Manuel dos Santos (toureiro): diferenças entre revisões
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Um ano depois, mais precisamente em [[26 de junho]] de [[1947]], debutava como novilheiro na praça de [[Badajoz]]. Nessa tarde cortou três orelhas e um rabo aos dois toiros que lhe foram apresentados e saiu levado em ombros, perante uma multidão rendida. Esta seria apenas a primeira exibição em que teria tal efeito no público. Na mesma temporada, apresentou-se também em [[Portugal]] já como novilheiro. |
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Ao apresentar-se em cinco tardes seguidas na [[Monumental de Barcelona]], onde saiu duas vezes em ombros, torna-se uma promessa evidente. A ascensão será fulgurante. No dia [[14 de dezembro]] de [[1947]] está no [[México]] para tomar a alternativa de matador de toiros na [[El Toreo]], [[Cidade do México]], tendo como padrinho [[Fermín Espinosa "Armillita"]]<ref>http://www.cm-golega.pt/concelho/historia/item/175-manuel_santos</ref> e [[Carlos Arruza]] como testemunha. O toiro de Pastejé que lhe foi cedido, ''Vanidoso'' de nome, pregar-lhe-ia uma violenta cornada<ref>[http://www.mcnbiografias.com/app-bio/do/show?key=santos-pires-manuel-dos MCN]</ref>. Com o [[fémur]] partido<ref>http://www.cm-golega.pt/concelho/historia/item/175-manuel_santos</ref>, a experiência foi aziaga o suficiente para Manuel dos Santos decidir renunciar à alternativa. |
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Voltaria a tomá-la na Real Maestranza de [[Sevilha]], a [[15 de agosto]] do ano seguinte. Teve como padrinho [[Manuel Jiménez Moreno "Chicuelo"]] e como testemunha [[Manuel Álvarez Pruaño "El Andaluz"]]<ref>[http://www.mcnbiografias.com/app-bio/do/show?key=santos-pires-manuel-dos MCN]</ref>. , lidando o touro ''Verdón'', da ganadaria Marquês de Villamarta<ref>http://www.taurodromo.com/noticia/2013-outubro/8744-manuel-dos-santos-figura-emblematica-da-tauromaquia-portuguesa-do-sec-xx</ref>. |
Voltaria a tomá-la na Real Maestranza de [[Sevilha]], a [[15 de agosto]] do ano seguinte. Teve como padrinho [[Manuel Jiménez Moreno "Chicuelo"]] e como testemunha [[Manuel Álvarez Pruaño "El Andaluz"]]<ref>[http://www.mcnbiografias.com/app-bio/do/show?key=santos-pires-manuel-dos MCN]</ref>. , lidando o touro ''Verdón'', da ganadaria Marquês de Villamarta<ref>http://www.taurodromo.com/noticia/2013-outubro/8744-manuel-dos-santos-figura-emblematica-da-tauromaquia-portuguesa-do-sec-xx</ref>. |
Revisão das 18h33min de 26 de maio de 2016
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Manuel dos Santos (toureiro) | |
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Nascimento | 11 de fevereiro de 1925 Lisboa, Portugal |
Morte | 18 de fevereiro de 1973 Lisboa |
Profissão | Matador de Toiros |
Serviço militar | |
País | Portugal |
Manuel dos Santos ComM (Lisboa, 1925 — Lisboa, 1973) foi um matador de touros português.
O mais consagrado toureiro a pé português[1], Manuel dos Santos recebeu o nome do avô, o bandarilheiro Manuel dos Santos “Passarito”, que o criou na Golegã. O ambiente da terra, a influência de familiares ligados à arte de tourear e a existência de várias ganadarias na região, fizeram com que se apresentasse em público com apenas 13 anos. Tratava-se apenas de uma vacada, mas chamou a atenção do bandarilheiro Patrício Cecílio[2]. Cecílio tornar-se-ia o seu mestre e o jovem aprendiz de toureiro o primeiro discípulo da chamada Escola de Toureio da Golegã.
Embora alimentasse o sonho de se tornar matador de toiros, Manuel dos Santos começou por tomar a alternativa de bandarilheiro, que lhe concedeu Alfredo dos Santos, na Monumental do Campo Pequeno, a 26 de julho de 1944. Para não deixar os estudos na Escola Comercial de Tomar, só em 1946 se deixaria levar pela paixão. Nesse ano partiu para Sevilha preparando-se intensamente para iniciar o trajeto rumo à alternativa de matador.
Um ano depois, mais precisamente em 26 de junho de 1947, debutava como novilheiro na praça de Badajoz. Nessa tarde cortou três orelhas e um rabo aos dois toiros que lhe foram apresentados e saiu levado em ombros, perante uma multidão rendida. Esta seria apenas a primeira exibição em que teria tal efeito no público. Na mesma temporada, apresentou-se também em Portugal já como novilheiro.
Ao apresentar-se em cinco tardes seguidas na Monumental de Barcelona, onde saiu duas vezes em ombros, torna-se uma promessa evidente. A ascensão será fulgurante. No dia 14 de dezembro de 1947 está no México para tomar a alternativa de matador de toiros na El Toreo, Cidade do México, tendo como padrinho Fermín Espinosa "Armillita"[3] e Carlos Arruza como testemunha. O toiro de Pastejé que lhe foi cedido, Vanidoso de nome, pregar-lhe-ia uma violenta cornada[4]. Com o fémur partido[5], a experiência foi aziaga o suficiente para Manuel dos Santos decidir renunciar à alternativa.
Voltaria a tomá-la na Real Maestranza de Sevilha, a 15 de agosto do ano seguinte. Teve como padrinho Manuel Jiménez Moreno "Chicuelo" e como testemunha Manuel Álvarez Pruaño "El Andaluz"[6]. , lidando o touro Verdón, da ganadaria Marquês de Villamarta[7].
Apresentou-se para a confirmação em Las Ventas, Madrid, em 9 de junho de 1949, com Pepín Martín Vázquez de padrinho e Agustín Parra Dueñas "Parrita" como testemunha. Lidou o Rosuelo, de Arturo Sánchez Cobaleda[8].
Nos anos seguintes, atuou em Portugal e Espanha mas também na América Latina, em países como o México, a Colômbia e a Venezuela, onde a herança latina deixara o apreço pela festa dos touros. Ainda no México, país onde gozou de enorme popularidade e lhe deram o apodo de El lobo Portugués, recebeu o prestigiado prémio Rosa Guadalupana, a 29 de janeiro de 1950, na Plaza México. Em 1950 é o mais solicitado matador do mundo, liderando o escalafón dessa temporada, chegando assim a um patamar nunca alcançado por outro toureiro a pé português.
Efetivamente, o ano de 1950 traz-lhe a consagração e coloca-o ao lado de portugueses tão famosos como Amália Rodrigues e Eusébio Ferreira[9]. A corrida de touros era, nesta altura, um dos cartões de visita do país no estrangeiro. «Touros e só/ Não há nada/ Que uma toirada com mais emoção!/ Não há festa com mais cor/ Que mais fale ao coração!», cantava Amália Rodrigues no filme Sangue Toureiro, onde fazia par romântico com Diamantino Viseu. Viseu era rival de arenas de Manuel dos Santos e foi com ele quem formou o cartel mais disputado de sempre do toureio a pé em Portugal[10] [11]. O próprio Manuel dos Santos fora também protagonista de um filme inspirado na sua vida, Sol e toiros, realizado em 1949 pelo espanhol José Buchs, e que contou igualmente com a participação de Amália.
A celebridade não impediu Manuel dos Santos de ser preso em 1951, ao exercer, a 3 de junho desse ano, a função de matador no Campo Pequeno. Nessa noturna, encerrou a estoque a lide do Ribatejano, da ganadaria Assunção Coimbra, tendo sido o primeiro matador português a fazê-lo numa praça nacional. Passou a noite na prisão, de onde saiu mediante o pagamento de uma caução, mas acabou por ser absolvido no julgamento que se seguiu[12].
Toureiro raçudo, mas com estilo, inventou a dossantina, um novo passo de muleta. Do seu admirável percurso constaria ainda a atuação, no México em três corridas no mesmo dia, nas praças de Morelia, Cidade do México e Acapulco[13], em mano-a-mano com o mítico Carlos Arruza; e a assistência de mais de 88 mil espetadores, numa corrida realizada no Estádio Gelora Bung Karno, em Jacarta, Indonésia.
Algumas cornadas violentas e duas operações a meniscos provocaram, em 1953, a sua retirada das arenas. A 25 de fevereiro de 1954 casou, no México, com Dª Gloria Elena Díez, de quem teve um filho, o dr. Manuel Jorge Díez dos Santos, médico veterinário na região de Tomar e empresário agrícola, de serviços e eventos, que lhe viria a dar duas lindas netas (Madalena e Diana) e um neto, mais outro Manuel Jorge dos Santos, os quais o matador porém nunca chegou a conhecer, por ter morrido demasiado cedo.
Sendo o amor aos touros inevitável, regressou em 1960. Embora com menor frequência, atou até 1972 em algumas corridas e em festivais de beneficência. Nunca deixou de estar ligado à festa: explorou a Sociedade Campo Pequeno e outras praças do país; criou a Ganadaria Porto Alto, no distrito de Santarém.
Em Espanha foi distinguido como cavaleiro da Ordem de Isabel a Católica. Em Portugal seria agraciado com o grau de comendador da Ordem de Benemerência e, a título póstumo, com a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas[14].
Sofrendo um acidente de viação próximo de Vendas Novas, quando regressava de uma visita à sua ganadaria, acabou por falecer no Hospital Particular de Lisboa, em 18 de fevereiro de 1973.
Referências
- ↑ http://www.cm-golega.pt/concelho/historia/item/175-manuel_santos
- ↑ http://www.cm-golega.pt/concelho/historia/item/175-manuel_santos
- ↑ http://www.cm-golega.pt/concelho/historia/item/175-manuel_santos
- ↑ MCN
- ↑ http://www.cm-golega.pt/concelho/historia/item/175-manuel_santos
- ↑ MCN
- ↑ http://www.taurodromo.com/noticia/2013-outubro/8744-manuel-dos-santos-figura-emblematica-da-tauromaquia-portuguesa-do-sec-xx
- ↑ MCN
- ↑ rtp.pt. «Manuel dos Santos - Grandes Portugueses»
- ↑ «A rivalidade entre Diamantino e Manuel». Toureio.no.sapo.pt. Consultado em 12 de março de 2015
- ↑ «Toureiros: el matador». Correio da Manhã. Consultado em 12 de março de 2015
- ↑ http://www.taurodromo.com/phistoria/2012-agosto/6551-manuel-dos-santos-estoqueia-o-toiro-ribatejanoem-lisboa
- ↑ http://afestamaisculta.blogspot.pt/2010/02/manuel-dos-santos-nasceu-ha-85-anos.html
- ↑ rtp.pt. «Manuel dos Santos - Grandes Portugueses»