Glaciação Karoo: diferenças entre revisões
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A '''Glaciação Karoo''' foi o segundo maior [[período glacial]] (era do gelo) do [[escala de tempo geológico|Eon]] [[Fanerozóico]], |
A '''Glaciação Karoo''', também conhecida como Idade do Gelo Paleozóico Superior, foi o segundo maior [[período glacial]] (era do gelo) do [[escala de tempo geológico|Eon]] [[Fanerozóico]], ocorrido entre 360 e 260 milhões de anos atrás, entre o início do [[Carbonífero|Período Carbonífero]] e o [[Permiano]] médio.<ref name=":0">{{Citar periódico |url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/B9780081029084000631 |título=Late Paleozoic Glaciation |data=2021 |acessodata=2023-01-22 |publicado=Elsevier |ultimo=Rosa |primeiro=Eduardo L.M. |ultimo2=Isbell |primeiro2=John L. |paginas=534–545 |lingua=en |doi=10.1016/b978-0-08-102908-4.00063-1 |isbn=978-0-08-102909-1}}</ref> A Glaciação Karoo cobriu de gelo grande parte do antigo supercontinente [[Gondwana]]. |
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[[File:GlaciationsinEarthExistancelicenced annotated.jpg|thumb|700px|left|Linha do tempo das glaciações terrestres, em azul. A Karro é a penúltima]] |
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[[Ficheiro:PavimentoEstriadoWitmarsumPR.JPG|right|thumb|350px|[[Estrias Glaciais de Witmarsum|Pavimento estriado de Witmarsum]], [[Paraná]], Brasil. Estrias formadas por geleiras da Glaciação Karoo.]] |
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Pelo menos dois grandes eventos de glaciação dentro do período são conhecidos: |
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O primeiro evento glacial ocorreu do [[Serpucoviano]] ao [[Moscoviano]]: mantos de gelo se expandiram a partir de um núcleo no sul da África e na América do Sul. Um intervalo interglacial relativamente quente abrangendo o [[Casimoviano]] e [[Gjeliano]] ocorreu entre este primeiro grande período glacial e o segundo grande período glacial posterior.<ref>{{Citar periódico |url=https://pnas.org/doi/full/10.1073/pnas.2115231119 |título=Marine anoxia linked to abrupt global warming during Earth’s penultimate icehouse |data=2022-05-10 |acessodata=2023-01-22 |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences |número=19 |ultimo=Chen |primeiro=Jitao |ultimo2=Montañez |primeiro2=Isabel P. |paginas=e2115231119 |lingua=en |doi=10.1073/pnas.2115231119 |issn=0027-8424 |pmc=9171642 |pmid=35500118 |ultimo3=Zhang |primeiro3=Shuang |ultimo4=Isson |primeiro4=Terry T. |ultimo5=Macarewich |primeiro5=Sophia I. |ultimo6=Planavsky |primeiro6=Noah J. |ultimo7=Zhang |primeiro7=Feifei |ultimo8=Rauzi |primeiro8=Sofia |ultimo9=Daviau |primeiro9=Kierstin}}</ref> |
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== Depósitos == |
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[[Ficheiro:PavimentoEstriadoWitmarsumPR.JPG|right|thumb|372x372px|[[Estrias Glaciais de Witmarsum|Pavimento estriado de Witmarsum]], [[Paraná]], formado por geleiras da Glaciação Karoo]]Seu nome deriva dos [[depósitos glaciais]] encontrados na [[Bacia sedimentar|Bacia Geológica]] do Karoo, no [[Grupo Dwyka]] na [[África do Sul]], onde a evidência para este período foi claramente identificada pela primeira vez no século 19.<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/dep2.163 |título=The Late Palaeozoic Ice Age unconformity in southern Namibia viewed as a patchwork mosaic |data=2022-06 |acessodata=2023-01-22 |periódico=The Depositional Record |número=2 |ultimo=Le Heron |primeiro=Daniel P. |ultimo2=Kettler |primeiro2=Christoph |paginas=419–435 |lingua=en |doi=10.1002/dep2.163 |issn=2055-4877 |ultimo3=Griffis |primeiro3=Neil P. |ultimo4=Dietrich |primeiro4=Pierre |ultimo5=Montañez |primeiro5=Isabel P. |ultimo6=Osleger |primeiro6=David A. |ultimo7=Hofmann |primeiro7=Axel |ultimo8=Douillet |primeiro8=Guilhem |ultimo9=Mundil |primeiro9=Roland}}</ref> |
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Os depósitos glaciais também ocorrem de forma extensa na [[Bacia do Paraná|Bacia Geológica do Paraná]], fazendo parte do [[Grupo Itararé]]. |
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== Efeitos == |
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Os níveis crescentes de oxigênio durante o período tiveram efeitos importantes sobre a evolução de plantas e animais. A maior concentração de oxigênio (e consequente maior pressão atmosférica) permitiu processos metabólicos energéticos que estimularam a evolução de grandes artrópodes terrestres e o voo.<ref>{{Citar periódico |url=https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11050154 |título=Impact of a Permo-Carboniferous high O2 event on the terrestrial carbon cycle |data=2000-11-07 |acessodata=2023-01-22 |periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America |número=23 |ultimo=Beerling |primeiro=D. J. |ultimo2=Berner |primeiro2=R. A. |paginas=12428–12432 |doi=10.1073/pnas.220280097 |issn=0027-8424 |pmc=18779 |pmid=11050154}}</ref> |
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Isso pode ser observado na libélula [[Meganeura]], um predador aéreo, com uma envergadura de 60 a 75 cm; o herbívoro de corpo atarracado e blindado [[Arthropleura]] tinha 2,0 metros de comprimento, e alguns escorpiões atingiam 50 ou 70 centímetros.[[Ficheiro:Perfil varvito.jpg|thumb|left|Afloramento de [[varvito]]s, rocha sedimentar originada durante a glaciação de rios e lagos, na Bacia do Paraná|322x322px]]{{Portal3|Geologia|Ciências da Terra}} |
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Este artigo não cita fontes confiáveis. (Novembro de 2020) |
A Glaciação Karoo, também conhecida como Idade do Gelo Paleozóico Superior, foi o segundo maior período glacial (era do gelo) do Eon Fanerozóico, ocorrido entre 360 e 260 milhões de anos atrás, entre o início do Período Carbonífero e o Permiano médio.[1] A Glaciação Karoo cobriu de gelo grande parte do antigo supercontinente Gondwana.
Pelo menos dois grandes eventos de glaciação dentro do período são conhecidos:
O primeiro evento glacial ocorreu do Serpucoviano ao Moscoviano: mantos de gelo se expandiram a partir de um núcleo no sul da África e na América do Sul. Um intervalo interglacial relativamente quente abrangendo o Casimoviano e Gjeliano ocorreu entre este primeiro grande período glacial e o segundo grande período glacial posterior.[2]
O segundo período glacial ocorreu desde o final de Gjeliano através da fronteira Carbonífero-Permiano até o início de Sacmariano; as camadas de gelo se expandiram a partir de um núcleo na Austrália e na Índia.[1] Do final do Sacmariano em diante, as camadas de gelo diminuíram.
Depósitos
Seu nome deriva dos depósitos glaciais encontrados na Bacia Geológica do Karoo, no Grupo Dwyka na África do Sul, onde a evidência para este período foi claramente identificada pela primeira vez no século 19.[3]
Os depósitos glaciais também ocorrem de forma extensa na Bacia Geológica do Paraná, fazendo parte do Grupo Itararé.
Efeitos
Os níveis crescentes de oxigênio durante o período tiveram efeitos importantes sobre a evolução de plantas e animais. A maior concentração de oxigênio (e consequente maior pressão atmosférica) permitiu processos metabólicos energéticos que estimularam a evolução de grandes artrópodes terrestres e o voo.[4]
Isso pode ser observado na libélula Meganeura, um predador aéreo, com uma envergadura de 60 a 75 cm; o herbívoro de corpo atarracado e blindado Arthropleura tinha 2,0 metros de comprimento, e alguns escorpiões atingiam 50 ou 70 centímetros.
- ↑ a b Rosa, Eduardo L.M.; Isbell, John L. (2021). «Late Paleozoic Glaciation». Elsevier (em inglês): 534–545. ISBN 978-0-08-102909-1. doi:10.1016/b978-0-08-102908-4.00063-1. Consultado em 22 de janeiro de 2023
- ↑ Chen, Jitao; Montañez, Isabel P.; Zhang, Shuang; Isson, Terry T.; Macarewich, Sophia I.; Planavsky, Noah J.; Zhang, Feifei; Rauzi, Sofia; Daviau, Kierstin (10 de maio de 2022). «Marine anoxia linked to abrupt global warming during Earth's penultimate icehouse». Proceedings of the National Academy of Sciences (em inglês) (19): e2115231119. ISSN 0027-8424. PMC 9171642. PMID 35500118. doi:10.1073/pnas.2115231119. Consultado em 22 de janeiro de 2023
- ↑ Le Heron, Daniel P.; Kettler, Christoph; Griffis, Neil P.; Dietrich, Pierre; Montañez, Isabel P.; Osleger, David A.; Hofmann, Axel; Douillet, Guilhem; Mundil, Roland (junho de 2022). «The Late Palaeozoic Ice Age unconformity in southern Namibia viewed as a patchwork mosaic». The Depositional Record (em inglês) (2): 419–435. ISSN 2055-4877. doi:10.1002/dep2.163. Consultado em 22 de janeiro de 2023
- ↑ Beerling, D. J.; Berner, R. A. (7 de novembro de 2000). «Impact of a Permo-Carboniferous high O2 event on the terrestrial carbon cycle». Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (23): 12428–12432. ISSN 0027-8424. PMC 18779. PMID 11050154. doi:10.1073/pnas.220280097. Consultado em 22 de janeiro de 2023