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Um açougueiro grego, de nome Yanaki, que havia financiado Patrona Halil durante os três dias da insurreição, obteve em troca o cargo de Hospodar da Moldávia. A insolência dos chefes rebeldes tornara-se ao final insuportável. O Khan da Crimeia, a quem eles ameaçaram depor, estava em Constantinopla e contando com auxílio do [[Grão-vizir|Grão-Vizir]], do [[Mufti]] e do Agha dos Janízaros conseguiu libertar o governo da infame servidão.
Um açougueiro grego, de nome Yanaki, que havia financiado Patrona Halil durante os três dias da insurreição, obteve em troca o cargo de Hospodar da Moldávia. A insolência dos chefes rebeldes tornara-se ao final insuportável. O Khan da Crimeia, a quem eles ameaçaram depor, estava em Constantinopla e contando com auxílio do [[Grão-vizir|Grão-Vizir]], do [[Mufti]] e do Agha dos Janízaros conseguiu libertar o governo da infame servidão.


Patrona Halil foi executado na presença do sultão após uma audiência na qual ele havia exigido a declaração de guerra contra a Rússia. Seu amigo grego, Yanaki, e outros sete mil apoiadores da rebelião também foram mortos. O ciúme que os oficiais da Janízaros sentiram de Patrona Halil facilitou os esforços dos apoiadores de Mahmud I em colocar fim ao domínio dos rebeldes, que durara cerca de dois meses.
Patrona Halil foi executado na presença do sultão após uma audiência na qual ele havia exigido a declaração de guerra contra a Rússia. Seu amigo grego, Yanaki, e outros sete mil apoiadores da rebelião também foram mortos. O ciúme que os oficiais janízaros sentiram de Patrona Halil facilitou os esforços dos apoiadores de Mahmud I em colocar fim ao domínio dos rebeldes, que durara cerca de dois meses.


A partir de então Mahmud I confiou o governo ao seu vizir [[Mehmed Pasha]], tendo seu sultanato caracterizado por guerras contra Áustria, Pérsia e a Rússia, nas quais o Império Otomano foi bem sucedido.
A partir de então Mahmud I confiou o governo ao seu vizir [[Mehmed Pasha]], tendo seu sultanato caracterizado por guerras contra Áustria, Pérsia e a Rússia, nas quais o Império Otomano foi relativamente bem sucedido.


==Guerra Russo-Turca (1735-1739)==
==Guerra Russo-Turca (1735-1739)==

Revisão das 12h20min de 2 de outubro de 2017

Mahmud I

Mahmud I (2 de agosto de 1696 - 13 de dezembro de 1754). Nascido no palácio de Edirne foi o sultão do Império Otomano de 1730 a 1754. Era filho de Mustafa II (1695-1703), e irmão mais velho de Osman III (1754-57).

Sucedeu a seu tio, o sultão Ahmed III, que foi forçado a renunciar após uma insurreição dos janízaros liderados pelo albanês Patrona Halil.

Mahmud foi reconhecido como sultão pelos amotinados, bem como pelos funcionários judiciais, mas algumas semanas após a sua ascensão, o império estava nas mãos dos insurgentes. Seu chefe, Patrona Halil, acompanhou o novo sultão à Mesquita de Eyub onde ocorreu a cerimônia de coroação de Mahmud I que foi realizada com a espada de Othman. Muitos dos principais oficiais foram detidos e sucessores para eles foram nomeados pelos janizaros rebelados que compareceram perante o sultão em seu antigo uniforme de soldado.

Um açougueiro grego, de nome Yanaki, que havia financiado Patrona Halil durante os três dias da insurreição, obteve em troca o cargo de Hospodar da Moldávia. A insolência dos chefes rebeldes tornara-se ao final insuportável. O Khan da Crimeia, a quem eles ameaçaram depor, estava em Constantinopla e contando com auxílio do Grão-Vizir, do Mufti e do Agha dos Janízaros conseguiu libertar o governo da infame servidão.

Patrona Halil foi executado na presença do sultão após uma audiência na qual ele havia exigido a declaração de guerra contra a Rússia. Seu amigo grego, Yanaki, e outros sete mil apoiadores da rebelião também foram mortos. O ciúme que os oficiais janízaros sentiram de Patrona Halil facilitou os esforços dos apoiadores de Mahmud I em colocar fim ao domínio dos rebeldes, que durara cerca de dois meses.

A partir de então Mahmud I confiou o governo ao seu vizir Mehmed Pasha, tendo seu sultanato caracterizado por guerras contra Áustria, Pérsia e a Rússia, nas quais o Império Otomano foi relativamente bem sucedido.

Guerra Russo-Turca (1735-1739)

A guerra teve início quando os russos tentaram recuperar Azov e parte da Criméia. Em 1736, um exército russo com cerca de sessenta mil homens sob o comando do marechal Burckhardt Christoph von Münnich, invadiu as fortificações turcas em Perekop e ocupou Bakhtchyssarai.

Lograram tomar a cidade de Azov em 1737, porém não conseguiram manter a posição devido à dificuldades logísticas, o que forçou a retirada.

Neste mesmo ano o Sacro Império Romano-Germânico entrou na guerra ao lado dos russos, lançando uma ofensiva nos Balcãs, sob o comando do general Francis-Etienne de Lorraine; porém uma contra-ofensiva dos otomanos permitiu a retomada de Niš, Belgrado e Semendria entre o final do ano de 1737 e meados de 1738.

Derrotados, os imperiais assinaram em separado a Paz de Belgrado, em 18 de setembro de 1738; pela qual os austríacos cederam ao Império Otomano; a Valáquia ocidental, o norte da Sérvia e a cidade de Belgrado.

Premidos pela retirada dos austríacos e por um surto de peste bubônica que debilitara seus exércitos na Criméia, os russos assinaram o Tratado de Nisa; a 3 de outubro de 1739; pelo qual foi ratificada a posse de Azov pelos otomanos e concluída a guerra.

Guerra Otomano-Persa (1743-1746)

Em 1743, Nader Shah declarou guerra ao Império Otomano e tentou tomar a cidade de Mossul sendo derrotado pelo Paxá Hajji Hossein Al Jalili. Após uma vitória dos persas na Batalha de Kars, Nader Shah viu-se obrigado a retornar à Pérsia, para combater uma rebelião no Daguestão.

A guerra foi encerrada com o Tratado de Kerden, sem acarretar alterações geo-políticas.

Legado

Mahmud I morreu em 1754, de causas naturais, sendo sepultado no mausoléu de Yeni Dami. Teve por sucessor seu irmão Osman III.

Apreciado por sua inteligência e seu temperamento benevolente. Interessava-se por ciências, artes e literatura, tendo ele mesmo o hábito de escrever poemas.

Durante o sultanato de Mahmud I, o Império Otomano recuperou parte dos territórios que haviam sido cedidos aos imperiais pelo Tratado de Passarowitz, ao final da Guerra Austro-Turca (1716-1718), além de preservar as conquistas efetuadas por seu tio Ahmed III na Criméia, durante a Campanha do Rio Prutt em 1711.

Mahmoud I é considerado um líder moderado, que enfatizou a manutenção da ordem pública e ainda que de maneira mais tímida, esforçou-se para manter as reformas iniciadas por seu tio Ahmed III durante a ‘Era da Tulipa”.

Buscando melhorar as relações políticas com a Rússia, Mahmud I enviou um embaixador a São Petersburgo. Após a morte de Nadir Sha, escolheu seguir uma atitude de reconciliação com a Pérsia, a qual manteve até sua morte.

Vários edifícios públicos foram construídos durante seu reinado, como o complexo de Nuri Osmaniye, a Mesquita Yildiz Dedemy e três bibliotecas: Agia Sophia (1740), Fatih Tzami (1742) e Galatas Sarai (1754).


Referências

  • Incorpora texto da História dos Turcos Otomanos (1878)

Precedido por
Ahmed III
Sultão Otomano
17301754
Sucedido por
Osman III