas. NT IUCN[11]
Dendrocygna arcuata
(Horsfield, 1824)
Marreca-errante Habita áreas tropicais e subtropicais da Austrália, Filipinas, Borneo, Indonésia, Papua Nova Guiné e Ilhas do Pacífico. LC IUCN[12]
Dendrocygna autumnalis
(Linnaeus, 1758)
Marreca-cabocla É encontrada em quase toda a porção tropical das Américas. Desde o sudeste dos Estados Unidos até o Centro-Oeste Brasileiro e o norte da Argentina. LC IUCN[13]
Dendrocygna bicolor
(Vieillot, 1816)
Marreca-caneleira É uma espécie que se reproduz nas regiões tropicais. Está presente em grande parte do México e da América do Sul, nas Índias Ocidentais, no sul dos Estados Unidos, na África subsaariana e no subcontinente indiano. LC IUCN[14]
Dendrocygna eytoni
(Eyton, 1838)
Marreca-australiana É uma ave que habita a Austrália. LC IUCN[15]
Dendrocygna guttata
Schlegel, 1866
Marreca-malhada[16] Essa marreca vive na Indonésia, Nova Guiné e Filipinas, mas importantes populações em cativeiro podem ser encontradas em outras partes do mundo. LC IUCN[17]
Dendrocygna javanica
(Horsfield, 1821)
Marreca-de-Java Esta marreca vive no subcontinente indiano e no sudeste da Ásia LC IUCN[18]
Dendrocygna viduata
(Linnaeus, 1766)
Irerê Essa espécie habita a África subsaariana e grande parte da América do Sul. LC IUCN[19]

Referências

  1. Kenn Kaufman (2001). Lives of North American Birds. [S.l.]: Houghton Mifflin Harcourt. ISBN 0618159886-9780618159888 
  2. LINNÉ, Carl von (1758). «Aves anseres». Systema naturae. Holmiae, Impensis Direct. Laurentii Salvii. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  3. SWAINSON, William (1837). «Anatidae - Anserinae». On the Natural History and Classification of Birds, Volume 2. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  4. EYTON, Thomas Campbell) (1838). «Monograph». The Anatidae, or duck tribe. London, Longman, Orme, Brown, Green, & Longman and Eddowes, Shrewsbury. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  5. a b c DONNE-GOUSSÉA, Carole; LAUDET, Vincent; HÄNNI, Catherine (junho de 2002). «A molecular phylogeny of anseriformes based on mitochondrial DNA analysis». Molecular Phylogenetics and Evolution. ScienceDirect. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  6. JOHNSGARD, Paul (janeiro de 1965). «Handbook of Waterfowl Behavior: Tribe Dendrocygnini (Whistling Ducks)». Handbook of Waterfowl Behavior. Cornell University Press. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  7. JOHNSGARD, Paul (2010). «Waterfowl of North America». Waterfowl of North America, Revised Edition. University of Nebraska–Lincoln Libraries. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  8. JOHNSGARD, Paul (2010). «Tribe Dendrocygnini (Whistling or Tree Ducks)». Ducks, Geese, and Swans of the World. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  9. SOO HYUNG, Eo; BININDA-EMONDS, Olaf; CARROLL, John P. CARROLL (10 de julho de 2008). «A phylogenetic supertree of the fowls (Galloanserae, Aves)» (PDF). Fowl supertree. The Norwegian Academy of Science and Letters. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  10. STEADMAN, David W. (15 de outubro de 2006). «East Polynesia». Extinction and Biogeography of Tropical Pacific Birds. University of Chicago Press. Consultado em 5 de maio de 2022 (em inglês)
  11. BirdLife International (2019). «Dendrocygna arborea». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2019. Consultado em 28 de abril de 2022 
  12. BirdLife International (2012). «Dendrocygna arcuata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 28 de abril de 2022 
  13. BirdLife International (2012). «Dendrocygna autumnalis». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 28 de abril de 2022 
  14. BirdLife International (2016). «Dendrocygna bicolor». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22679746A92827620. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22679746A92827620.enAcessível livremente 
  15. BirdLife International (2012). «Dendrocygna eytoni». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 28 de abril de 2022 
  16. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  17. BirdLife International (2012). «Dendrocygna guttata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 28 de abril de 2022 
  18. BirdLife International (2012). «Dendrocygna javanica». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 28 de abril de 2022 
  19. BirdLife International (2012). «Dendrocygna viduata». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 28 de abril de 2022