Teoria da modernização: diferenças entre revisões

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A '''teoria da modernização''' é usada para explicar o processo de [[modernização]] nas diferentes sociedades. Modernização refere-se ao percurso de uma sociedade que ela começa no estágio pré-moderno ou tradicional e se desenvolve para o moderno. A teoria da modernização tem origem nas proposições de [[Max Weber]] e serviram para o paradigma da modernização desenvolvido por [[Talcott Parsons]]. Essa teoria analisa os fatores internos de cada país que são capazes de modernizá-lo. Ela também aponta que com a correta assistência, os países tradicionais podem desenvolver-se da mesma maneira que os demais países nessa mesma fase. A teoria da modernização foi um paradigma dominante nas [[ciências sociais]] nas décadas de 1950 e 1960, quando perdeu sua validade. Ela teve uma nova onda de estudiosos depois de 1991, mas permanece sendo um modelo de análise controverso.<ref>{{Citar livro|título=Handbook of Historical Sociology|ultimo=Knöbl|primeiro=Wolfgang|ano=2003|editor-sobrenome=Delanty|editor-link=Gerard Delanty|páginas=96–107 [esp p. 97]|capitulo=Theories That Won’t Pass Away: The Never-ending Story|editor-sobrenome2=Isin}}</ref>
A '''teoria da modernização''' é usada para explicar o processo de [[modernização]] nas diferentes sociedades. Modernização refere-se ao percurso de uma sociedade que ela começa no estágio pré-moderno ou tradicional e se desenvolve para o moderno. A teoria da modernização tem origem nas proposições de [[Max Weber]] e serviram para o paradigma da modernização desenvolvido por [[Talcott Parsons]]. Para Giddens, “a teoria da modernização está associada diretamente à teoria da sociedade industrial”. Essa teoria analisa os fatores internos de cada país que são capazes de modernizá-lo. Ela também aponta que com a correta assistência, os países tradicionais podem desenvolver-se da mesma maneira que os demais países nessa mesma fase. A teoria da modernização foi um paradigma dominante nas [[ciências sociais]] nas décadas de 1950 e 1960, quando perdeu sua validade. Ela teve uma nova onda de estudiosos depois de 1991, mas permanece sendo um modelo de análise controverso.<ref>{{Citar livro|título=Handbook of Historical Sociology|ultimo=Knöbl|primeiro=Wolfgang|ano=2003|editor-sobrenome=Delanty|editor-link=Gerard Delanty|páginas=96–107 [esp p. 97]|capitulo=Theories That Won’t Pass Away: The Never-ending Story|editor-sobrenome2=Isin}}</ref> Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, a palavra modernização se forma a partir do verbo modernizar com o sufixo ção (ação). “É o ato ou efeito de modernizar [...] é tornar(-se) moderno, acompanhando a evolução e as tendências do mundo atual”. Além disso, de acordo com Hobsbawm, a Revolução Francesa forneceu o modelo político e ideológico do processo de modernização.[1]
----[1] Fonte: <nowiki>https://www.revistas.ufg.br</nowiki>


A teoria da modernização sugere que as sociedades tradicionais se desenvolverão à medida que adotarem práticas modernas. Os defensores da teoria da modernização afirmam que os [[Estado-nação|Estados modernos]] são mais ricos e poderosos e que seus cidadãos são mais livres para desfrutar de um padrão de vida elevado. A modernização é vista como necessária ou, pelo menos, preferível ao ''status quo.'' De acordo com essa teoria, as crenças religiosas tradicionais e os traços culturais geralmente tornam-se menos importantes à medida que a modernização avança.<ref name="HttpwwwbritannicacomEBcheckedtopicmodernization">{{Citar web |url=https://www.britannica.com/topic/modernization |titulo=Modernization |acessodata=2013-08-17 |website=Britannica.com |publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref>
A teoria da modernização sugere que as sociedades tradicionais se desenvolverão à medida que adotarem práticas modernas. Os defensores da teoria da modernização afirmam que os [[Estado-nação|Estados modernos]] são mais ricos e poderosos e que seus cidadãos são mais livres para desfrutar de um padrão de vida elevado. A modernização é vista como necessária ou, pelo menos, preferível ao ''status quo.'' De acordo com essa teoria, as crenças religiosas tradicionais e os traços culturais geralmente tornam-se menos importantes à medida que a modernização avança.<ref name="HttpwwwbritannicacomEBcheckedtopicmodernization">{{Citar web |url=https://www.britannica.com/topic/modernization |titulo=Modernization |acessodata=2013-08-17 |website=Britannica.com |publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref>

Desde a primeira revolução industrial, a modernização e a tecnologia vêm andando lado a lado. Quando a máquina a vapor foi feita, abriu-se várias portas para que outros países, além da Inglaterra, pudessem transformar sua economia e produção industrial. Hoje, a tecnologia é indispensável e extremamente presente, e a modernização foi uma peça chave para o que somos hoje.[2]
----[2] Fonte: <nowiki>https://teoriaedebate.org.br/2018/01/10/modernizacaotecnologica-sociedade-inclusao/</nowiki>

== Tecnologia ==
A tecnologia introduz avanços e informações que desempenham um papel importante ao ajudar a sociedade a alcançar seus objetivos. É inegável que mudou o mundo e o modo de vida de quase todos os seus habitantes de forma extremamente significativa.

A informação tecnológica cresce exponencialmente. Sociólogos estudam como as sociedades serão forçadas a se adaptar às mudanças sociais causadas pela tecnologia.

Como nem todos os membros da sociedade possuem possibilidade de acesso à tecnologia, ela frequentemente resulta em até maiores desigualdades sociais, pois à medida que avança, as diferenças sociais se tornam ainda mais gritantes.

Há duas formas de estratificação tecnológica. Divisão digital: é o acesso desigual à tecnologia entre as classes sociais. Lacunas de conhecimento: é a diferença de conhecimento entre os que possuem alto acesso às tecnologias e os que possuem baixo.


== Origens ==
== Origens ==
O contexto histórico de surgimento da teoria da modernização coincide com o da disciplina das Relações Internacionais. E assim como na disciplina das Relações Internacionais receberam financiamento generosos dos setores públicos e privados por estarem em um período de recostrução pós guerra, e o mesmo ocorreu com a teoria da modernização.

A discussão sobre os requisitos para o correto funcionamento das instituições democráticas são anteriores ao século XX. Encontramo-la em filósofos como [[Alexis de Tocqueville]] e [[Aristóteles]], por exemplo.{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=1-2}} Contudo, a teoria da modernização teve origem nas ideias do sociólogo alemão [[Max Weber]] sobre o papel da racionalidade e da irracionalidade na transição da sociedade tradicional para a moderna. A abordagem de Weber forneceu a base para o paradigma da modernização popularizado pelo sociólogo [[Talcott Parsons]], que traduziu as obras de Weber para o inglês na década de 1930 e forneceu sua própria interpretação dela.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=eRLBjz2pWQMC&pg=PA20|título=Modernization and the Crisis of Development in Africa: The Nigerian Experience|ultimo=Dibua|primeiro=Jeremiah I.|editora=Ashgate|ano=2006|páginas=20–22|isbn=0-7546-4228-3}}</ref> <ref>{{Citar livro|título=Talcott Parsons on institutions and social evolution: selected writings|editora=University of Chicago Press|ano=1985|editor-sobrenome=Mayhew|localização=Chicago|isbn=0-226-64749-8}}</ref>
A discussão sobre os requisitos para o correto funcionamento das instituições democráticas são anteriores ao século XX. Encontramo-la em filósofos como [[Alexis de Tocqueville]] e [[Aristóteles]], por exemplo.{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=1-2}} Contudo, a teoria da modernização teve origem nas ideias do sociólogo alemão [[Max Weber]] sobre o papel da racionalidade e da irracionalidade na transição da sociedade tradicional para a moderna. A abordagem de Weber forneceu a base para o paradigma da modernização popularizado pelo sociólogo [[Talcott Parsons]], que traduziu as obras de Weber para o inglês na década de 1930 e forneceu sua própria interpretação dela.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=eRLBjz2pWQMC&pg=PA20|título=Modernization and the Crisis of Development in Africa: The Nigerian Experience|ultimo=Dibua|primeiro=Jeremiah I.|editora=Ashgate|ano=2006|páginas=20–22|isbn=0-7546-4228-3}}</ref> <ref>{{Citar livro|título=Talcott Parsons on institutions and social evolution: selected writings|editora=University of Chicago Press|ano=1985|editor-sobrenome=Mayhew|localização=Chicago|isbn=0-226-64749-8}}</ref>


Depois de 1945, a versão parsoniana tornou-se amplamente usada na [[sociologia]] e em outras [[ciências sociais]]. No final dos anos 1960, ela foi fortemente criticada por ser muito geral e não se adaptar a todas as sociedades da mesma maneira.<ref name="Tipps1973">{{Citar periódico |titulo=Modernization theory and the comparative study of national societies: A critical perspective |ultimo=Tipps |primeiro=Dean C. |ano=1973 |paginas=199–226 |doi=10.1017/S0010417500007039 |volume=15 |journal=Comparative Studies in Society and History}}</ref>
Depois de 1945, a versão parsoniana tornou-se amplamente usada na [[sociologia]] e em outras [[ciências sociais]]. No final dos anos 1960, ela foi fortemente criticada por ser muito geral e não se adaptar a todas as sociedades da mesma maneira.<ref name="Tipps1973">{{Citar periódico |titulo=Modernization theory and the comparative study of national societies: A critical perspective |ultimo=Tipps |primeiro=Dean C. |ano=1973 |paginas=199–226 |doi=10.1017/S0010417500007039 |volume=15 |journal=Comparative Studies in Society and History}}</ref>


Porém, foi [[Seymour Martin Lipset]], em seu artigo "Some Social Requisites of Democracy: Economic Development and Political Development" (1959), que colocou em relação complementar e direta desenvolvimento econômico e nível de democracia. Nesse sentido, “aspectos do desenvolvimento econômico, tais como urbanização, industrialização, riqueza e educação relacionam-se, em alguma medida, com a democracia”. Existiria uma relação causal entre eles na medida em que quanto mais urbanizado e industrializado, por exemplo, for um país mais rápido ele se tornará democrático.{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=1-2}}
Porém, foi [[Seymour Martin Lipset]], em seu artigo "Some Social Requisites of Democracy: Economic Development and Political Development" (1959), que colocou em relação complementar e direta desenvolvimento econômico e nível de democracia. Nesse sentido, “aspectos do desenvolvimento econômico, tais como urbanização, industrialização, riqueza e educação relacionam-se, em alguma medida, com a democracia”. Existiria uma relação causal entre eles na medida em que quanto mais urbanizado e industrializado, por exemplo, for um país mais rápido ele se tornará democrático.{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=1-2}}

Entretanto foi apenas em 2007 com Jahn que a teoria da modernização teve as suas origens e aplicações relacionadas com marcos históricos do passado, como a teorização europeia acerca das novas descobertas na America no período das Grandes Navegações, fornecendo consigo as justificativas das politicas europeias adotadas diante desse período e por vários outros.


== Descrédito ==
== Descrédito ==
Ao longo dos anos 80 e 90, vários textos e citações de diversos autores indicaram problemas interpretativos da Teoria da Modernização.

Dos autores que apontam as consequências do processo de modernização, podemos mencionar os trabalhos de Furtado (1974), Giddens (1991), Eisenstadt (1969), Reis (1988), Andrade (1994), Braudel (1996), Ortiz (2003), Berman (1982), Ianni (2000) e Oliveira (2003). No contexto das análises sobre a expansão do modo de produção capitalista, a pobreza, a concentração de renda e as desigualdades sociais foram apontadas como as principais consequências do processo de modernização.

A teoria da modernização foi fortemente contestada no contexto da [[Guerra Fria]], onde uma interpretação sobre essa teoria surgiu nos Estados Unidos. Ela pregava que o subdesenvolvimento era um traço cultural e psicológico de alguns países e que os países ricos poderiam reverter esse cenário por meio da introdução de valores modernos nesses espaços. Assim, através da assistência nos níveis cultural, econômico e militar, os países democráticos levariam progresso e prosperidade para esses locais. Como nada disso aconteceu, a teoria da modernização acabou sendo fragilizada e perdeu credibilidade entre os [[cientista político|cientistas políticos]].{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=3}}
A teoria da modernização foi fortemente contestada no contexto da [[Guerra Fria]], onde uma interpretação sobre essa teoria surgiu nos Estados Unidos. Ela pregava que o subdesenvolvimento era um traço cultural e psicológico de alguns países e que os países ricos poderiam reverter esse cenário por meio da introdução de valores modernos nesses espaços. Assim, através da assistência nos níveis cultural, econômico e militar, os países democráticos levariam progresso e prosperidade para esses locais. Como nada disso aconteceu, a teoria da modernização acabou sendo fragilizada e perdeu credibilidade entre os [[cientista político|cientistas políticos]].{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=3}}


== Revitalização ==
== Revitalização ==
Desde a década de 1990, diversos estudiosos reforçam que, apesar de necessitar de revisão em seus métodos, a teoria da modernização é, em seu núcleo central, verdadeira. Ou seja, existe, de fato, uma relação intrínseca entre fatores econômicos e a vitalidade da democracia. Nesse sentido, o [[PIB]] per capita seria o melhor indicador para o nível democrático do país em questão. Porém, a teoria da modernização ainda possui muitos críticos, que apontam, entre outras coisas, que o aumento do PIB não teria relação direta com a democracia, mas da estabilidade das “instituições formais de regulação da distribuição de poder político”. Isso explica porque há uma tendência em países com nível intermediário de democracia, quando elevam o PIB per capita, a ter maior probabilidade de regressão dos níveis democráticos. O caso da [[América Latina]] vem sustentando essa visão.{{sfn| Lopes| Esperidião| Castro| 2020| p=4-5}}
Desde a década de 1990, diversos estudiosos reforçam que, apesar de necessitar de revisão em seus métodos, a teoria da modernização é, em seu núcleo central, verdadeira. Ou seja, existe, de fato, uma relação intrínseca entre fatores econômicos e a vitalidade da democracia. Nesse sentido, o [[PIB]] per capita seria o melhor indicador para o nível democrático do país em questão. A teoria da modernização ainda possui muitos críticos, que apontam, entre outras coisas, que o aumento do PIB não teria relação direta com a democracia, mas da estabilidade das “instituições formais de regulação da distribuição de poder político”. Isso explica porque há uma tendência em países com nível intermediário de democracia, quando elevam o PIB per capita, a ter maior probabilidade de regressão dos níveis democráticos. Porém, essa probabilidade se inverte à medida que o PIB per capita começa a se expandir.

=== Materiais e Métodos: ===
Estimou-se um modelo econométrico conhecido como “probit” ordenado. Dados sobre democracia foram obtidos a partir da mensuração feita pelo Polity IV. Para o PIB per capita foi utilizada a base de dados do Projeto Angus Maddison. As proxies para capital humano foram construídas por Morrisson e Murtin e estão descritas no artigo “The Century of Education” (2009).


== Críticas ==
== Críticas ==
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A teoria da modernização também vem sendo crítica por estudiosos ligados à a teoria das múltiplas modernidades, que afirmam haver mais de uma modernidade e que a teoria da modernização promove a valorização de uma modernidade única.{{sfn| Schmidt| 2011}}
A teoria da modernização também vem sendo crítica por estudiosos ligados à a teoria das múltiplas modernidades, que afirmam haver mais de uma modernidade e que a teoria da modernização promove a valorização de uma modernidade única.{{sfn| Schmidt| 2011}}

A modernização nos moldes ocidentais, as diferenças sociais entre as várias regiões - desigualdades regionais - e entre as classes sociais se acentuam. São o crescimento econômico e a expansão da tecnologia empobrecendo a maioria da população que desce da pobreza para a miséria.


== Veja também ==
== Veja também ==

Revisão das 19h28min de 25 de outubro de 2021

A teoria da modernização é usada para explicar o processo de modernização nas diferentes sociedades. Modernização refere-se ao percurso de uma sociedade que ela começa no estágio pré-moderno ou tradicional e se desenvolve para o moderno. A teoria da modernização tem origem nas proposições de Max Weber e serviram para o paradigma da modernização desenvolvido por Talcott Parsons. Para Giddens, “a teoria da modernização está associada diretamente à teoria da sociedade industrial”. Essa teoria analisa os fatores internos de cada país que são capazes de modernizá-lo. Ela também aponta que com a correta assistência, os países tradicionais podem desenvolver-se da mesma maneira que os demais países nessa mesma fase. A teoria da modernização foi um paradigma dominante nas ciências sociais nas décadas de 1950 e 1960, quando perdeu sua validade. Ela teve uma nova onda de estudiosos depois de 1991, mas permanece sendo um modelo de análise controverso.[1] Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, a palavra modernização se forma a partir do verbo modernizar com o sufixo ção (ação). “É o ato ou efeito de modernizar [...] é tornar(-se) moderno, acompanhando a evolução e as tendências do mundo atual”. Além disso, de acordo com Hobsbawm, a Revolução Francesa forneceu o modelo político e ideológico do processo de modernização.[1]


[1] Fonte: https://www.revistas.ufg.br

A teoria da modernização sugere que as sociedades tradicionais se desenvolverão à medida que adotarem práticas modernas. Os defensores da teoria da modernização afirmam que os Estados modernos são mais ricos e poderosos e que seus cidadãos são mais livres para desfrutar de um padrão de vida elevado. A modernização é vista como necessária ou, pelo menos, preferível ao status quo. De acordo com essa teoria, as crenças religiosas tradicionais e os traços culturais geralmente tornam-se menos importantes à medida que a modernização avança.[2]

Desde a primeira revolução industrial, a modernização e a tecnologia vêm andando lado a lado. Quando a máquina a vapor foi feita, abriu-se várias portas para que outros países, além da Inglaterra, pudessem transformar sua economia e produção industrial. Hoje, a tecnologia é indispensável e extremamente presente, e a modernização foi uma peça chave para o que somos hoje.[2]


[2] Fonte: https://teoriaedebate.org.br/2018/01/10/modernizacaotecnologica-sociedade-inclusao/

Tecnologia

A tecnologia introduz avanços e informações que desempenham um papel importante ao ajudar a sociedade a alcançar seus objetivos. É inegável que mudou o mundo e o modo de vida de quase todos os seus habitantes de forma extremamente significativa.

A informação tecnológica cresce exponencialmente. Sociólogos estudam como as sociedades serão forçadas a se adaptar às mudanças sociais causadas pela tecnologia.

Como nem todos os membros da sociedade possuem possibilidade de acesso à tecnologia, ela frequentemente resulta em até maiores desigualdades sociais, pois à medida que avança, as diferenças sociais se tornam ainda mais gritantes.

Há duas formas de estratificação tecnológica. Divisão digital: é o acesso desigual à tecnologia entre as classes sociais. Lacunas de conhecimento: é a diferença de conhecimento entre os que possuem alto acesso às tecnologias e os que possuem baixo.

Origens

O contexto histórico de surgimento da teoria da modernização coincide com o da disciplina das Relações Internacionais. E assim como na disciplina das Relações Internacionais receberam financiamento generosos dos setores públicos e privados por estarem em um período de recostrução pós guerra, e o mesmo ocorreu com a teoria da modernização.

A discussão sobre os requisitos para o correto funcionamento das instituições democráticas são anteriores ao século XX. Encontramo-la em filósofos como Alexis de Tocqueville e Aristóteles, por exemplo.[3] Contudo, a teoria da modernização teve origem nas ideias do sociólogo alemão Max Weber sobre o papel da racionalidade e da irracionalidade na transição da sociedade tradicional para a moderna. A abordagem de Weber forneceu a base para o paradigma da modernização popularizado pelo sociólogo Talcott Parsons, que traduziu as obras de Weber para o inglês na década de 1930 e forneceu sua própria interpretação dela.[4] [5]

Depois de 1945, a versão parsoniana tornou-se amplamente usada na sociologia e em outras ciências sociais. No final dos anos 1960, ela foi fortemente criticada por ser muito geral e não se adaptar a todas as sociedades da mesma maneira.[6]

Porém, foi Seymour Martin Lipset, em seu artigo "Some Social Requisites of Democracy: Economic Development and Political Development" (1959), que colocou em relação complementar e direta desenvolvimento econômico e nível de democracia. Nesse sentido, “aspectos do desenvolvimento econômico, tais como urbanização, industrialização, riqueza e educação relacionam-se, em alguma medida, com a democracia”. Existiria uma relação causal entre eles na medida em que quanto mais urbanizado e industrializado, por exemplo, for um país mais rápido ele se tornará democrático.[3]

Entretanto foi apenas em 2007 com Jahn que a teoria da modernização teve as suas origens e aplicações relacionadas com marcos históricos do passado, como a teorização europeia acerca das novas descobertas na America no período das Grandes Navegações, fornecendo consigo as justificativas das politicas europeias adotadas diante desse período e por vários outros.

Descrédito

Ao longo dos anos 80 e 90, vários textos e citações de diversos autores indicaram problemas interpretativos da Teoria da Modernização.

Dos autores que apontam as consequências do processo de modernização, podemos mencionar os trabalhos de Furtado (1974), Giddens (1991), Eisenstadt (1969), Reis (1988), Andrade (1994), Braudel (1996), Ortiz (2003), Berman (1982), Ianni (2000) e Oliveira (2003). No contexto das análises sobre a expansão do modo de produção capitalista, a pobreza, a concentração de renda e as desigualdades sociais foram apontadas como as principais consequências do processo de modernização.

A teoria da modernização foi fortemente contestada no contexto da Guerra Fria, onde uma interpretação sobre essa teoria surgiu nos Estados Unidos. Ela pregava que o subdesenvolvimento era um traço cultural e psicológico de alguns países e que os países ricos poderiam reverter esse cenário por meio da introdução de valores modernos nesses espaços. Assim, através da assistência nos níveis cultural, econômico e militar, os países democráticos levariam progresso e prosperidade para esses locais. Como nada disso aconteceu, a teoria da modernização acabou sendo fragilizada e perdeu credibilidade entre os cientistas políticos.[7]

Revitalização

Desde a década de 1990, diversos estudiosos reforçam que, apesar de necessitar de revisão em seus métodos, a teoria da modernização é, em seu núcleo central, verdadeira. Ou seja, existe, de fato, uma relação intrínseca entre fatores econômicos e a vitalidade da democracia. Nesse sentido, o PIB per capita seria o melhor indicador para o nível democrático do país em questão. A teoria da modernização ainda possui muitos críticos, que apontam, entre outras coisas, que o aumento do PIB não teria relação direta com a democracia, mas da estabilidade das “instituições formais de regulação da distribuição de poder político”. Isso explica porque há uma tendência em países com nível intermediário de democracia, quando elevam o PIB per capita, a ter maior probabilidade de regressão dos níveis democráticos. Porém, essa probabilidade se inverte à medida que o PIB per capita começa a se expandir.

Materiais e Métodos:

Estimou-se um modelo econométrico conhecido como “probit” ordenado. Dados sobre democracia foram obtidos a partir da mensuração feita pelo Polity IV. Para o PIB per capita foi utilizada a base de dados do Projeto Angus Maddison. As proxies para capital humano foram construídas por Morrisson e Murtin e estão descritas no artigo “The Century of Education” (2009).

Críticas

A partir da década de 1970, a teoria da modernização foi criticada por vários estudiosos, incluindo Andre Gunder Frank [8] e Immanuel Wallerstein.[9]

Outro tipo de crítica aponta que, de forma geral, os estudos baseados na teoria da modernização analisam de forma binária se um país é ou não democrático através de indicadores, não levando em consideração os diversos níveis de democracia que podem existir entre esses dois polos. Para se ter um estudo mais acurado e próximo da realidade, contudo, seria importante levar esse aspecto em consideração, assim como trabalhar em um largo espaço temporal, pois as instituições tendem a demorar para mudar. Assim também é necessário perceber que cada região possui suas particularidades e padrões causais, sendo pouco profícuo a utilização de parâmetros globais.[10]

A teoria da modernização também foi acusada de ser eurocêntrica, uma vez que a modernização começou na Europa, com a Revolução Industrial, a Revolução Francesa e as Revoluções de 1848.[11]

A teoria da modernização também vem sendo crítica por estudiosos ligados à a teoria das múltiplas modernidades, que afirmam haver mais de uma modernidade e que a teoria da modernização promove a valorização de uma modernidade única.[12]

A modernização nos moldes ocidentais, as diferenças sociais entre as várias regiões - desigualdades regionais - e entre as classes sociais se acentuam. São o crescimento econômico e a expansão da tecnologia empobrecendo a maioria da população que desce da pobreza para a miséria.

Veja também

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikilivros Livros e manuais no Wikilivros

Referências

  1. Knöbl, Wolfgang (2003). «Theories That Won't Pass Away: The Never-ending Story». In: Delanty; Isin. Handbook of Historical Sociology. [S.l.: s.n.] pp. 96–107 [esp p. 97] 
  2. «Modernization». Britannica.com. Encyclopædia Britannica. Consultado em 17 de agosto de 2013 
  3. a b Lopes, Esperidião & Castro 2020, p. 1-2.
  4. Dibua, Jeremiah I. (2006). Modernization and the Crisis of Development in Africa: The Nigerian Experience. [S.l.]: Ashgate. pp. 20–22. ISBN 0-7546-4228-3 
  5. Mayhew, ed. (1985). Talcott Parsons on institutions and social evolution: selected writings. Chicago: University of Chicago Press. ISBN 0-226-64749-8 
  6. Tipps, Dean C. (1973). «Modernization theory and the comparative study of national societies: A critical perspective». Comparative Studies in Society and History. 15: 199–226. doi:10.1017/S0010417500007039 
  7. Lopes, Esperidião & Castro 2020, p. 3.
  8. Chew; Lauderdale, eds. (2010). Theory and methodology of world development: The writings of Andre Gunder Frank. [S.l.]: Springer 
  9. Skocpol, Theda (1977). «Wallerstein's world capitalist system: a theoretical and historical critique». American Journal of Sociology. 82: 1075–90. JSTOR 2777814. doi:10.1086/226431 
  10. Lopes, Esperidião & Castro 2020, p. 2.
  11. Macionis, John J. (2008). Sociology : a global introduction 4th ed. Harlow, England: Pearson Prentice Hall. ISBN 978-1-282-35044-1. OCLC 911071107 
  12. Schmidt 2011.


Bibliografia