Dinopithecus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaDinopithecus
Ocorrência: PliocenoPleistoceno

Estado de conservação
Extinta
Extinta
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primatas
Subordem: Haplorrhini
Infraordem: Simiiformes
Família: Cercopithecidae
Subfamília: Cercopithecinae
Tribo: Papionini
Género: daggerDinopithecus
Broom, 1937
Espécie: daggerD. ingens
Nome binomial
'daggerDinopithecus ingens'
Broom, 1937

Dinopithecus (do grego δεινός πίθηκος deinos pithekos, lit. "macaco terrível") é um gênero extinto de grandes primatas proximamente relacionados aos babuínos que viveu do Plioceno ao Pleistoceno na África do Sul.[1][2] Ele foi nomeado pelo paleontólogo escocês Robert Broom em 1937.[3] A única espécie atualmente reconhecida é Dinopithecus ingens, tendo D. quadratirostris sido realocada ao gênero Soromandrillus.[4] Ele foi descoberto em diversas cavernas na África do Sul, todos do início do Pleistoceno, incluindo Skurweberg, Swartkrans e Sterkfontein.[1][2][5]

Descrição[editar | editar código-fonte]

Dinopithecus ingens tinha aproximadamente o dobro do tamanho dos babuínos modernos, com machos pesando cerca de 46kg e fêmeas pesando cerca de 29kg, segundo estimativas baseadas nosdentes molares.[6] Em alguns casos, foi estimado que os machos chegariam à maturidade com um peso de cerca de 77kg.[6] A característica mais distintiva do gênero é seu grande porte com comparação a outros gêneros da tribo Papionini. As únicas outras espécies da tribo a alcançarem um tamanho similar foram Theropithecus brumpti e Theropithecus oswaldi.[6] Estas, entretanto, eram muito diferentes de Dinopithecus em sua morfologia dentária.[2] No geral, seu crânio é similar ao dos babuínos modernos, mas sem as fossas faciais (depressões nos lados do focinho e da mandíbula inferior) e as protuberâncias maxilares (protuberâncias ósseas que ocorrem nos lados superiores do focinho).[2][4] Por isso, Dinopithecus é por vezes classificado como um subgênero de Papio.[2][7]

Paleoecologia[editar | editar código-fonte]

A maior parte das espécies da tribo Papionini é onívora, consumindo um grande leque de partes digestíveis de plantas, especialmente frutas, bem como insetos e outros invertebrados, e pequenos vertebrados.[8] Uma análise dos isótopos de carbono de amostras de seu esmalte dentário revelou que Dinopithecus consumia a menor porção de grama e outros alimentos da savana entre todos os primatas sul-africanos.[9] Análises dos padrões de microdesgaste dos dentes molares mostraram que eles eram similares àqueles do atual babuíno-amarelo (Papio cynocephalus), sugerindo uma dieta variada e eclética.[10] Um estudo das adaptações dos molares sugeriu que D. ingens consumia uma grande porcentagem de frutas e relativamente pouca folhagem.[11]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Freedman, Leonard (1957). «The fossil Cercopithecoidea of South Africa». Annals of the Transvaal Museum. 23: 121–257 
  2. a b c d e Szalay, Frederick S. (1979). Evolutionary history of the primates. Eric Delson. New York: Academic Press. OCLC 5008038 
  3. Broom, Robert (1937). «On some new Pleistocene mammals from limestone caves of the Transvaal». South African Journal of Science. 33: 750–768 
  4. a b Gilbert, Christopher C. (maio de 2013). «Cladistic analysis of extant and fossil African papionins using craniodental data». Journal of Human Evolution (em inglês) (5): 399–433. doi:10.1016/j.jhevol.2013.01.013. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  5. Eric, Delson (1984). «Cercopithecid biochronology of the African Plio-Pleistocene: correlation among eastern and southern hominid-bearing localities». Courier Forschungsinstitut Senckenberg. 69: 199–218 
  6. a b c Delson, Eric; Terranova, Carl J.; Jungers, William J.; Sargis, Eric J.; Jablonski, Nina G.; Dechow, Paul C. (2000). «Body mass in Cercopithecidae (Primates, Mammalia): estimation and scaling in extinct and extant taxa». Anthropological Papers of the American Museum of Natural History. 83: 1–159 
  7. Gilbert, Christopher C.; Frost, Stephen R.; Pugh, Kelsey D.; Anderson, Monya; Delson, Eric (setembro de 2018). «Evolution of the modern baboon (Papio hamadryas): A reassessment of the African Plio-Pleistocene record». Journal of Human Evolution (em inglês): 38–69. doi:10.1016/j.jhevol.2018.04.012. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  8. Fleagle, John G. (2013). Primate adaptation and evolution 3rd ed ed. Amsterdam: Elsevier/Academic Press. OCLC 820107187 
  9. Codron, Daryl; Luyt, Julie; Lee-Thorp, Julia; Sponheimer, Matt; de Ruiter, Darryl; Codron, Jacqui (2005). «Utilization of savanna-based resources by Plio-Pleistocene baboons». South African Journal of Science. 101: 245–248 
  10. El-Zaatari, Sireen; Grine, Frederick E.; Teaford, Mark F.; Smith, Heather F. (agosto de 2005). «Molar microwear and dietary reconstructions of fossil cercopithecoidea from the Plio-Pleistocene deposits of South Africa». Journal of Human Evolution (em inglês) (2): 180–205. doi:10.1016/j.jhevol.2005.03.005. Consultado em 24 de agosto de 2021 
  11. Benefit, Brenda R. (1999). «Victoriapithecus: The key to Old World monkey and catarrhine origins». Evolutionary Anthropology: Issues, News, and Reviews (em inglês) (5): 155–174. ISSN 1520-6505. doi:10.1002/(SICI)1520-6505(1999)7:5<155::AID-EVAN2>3.0.CO;2-D. Consultado em 24 de agosto de 2021 
Ícone de esboço Este artigo sobre Primatas pré-históricos, integrado ao WikiProjeto Primatas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.