Eleição parlamentar na Albânia em 1992
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Todos os 140 assentos do Parlamento da Albânia 71 assentos necessários para maioria | |||||||||||||||||||||||||||||||
Comparecimento | 89.86% 8.74% | ||||||||||||||||||||||||||||||
Lista com partidos que ganharam assentos. Confira o resultado abaixo.
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A eleição parlamentar albanesa de 1992 foi realizada em 22 de março e consistiu no 2º pleito eleitoral realizado no país desde sua redemocratização em 1991.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Diante do cenário de instabilidade social que caracterizou o período de transição do regime comunista unipartidário comandado pelo PPSh para uma democracia representativa pluripartidária na Albânia, a eleição parlamentar de 1991 acarretou um impasse político ocasionado pela elevada divisão demonstrada pelo eleitorado albanês: enquanto a população dos centros urbanos, minoria do eleitorado, votou em peso nos partidos de oposição (mais especificamente no recém-fundado PDSh, de centro-direita), a população das zonas rurais, maioria do eleitorado, ainda manteve fidelidade partidária ao PPSh, o que resultou na vitória dos comunistas por maioria absoluta.[1]
A oposição não aceitou de bom grado o resultado eleitoral e convocou uma série de protestos e greves contra o governo eleito. O primeiro-ministro à época, Fatos Nano, membro da ala mais reformista do PPSh, buscou implementar reformas estruturais que promovessem aberturas política e econômica capazes de conduzir o país para a democracia e a economia de mercado, porém de uma forma lenta e gradual, que não implicasse em uma saída dos comunistas do poder.
Tal postura política irritou o PDSh, que passou a liderar um boicote nas votações de projetos propostos pelo governo comunista no Parlamento da Albânia, forçando a substituição do gabinete de Fatos Nano por um governo de salvação nacional liderado inicialmente por Ylli Bufi e depois por Vilson Ahmeti. Ainda sob a liderança de Nano, o Partido do Trabalho da Albânia alterou sua denominação para Partido Socialista da Albânia e também passou a defender a economia de mercado.
O país, por sua vez, também alterou sua denominação oficial: eliminaram-se os adjetivos Socialista e Popular, passando oficialmente a constituir-se como República da Albânia. As forças políticas que integravam o novo governo de transição alcançaram um consenso ao decidirem antecipar a eleição parlamentar para março do ano seguinte.
Resultados eleitorais
[editar | editar código-fonte]Partido | Votos | % | Cadeiras | +/– | |
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Partido Democrático da Albânia | 1 046 193 | 57.61 | 92 | 17 | |
Partido Socialista da Albânia | 433 602 | 23.87 | 38 | 169 | |
Partido Social-Democrata da Albânia | 73 820 | 4.06 | 7 | Novo | |
Partido Republicano da Albânia | 52 477 | 2.89 | 1 | 1 | |
Partido da Unidade pelos Direitos Humanos | 48 923 | 2.69 | 2 | 3 | |
Total de votos válidos | 1 655 015 | 91.13 | – | – | |
Votos inválidos (brancos e nulos) | 161 127 | 8.87 | |||
Total de votos registrados | 1 816 142 | 100 | |||
Eleitorado apto a votar | 2 021 169 | 89.08 |
Repercussão e análise
[editar | editar código-fonte]Confirmando uma tendência de mudança política abertamente manifestada por segmentos diversos da sociedade albanesa, o PDSh obteve uma grande vitória eleitoral, conquistando 57,61% dos votos válidos e elegendo 92 deputados, condição que garantiu ao partido a maioria absoluta, facilitada diante da redução do número de cadeiras sofrida pelo Parlamento da Albânia: de 250 para 140 deputados. Com o resultado, Aleksandër Meksi tornou-se o novo primeiro-ministro e Sali Berisha foi eleito presidente em eleição indireta realizada no mesmo ano entre as novas bancadas parlamentares eleitas.[2]
Referências
- ↑ «ALBANIA: parliamentary elections Kuvendi Popullor, 1991». archive.ipu.org. Consultado em 29 de maio de 2022
- ↑ «ALBANIA: parliamentary elections Kuvendi Popullor, 1992». archive.ipu.org. Consultado em 29 de maio de 2022