Derby Club

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Derby Club foi um clube de turfe, esportes equestres e atividades sociais da cidade do Rio de Janeiro; localizado no terreno do atual Estádio do Maracanã.

História[editar | editar código-fonte]

O Derby Club foi organizado pelo engenheiro Dr. Paulo de Frontin em 1884. Para tal, o engenheiro adquiriu um terreno da viúva de Francisco José da Rocha Leão, a Baronesa de Itamaraty,dona Margarida Cândida Bernardes. Este terreno era contíguo ao palacete que serviu de residência ao Duque Saxe-Gota (primo do Conde D'Eu), casado com a princesa Leopoldina de Bragança irmã da princesa Isabel; tal residência também foi comprada com finalidade de servir como sede do Derby Club, posteriormente com a desapropriação do terreno, realizada pelo governo, o palacete foi usado como primeira sede do Museu do Índio, museu este transferido posteriormente para bairro de Botafogo, ficando com isso o casarão abandonado até ser ocupado por indígenas e transformado na Aldeia Maracanã.[1][2][3][4]

O hipódromo da instituição recebeu o nome de Prado do Itamaraty.[5] Separado pelo Rio Maracanã, o terreno do Derby era vizinho ao prado do Turf Club, local onde atualmente fica o campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)[1]

O Derby Club fez sua primeira reunião em 2 de agosto de 1885, com 82 animais inscritos em nove páreos, número até então não atingido em toda a América do Sul. Foi o grande acontecimento social do ano e a ele estiveram presentes Suas Majestades Imperiais, D. Pedro II e D. Thereza Christina e mais 10.000 pessoas, aproximadamente. O cavalo castanho Aymoré, de propriedade da Coudelaria Aliança e montado por Athur Oliveira foi o vencedor da primeira prova disputada no Derby Club. Inovador e à frente do seu tempo, logo em sua primeira corrida fez funcionar um cronógrafo elétrico, destinado a marcar com precisão o tempo de cada páreo.[6]

Em julho de 1889, quatro anos após sua fundação, o Derby Club inaugurou no centro da cidade a sua sede social, na Praça da Constituição, a atualmente denominada Praça Tiradentes.[6][7] Posteriormente a sede seria transferida para um edifício luxuoso na recém-inaugurada Avenida Central, esquina com Rua Heitor de Melo; localizava-se ao lado do atual Museu Nacional de Belas Artes.[1]

O principal concorrente do Derby Club era o Jockey Club, criado em 1868 com um hipódromo, então localizado no bairro suburbano do Rocha, proximidades do Engenho Novo; era o chamado Prado Fluminense.[1] Em torno da década de 1910 o Jockey Club começou a construir a ideia de um novo hipódromo na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro), sobre o aterro realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas ao lado do Jardim Botânico, na Gávea. Em 1926 o Jockey Club iniciou suas corridas neste que inicialmente denominou-se Hipódromo Brasileiro, e que depois passou a ser denominado Hipódromo da Gávea.[6]

O Derby Club continuava com suas corridas no Prado Itamaraty, localizado Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro), que passaram a ser preteridas em relação ao concorrente por apresentar uma programação enfraquecida. Com a necessidade do Jockey Club captar mais recursos as corridas passaram a ser simultâneas. Porém, com as duas entidades concorrendo pelas apostas no mesmo dia, ambas sofriam prejuízos. Assim, o Derby, com patrimônio livre, mas com diminuição das apostas, e o Jockey, com bom volume de apostas, mas que não cobriam o endividamento consequente da construção do novo hipódromo, decidiram se juntar. A popularidade foi declinando e, depois de passar por grande crise na década de 1920, o Derby Clube acabou, em 1932, deixando seu prado, se unindo com o Jockey Clube e se transferindo para o novo e luxuoso Hipódromo da Gávea. Em 1932 os dois principais clubes turfísticos da cidade do Rio de Janeiro fundiram-se, constituindo o Jockey Club Brasileiro com corridas no Hipódromo Brasileiro, do Jockey Club; no ano seguinte ocorreria o primeiro Grande Prêmio Brasil sacramentando a união das instituições. O antigo hipódromo do Derby foi mais tarde destruído e deu lugar para a construção do Estádio do Maracanã.[5]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d «História do Jockey Club e Corridas de Cavalo no Rio de Janeiro». site do Rio de Janeiro Aqui. Consultado em 18 de abril de 2021 
  2. ADUFRJ (22 de Janeiro de 2013). «Museu está ligado à história indígena». Consultado em 6 de abril de 2013 
  3. Felipe Werneck/A Tarde (24 de janeiro de 2013). «Marta defende preservação do Museu do Índio no Rio». Consultado em 6 de abril de 2013 
  4. «JFRJ promove audiência pública com grupos indígenas». Consultado em 6 de abril de 2013 
  5. a b «Derby Club». site Patrimônio Esportivo. Consultado em 18 de abril de 2021 
  6. a b c «A tradição do Derby Club». site do Jockey Club Brasileiro. 12 de outubro de 2019. Consultado em 18 de abril de 2021 
  7. CARVALHO, Ney O. R. (1998). Livro Jockey Club Brasileiro 130 anos – Rio de Janeiro Um século e meio de turfe. Rio de Janeiro: Imprinta/Jockey Club Brasileiro. 234 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]