Derby Club
O Derby Club foi um clube de turfe, esportes equestres e atividades sociais da cidade do Rio de Janeiro; localizado no terreno do atual Estádio do Maracanã.
História
[editar | editar código-fonte]O Derby Club foi organizado pelo engenheiro Dr. Paulo de Frontin em 1884. Para tal, o engenheiro adquiriu um terreno da viúva de Francisco José da Rocha Leão, a Baronesa de Itamaraty,dona Margarida Cândida Bernardes. Este terreno era contíguo ao palacete que serviu de residência ao Duque Saxe-Gota (primo do Conde D'Eu), casado com a princesa Leopoldina de Bragança irmã da princesa Isabel; tal residência também foi comprada com finalidade de servir como sede do Derby Club, posteriormente com a desapropriação do terreno, realizada pelo governo, o palacete foi usado como primeira sede do Museu do Índio, museu este transferido posteriormente para bairro de Botafogo, ficando com isso o casarão abandonado até ser ocupado por indígenas e transformado na Aldeia Maracanã.[1][2][3][4]
O hipódromo da instituição recebeu o nome de Prado do Itamaraty.[5] Separado pelo Rio Maracanã, o terreno do Derby era vizinho ao prado do Turf Club, local onde atualmente fica o campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)[1]
O Derby Club fez sua primeira reunião em 2 de agosto de 1885, com 82 animais inscritos em nove páreos, número até então não atingido em toda a América do Sul. Foi o grande acontecimento social do ano e a ele estiveram presentes Suas Majestades Imperiais, D. Pedro II e D. Thereza Christina e mais 10.000 pessoas, aproximadamente. O cavalo castanho Aymoré, de propriedade da Coudelaria Aliança e montado por Athur Oliveira foi o vencedor da primeira prova disputada no Derby Club. Inovador e à frente do seu tempo, logo em sua primeira corrida fez funcionar um cronógrafo elétrico, destinado a marcar com precisão o tempo de cada páreo.[6]
Em julho de 1889, quatro anos após sua fundação, o Derby Club inaugurou no centro da cidade a sua sede social, na Praça da Constituição, a atualmente denominada Praça Tiradentes.[6][7] Posteriormente a sede seria transferida para um edifício luxuoso na recém-inaugurada Avenida Central, esquina com Rua Heitor de Melo; localizava-se ao lado do atual Museu Nacional de Belas Artes.[1]
O principal concorrente do Derby Club era o Jockey Club, criado em 1868 com um hipódromo, então localizado no bairro suburbano do Rocha, proximidades do Engenho Novo; era o chamado Prado Fluminense.[1] Em torno da década de 1910 o Jockey Club começou a construir a ideia de um novo hipódromo na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro), sobre o aterro realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas ao lado do Jardim Botânico, na Gávea. Em 1926 o Jockey Club iniciou suas corridas neste que inicialmente denominou-se Hipódromo Brasileiro, e que depois passou a ser denominado Hipódromo da Gávea.[6]
O Derby Club continuava com suas corridas no Prado Itamaraty, localizado Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro), que passaram a ser preteridas em relação ao concorrente por apresentar uma programação enfraquecida. Com a necessidade do Jockey Club captar mais recursos as corridas passaram a ser simultâneas. Porém, com as duas entidades concorrendo pelas apostas no mesmo dia, ambas sofriam prejuízos. Assim, o Derby, com patrimônio livre, mas com diminuição das apostas, e o Jockey, com bom volume de apostas, mas que não cobriam o endividamento consequente da construção do novo hipódromo, decidiram se juntar. A popularidade foi declinando e, depois de passar por grande crise na década de 1920, o Derby Clube acabou, em 1932, deixando seu prado, se unindo com o Jockey Clube e se transferindo para o novo e luxuoso Hipódromo da Gávea. Em 1932 os dois principais clubes turfísticos da cidade do Rio de Janeiro fundiram-se, constituindo o Jockey Club Brasileiro com corridas no Hipódromo Brasileiro, do Jockey Club; no ano seguinte ocorreria o primeiro Grande Prêmio Brasil sacramentando a união das instituições. O antigo hipódromo do Derby foi mais tarde destruído e deu lugar para a construção do Estádio do Maracanã.[5]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- COSTA, Cássio. O turfe de outrora. Rio de Janeiro: Vida Turfista, 1961.
- Pimentel, Fortunato. 1950. Ed Gráfica Sta Terezinha, Porto Alegre. pp 14-18. J. F. de Assis Brasil- Emérito Agricultor.
- , Suplemento Esportivo do Jornal A Noite , 21 de julho de 1951 pp 4-6 ; digitalizada pela Biblioteca Nacional.
Referências
- ↑ a b c d «História do Jockey Club e Corridas de Cavalo no Rio de Janeiro». site do Rio de Janeiro Aqui. Consultado em 18 de abril de 2021
- ↑ ADUFRJ (22 de Janeiro de 2013). «Museu está ligado à história indígena». Consultado em 6 de abril de 2013
- ↑ Felipe Werneck/A Tarde (24 de janeiro de 2013). «Marta defende preservação do Museu do Índio no Rio». Consultado em 6 de abril de 2013
- ↑ «JFRJ promove audiência pública com grupos indígenas». Consultado em 6 de abril de 2013
- ↑ a b «Derby Club». site Patrimônio Esportivo. Consultado em 18 de abril de 2021
- ↑ a b c «A tradição do Derby Club». site do Jockey Club Brasileiro. 12 de outubro de 2019. Consultado em 18 de abril de 2021
- ↑ CARVALHO, Ney O. R. (1998). Livro Jockey Club Brasileiro 130 anos – Rio de Janeiro Um século e meio de turfe. Rio de Janeiro: Imprinta/Jockey Club Brasileiro. 234 páginas