Escola Secundária Josina Machel

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Escola Secundária Josina Machel
ESJM
Escola Secundária Josina Machel
Entrada principal da Escola Secundária Josina Machel à Avenida Patrice Lumumba.
Informação
Localização  Moçambique
Tipo de instituição Escola pública de ensino secundário
Abertura 1911 (113 anos)
Diretor(a) Armindo Mutimba[1]
Número de estudantes 7.874[2] (2008)

A Escola Secundária Josina Machel (ESJM) é uma escola secundária moçambicana sediada na capital Maputo. É situada entre a Avenida Patrice Lumumba e 24 de Julho no bairro de Polana no centro da cidade[3].

A escola foi fundada em 1911, passando por diversos estágios e nomes até que, no pós-independência, ganha a denominação "Josina Machel", prestando homenagem a uma das figuras femininas mais proeminentes da história do país.

É a maior escola do país em número de alunos e também em estrutura física[2].

História[editar | editar código-fonte]

O percurso da Escola Secundária Josina Machel começou ainda nos primórdios da República Portuguesa, numa altura em que não haviam escolas secundárias nas colónias (com notável exceção de Cabo Verde, Goa e Macau), sendo que os jovens que desejavam completar seus estudos precisavam obrigatoriamente rumar para a metrópole.

Fundação[editar | editar código-fonte]

No ano de 1911 Portugal dá o primeiro impulso para a criação de escolas secundárias nas colónias; na África Oriental Portuguesa é criada, neste mesmo ano, em Maputo, a Escola Comercial e Industrial 5 de Outubro[4], em alusão ao primeiro aniversário da implantação da República Portuguesa[5]. Em 1918 a escola muda de nome pela primeira vez, passando a denominar-se Liceu 5 de Outubro de Lourenço Marques[6], funcionando nesse período no Palacete do Largo Serpa Pinto[7].

No início do ano lectivo de 1920, mudaram-se as instalações para um edifício na Avenida 24 de Julho. Neste edifício, que sofreu diversos melhoramentos e sucessivas ampliações, se conservou até mudar, em 1952, para o edifício que ocupa actualmente[5].

Em 5 de Outubro de 1937 a instituição de ensino mudou mais uma vez de nome, passando a chamar-se Liceu Nacional Salazar, na data em que foi anunciado que o Liceu ganharia novas e maiores instalações[5].

Até o início da década de 1950 o Liceu matriculava somente meninos, brancos e mestiços (ainda não aceitava negros[8]). O primeiro negro a estudar na instituição foi Joaquim Chissano, no ano de 1951[9].

Novas instalações[editar | editar código-fonte]

Em 6 de Outubro de 1952 o Liceu Nacional Salazar ganha novas instalações[7]; com isto a instituição foi dividida em duas, que ocupavam o mesmo edifício: a ala direita era o sector masculino (chamado Liceu Salazar) e a ala esquerda era o sector feminino (chamado Liceu Dona Ana da Costa Portugal).

O Liceu comportava já, no ano lectivo de 1952-1953, uma frequência de 956 alunos, dispostos em trinta e duas turmas e quarenta e dois professores[7].

Esta estrutura administrativa, de dois liceus em um edifício, foi conservada até 1968, quando passou a denominar-se novamente Liceu 5 de Outubro[7], congregando, pela primeira vez, turmas mistas.

Pós-independência[editar | editar código-fonte]

Pouco depois da independência, em 1976[5], a instituição perdeu definitivamente o nome "liceu", passando a denominar-se Escola Secundária Josina Machel (ESJM), passando, obviamente, à tutela do governo da nova República.

Com o passar do tempo o Edifício Liceu, que comporta a ESJM foi-se degradando, de tal forma que se tornou incómoda a permanência no recinto da escola. Este veio a ser reconstruído no ano de 1994, apadrinhada pelo Governo da República de Moçambique, conservando a característica arquitectónica que antes o caracterizou. O edifício foi reinaugurado em 1996[10]

Na década de 2010 a ESJM passou a enfrentar um aumento de ocorrências de violência, registrando muitas denúncias de bullying[11], consumo de bebidas alcoólicas e entorpecentes. O auge dessa onda de violência deu-se com um caso de esfaqueamento dentro das dependências da escola, em setembro de 2016, o que deixou todo o país alarmado[12].

No mesmo período também passou a enfrentar problemas de reprovação em massa nos exames finais[13]

Desporto e olimpíadas[editar | editar código-fonte]

A ESJM vêm destacando-se, anos após ano, em competições esportivas[14], artísticas e académicas[15], sendo sucessivas vezes campeã.

Alunos famosos[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Escola S. Josina Machel aquém das metas de matriculados. Yentelelo. 9 de Janeiro de 2017
  2. a b Escola Secundária Josina Machel. PanAfrican Research Agenda on the Pedagogical Integration of ICTs. 2017
  3. Santos, Nobre Roque dos. Estruturadores do discurso na aula de Português. Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro. 2010
  4. Albino, Inocêncio. 100 anos de dedicação à história natural. Verdade. 11 Julho 2013
  5. a b c d Maputo desaparecido: Liceu 5 de Outubro na Av 24 de Julho. Blog House of Maputo. 3 de outubro de 2015
  6. Cronologia de Moçambique. Fórum Malhanga. 2004
  7. a b c d Historial da Escola Secundaria Josina Machel- Maputo. Blog Jovem da Josina. 7 de julho de 2010
  8. Alfredo, Justino Manuel. The Book of Ruth from a Lomwe Perspective: ḤESED AND IKHARARI. University of Bamberg Press. 2013
  9. Biografia: Joaquim Chissano, ex-Presidente da República de Moçambique. SAPO Notícias de Moçambique. 20 de Junho de 2012
  10. Chissano "re-inaugura" a Escola Secundaria Josina Machel (Recordando). Blog Macua. 2011
  11. Tsandzana, Dércio. SELO: Caso da Escola Secundária Josina Machel, uma gota no oceano!. Hora da Verdade. 11 Outubro 2016
  12. Alunos esfaqueiam-se na "Josina Machel". Jornal Domingo. 18 de setembro de 2016
  13. Reprovações massivas nos exames da 10ª e 12ª classe. Magazine Independente. 2015
  14. Ode à campeã, Josina Machel!. O País. 1º de Novembro de 2010
  15. Josina Machel e Quisse Mavota representam cidade de Maputo. Jornal Amviro. 13 de outubro de 2016