Enchentes no Rio Grande do Sul em 2024: diferenças entre revisões

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Devido à situação de insegurança, quase todos os municípios das regiões mais atingidas cancelaram as aulas, mesmo nas creches. 145 escolas da rede estadual também estavam com as aulas suspensas no dia 30.<ref name=":5" /><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/01/temporais-no-rs-aulas-suspensas.ghtml|titulo=Temporais no RS: governo suspende aulas na rede estadual; medida impacta 700 mil alunos|data=2024-05-02|acessodata=2024-05-02|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>
Devido à situação de insegurança, quase todos os municípios das regiões mais atingidas cancelaram as aulas, mesmo nas creches. 145 escolas da rede estadual também estavam com as aulas suspensas no dia 30.<ref name=":5" /><ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/01/temporais-no-rs-aulas-suspensas.ghtml|titulo=Temporais no RS: governo suspende aulas na rede estadual; medida impacta 700 mil alunos|data=2024-05-02|acessodata=2024-05-02|website=G1|lingua=pt-br}}</ref>


Rompimento da Represa 14 de Julho da CERAN
=== Rompimento da Represa 14 de Julho da CERAN ===


Devido ao excessivo acumulado de chuvas na bacia hidrológica do Rio Taquari, ocorreu a ruptura da Represa 14 de Julho, no início da tarde do dia 02 de maio, uma das três represas da Companhia de Energia do Rio das Antas.
Devido ao excessivo acumulado de chuvas na bacia hidrológica do Rio Taquari, ocorreu a ruptura da Represa 14 de Julho, no início da tarde do dia 02 de maio, uma das três represas da Companhia de Energia do Rio das Antas.

Revisão das 18h12min de 2 de maio de 2024

As enchentes no Rio Grande do Sul em abril de 2024 referem-se às enchentes que ocorreram no estado entre o final de abril e início de maio de 2024.

No final da tarde de 1º de maio, após mais de 100 cidades terem sido atingidas, principalmente no Vale do Taquari e Vale do Caí, Eduardo Leite, governador do estado, escreveu na rede social X: "Sim, infelizmente será pior do que vimos em setembro do ano passado. Pelo que já choveu e pelo que ainda vai chover, nos Vales do Taquari, do Caí e dos Sinos, teremos cheias piores que as do ano passado. Não será na mesma velocidade, mas a cota de inundação será ainda pior".[1]

"O evento atual será o maior desastre climático que o nosso Estado já enfrentou. Infelizmente, será maior que o do ano passado. Estamos vivendo um momento muito crítico no Estado. Lamento profundamente as 10 mortes registradas até agora. Esse número tende a aumentar", enfatizou ele também.[2]

Histórico meteorológico

No dia 28 de abril a Defesa Civil do RS (Rio Grande do Sul) emitiu o Aviso Meteorológico 254,[3] depois atualizado, alertando para o "risco para transtornos por conta dos temporais isolados e chuvas pontualmente intensas, ocasionando rápidas elevações dos níveis com extravasamento da calha em arroios, córregos, pequenos riachos e regiões ribeirinhas, assim como lenta elevação dos rios principais podendo atingir cota de inundação, além de alagamentos pontuais nos perímetros urbanos". Nos dias que se seguiram, na rede Social X, os avisos se sucederam, sempre com previsões para tempo ruim.[4][5]

O mau tempo começou no norte do estado, no dia 28, com chuva e vento fortes. Já na segunda-feira, o mau tempo se espalhou por quase todo RS.[3]

No dia 30, por volta das 14 horas, o Aviso Meteorológico 254 foi atualizado, trazendo o alerta para "risco alto para transtornos por conta das tempestades isoladas, e chuvas intensas e persistentes, ocasionando rápidas elevações dos níveis com extravasamento da calha em arroios, córregos, pequenos riachos e regiões ribeirinhas, assim como elevação dos rios principais atingindo cota de inundação, além de alagamentos nos perímetros urbanos e deslizamentos".[6]

Também no dia 30, algumas cidades já acumulavam precipitações de mais de 400mm em dois dias, o que significa chuva de 2 meses em apenas 48 horas.

Causas

O mau tempo dos dias 28 de abril a 1º de maio foi provocado por uma frente fria associada a uma área de baixa pressão sobre o mar. Junto a este sistema, houve a atuação de um fluxo de umidade vindo do norte do país.[6][7]

Uma outra frente começou a ingressar no estado no dia 02, enquanto a umidade do fluxo se mantinha. Esta frente estava associada a uma área de baixa pressão sobre o Paraguai que depois se deslocou perpendicularmente sobre o RS até desembocar no leste do estado no Oceano Atlântico.[6][7][8]

Sobre o aviso do ingresso da segunda frente, Marcelo Schneider, eteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Coordenador do distrito de meteorologia de Porto Alegre, explicou: "muita preocupação nas próximas 24h, 36h. Além dos volumes de chuva e ventos no interior do estado, a gente deve ouvir falar em alguns transtornos, como microburst (ou microexplosão), que são tempestades localizadas, em função do contraste de temperatura".[8]

Consequências

Enchentes

Entre os dias 29 e 30 de abril chegou a chover mais de 400mm em algumas cidades e dezenas de cidades tiveram problemas com inudações, deslizamentos de terra e principalmente enchentes causadas por rios e arroios.[9]

Enchentes históricas

Entre as cidades que relataram enchentes históricas (as maiores da história) estão Montenegro e São Sebastião do Caí, no Vale do Rio Caí; Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.

Mortes e feridos

No último Boletim emitido no dia 30, às 18 horas, havia o relado de 5 óbitos – Paverama (2), Pantano Grande (1), Encantado (1), Santa Maria (1) - e 18 desaparecidos. [10]

Problemas na infra-estrutura e vias bloqueadas

No dia 30, primeiro dia de divulgação dos boletins referentes ao novo desastre natural no estado, cerca de 300 mil gaúchos estavam sofrendo com algum problema de infra-estrutura, que incluíam estar sem energia elétrica, sem água ou sem serviços de telefonia e internet. Dezenas de rodovias estaduais e federais também estavam total ou parcilamente bloqueadas devido à queda de barreiras ou algamentos e enchentes.[11]

No dia seguinte, em 1º de maio, ao menos 170 gaúchos estavam sem energia elétrica e 441 mil pessoas estavam sem água, o que significava 14% dos clientes da Corsan.[12]

Suspensão das aulas

Devido à situação de insegurança, quase todos os municípios das regiões mais atingidas cancelaram as aulas, mesmo nas creches. 145 escolas da rede estadual também estavam com as aulas suspensas no dia 30.[11][13]

Rompimento da Represa 14 de Julho da CERAN

Devido ao excessivo acumulado de chuvas na bacia hidrológica do Rio Taquari, ocorreu a ruptura da Represa 14 de Julho, no início da tarde do dia 02 de maio, uma das três represas da Companhia de Energia do Rio das Antas.

  1. Leite, Eduardo (1 de maio de 2024). «Sim, infelizmente será pior do que vimos em setembro do ano passado». X 
  2. Leite, Eduardo (1 de maio de 2024). «O evento atual será o maior desastre climático que o nosso Estado já enfrentou». X 
  3. a b «Aviso Hidrometeorológico 254-Atualização» (PDF). SEMA - RS 
  4. «Defesa Civil alerta para chuvas intensas, ventos fortes, descargas elétricas, risco de granizo e alagamentos». X. 30 de abril de 2024 
  5. «Defesa Civil alerta para risco eventual de queda de granizo, chuva e ventos fortes». X. 1 de maio de 2024 
  6. a b c «Aviso Hidrometeorológico – 254 Atualização 2» (PDF). SEMA - RS 
  7. a b «Frente fria vai avançar pelo RS e SC com mais chuva intensa e temporais». MetSul Meteorologia. 1 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  8. a b «'Muita preocupação nas próximas 24h, 36h', alerta meteorologista do Inmet sobre mau tempo no RS». G1. 1 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  9. «Chuva espalha destruição em cidades da região Centro-Serra». MetSul Meteorologia. 1 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  10. «Estado passa a emitir relatórios periódicos sobre situação de municípios atingidos pelas chuvas». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 30 de abril de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  11. a b «Atualização sobre serviços de infraestrutura do RS – 30/4, 18h». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 30 de abril de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  12. «Atualização dos serviços de infraestrutura do RS – 1°/5, 18h». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 1 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  13. «Temporais no RS: governo suspende aulas na rede estadual; medida impacta 700 mil alunos». G1. 2 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 

Resumo dos boletins

Data Cidades atingidas Desabrigados e desalojados Mortes Desaparecidos Ref.
30.04 77 ~300 5 18 [1]
01.05 114 ~4.500 10 21 [2]
02.05 147 ~14.500 24 21 [3][4]
03.05
04.05

Reações

Eduardo Leite o presidente Lula conversaram no dia 30 de abril e no dia 1º de maio, quando Lula anunciou que visitaria o estado no dia 02.

Os governadores de Santa Catarina e do Paraná enviaram equipes, equipamentos e veículos de transporte marítimos e aéreo para noa resgates.[5]

Referências

  1. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome :4
  2. «Defesa Civil atualiza balanço das enchentes no RS - 1°/5, 18h». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 1 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  3. «Defesa Civil atualiza balanço das enchentes no RS - 2/5, 12h». Portal do Estado do Rio Grande do Sul. 2 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  4. «Temporal no RS: sobe para 24 o número de mortos; 14,5 mil pessoas estão fora de casa». G1 Rio Grande do Sul. 2 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024 
  5. «Paraná envia 32 bombeiros, helicóptero e quatro barcos de resgate para auxiliar vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul». G1. 1 de maio de 2024. Consultado em 2 de maio de 2024