Conselhos evangélicos: diferenças entre revisões

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A teologia dos '''Conselhos Evangelicos''' ou teologia dos '''Votos Religiosos''' nos apresenta como fundamento a teologia do coração indiviso ([[Lumen Gentium|LG]] 42), pois para a vivência destos é necessário a entrega total do ser nas mãos de Deus, uma vez que a pessoa de Cristo se doa na sua totalidade.
A teologia dos '''Conselhos Evangélicos''' ou a teologia dos '''Votos Religiosos''' nos apresenta como fundamento a teologia do coração indiviso ([[Lumen Gentium|LG]] 42), pois para a vivência destos é necessário a entrega total do ser nas mãos de Deus, uma vez que a pessoa de Cristo se doa na sua totalidade.

Os conselhos evangélicos têm sua origem divina, mais exatamente, cristológica. Estão fundamentados nas palavras e exemplos de [[Jesus]]. Tem sua origem divina na doutrina e nos exemplos de Jesus, isto quer dizer, que se fundam em sua vida, em toda sua vida. A vida e a doutrina de Jesus estão na base de toda forma de vida cristã, e de maneira especial, na base da [[vida consagrada]]. Eles não são obrigados aos cristãos todos, muito menos lhes é prerrogativa de uma vida mais ou menos santa, apenas são obrigados àqueles que livremente optarem por seguir para atingirem não só a [[salvação]] (e portanto a [[santidade]]), mas também a [[perfeição]].


Antes do [[Concílio Vaticano II]] os votos eram distribuídos na seguinte ordem: obediência, castidade e pobreza, devido que a concepção destos era vista de uma perspectiva muito diferente da atual. A Obediência era a mais exigente porque era a renuncia da própria liberdade e a capacidade de dominar a vontade humana; a Castidade era a renuncia as paixões e a capacidade de dominar os sentimentos e os afetos do coração; a Pobreza era considerada a menos exigente dos tres, pois era vista somente em sua realidade externa, renuncia aos bens externos e a capacidade de viver na simplicidade e com poucas coisas.
Antes do [[Concílio Vaticano II]] os votos eram distribuídos na seguinte ordem: obediência, castidade e pobreza, devido que a concepção destos era vista de uma perspectiva muito diferente da atual. A Obediência era a mais exigente porque era a renuncia da própria liberdade e a capacidade de dominar a vontade humana; a Castidade era a renuncia as paixões e a capacidade de dominar os sentimentos e os afetos do coração; a Pobreza era considerada a menos exigente dos tres, pois era vista somente em sua realidade externa, renuncia aos bens externos e a capacidade de viver na simplicidade e com poucas coisas.

Revisão das 15h32min de 6 de junho de 2008

A teologia dos Conselhos Evangélicos ou a teologia dos Votos Religiosos nos apresenta como fundamento a teologia do coração indiviso (LG 42), pois para a vivência destos é necessário a entrega total do ser nas mãos de Deus, uma vez que a pessoa de Cristo se doa na sua totalidade.

Os conselhos evangélicos têm sua origem divina, mais exatamente, cristológica. Estão fundamentados nas palavras e exemplos de Jesus. Tem sua origem divina na doutrina e nos exemplos de Jesus, isto quer dizer, que se fundam em sua vida, em toda sua vida. A vida e a doutrina de Jesus estão na base de toda forma de vida cristã, e de maneira especial, na base da vida consagrada. Eles não são obrigados aos cristãos todos, muito menos lhes é prerrogativa de uma vida mais ou menos santa, apenas são obrigados àqueles que livremente optarem por seguir para atingirem não só a salvação (e portanto a santidade), mas também a perfeição.

Antes do Concílio Vaticano II os votos eram distribuídos na seguinte ordem: obediência, castidade e pobreza, devido que a concepção destos era vista de uma perspectiva muito diferente da atual. A Obediência era a mais exigente porque era a renuncia da própria liberdade e a capacidade de dominar a vontade humana; a Castidade era a renuncia as paixões e a capacidade de dominar os sentimentos e os afetos do coração; a Pobreza era considerada a menos exigente dos tres, pois era vista somente em sua realidade externa, renuncia aos bens externos e a capacidade de viver na simplicidade e com poucas coisas.

Com o Concílio Vaticano II modificou-se a visão escolástica que se tinha na idade media dos votos. A nova ordem é Castidade, Pobreza e Obediência, (PC 12, LG 43) por sua vez estes votos foram vistos sob seu aspecto positivo enfatizando o primado da castidade, em relação a Deus, as pessoas e as coisas.

Quanto ao voto de pobreza é verdade que os bens materiais são externos à pessoa humana, porém, o apego a eles toca profundamente o intimo do coração, em todas as suas faculdades e potencialidades. A obediência não deixa der ser a renúncia da própria liberdade, porém não tem valor em si, mas visa o bem maior numa perspectiva profunda de fé que provoca um ouvir com o coração.

Castidade Consagrada

A castidade consagrada é a plenitude do amor, pois o voto de castidade começa pelos laços afetivos e familiares, porém consiste na humanização, disciplina e no limite afetivo. O termo castidade provém do latim castitate e significa as qualidades de uma pessoa casta. Também tem o sentido de abster-se dos prazeres sensuais. Mas o termo consagrado é usado pelo Concílio Vaticano II com o significado constante e global de doação integral de si a Deus, serviço total a Ele, modo especial de consagração ao Senhor (PC I). Esse voto não é mais visto só como uma proibição de relações sexuais, mas é analisado em um sentido bem mais amplo, que consiste no respeito mutuo, seguindo bem de perto a Cristo pobre, obediente e casto.

No antigo testamento a paternidade e a maternidade eram essenciais. Pois era inconcebível alguém não ter descendência, e a virgindade era tida como uma desgraça. A abstenção dos atos sexuais, para o homem, só era prevista por tempo determinado em caso de estudo das leis, segundo a Toráh e o Talmud da Babilônia, do contrário não. Após o exílio há uma nova realidade sobre o eunuco que era desprezado pela sociedade judaica, mas é Jesus de Nazaré que vem valorizar os três estados de eunuco (Cf. Mt 19, 1-12). Ele se fez eunuco por causa do Reino.

Apesar da nova perspectiva dada pelo Concilio, ainda há resquícios de uma mentalidade ligada à fonte sacerdotal que visa à castidade na ótica simplista da genitalidade. Outra fonte antiga é a sapiencial/profética que passou a incluir o eunuco na sociedade israelita.

A partir desta iniciou-se, já no Antigo Testamento uma nova visão do celibato, uma vez que surgiram os essênios e mais tarde o próprio Cristo valorizou a opção pelo celibato quando livremente se faz por amor ao Reino. Atualmente a castidade consagrada deve ser entendida num amplo sentido, ela é a maneira de estar aberto as relações acolhedoras, puras, edificantes, e consoladoras entre os filhos do Pai.

Pobreza Evangelica

Na pobreza evangélica Deus deve estar acima de todas as coisas. Tendo assim uma grande valorização de Deus. Ser pobre é ser necessitado da graça de Deus. Jesus se faz pobre em sua vida (Lc 16. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro). A pobreza é uma abertura de amor a Deus e ao próximo, tendo uma vida simples e apenas o necessário para evangelizar. O tesouro do coração e tudo aquilo que ocupa o primeiro lugar na vida do consagrado deve ser Deus. Jesus não incentiva o acumulo de riquezas, todavia aquele que possui bens deve ter em sua vida o desprendimento e a solidariedade.

O cristão na Igreja primitiva era pobre, perseguido é muitas vezes enfrentava o martírio. Os primeiros monges viviam sozinhos e com apenas o necessário para sobreviver. Na Idade Média os mendicantes viviam a pobreza de forma coletiva e radical. Durante a Revolução Industrial, onde a grande massa vivia apenas com o suficiente para sobreviver; surge o apelo de vivenciar o voto de pobreza a partir do modo de vida do operário.

A motivação do voto de pobreza é sempre o Evangelho. Aquele que assume o voto deve ter uma identificação com os pobres, não possuir qualquer tipo de bens e viver uma vida de desprendimento, simplicidade e pobreza. Nesta realidade a vivência do voto deve ter toda forma de solidariedade humana, abandono e confiança nas mãos de Deus. Ser pobre é: ser generoso e ter um coração desapegado aos bens matérias.

Para concluir, lembramos do documento de Puebla, que nos diz que a Igreja da América Latina deve fazer dos pobres a sua opção preferencial, conscientizando-os dos seus direitos e dando-lhes formação.

Obediência na Caridade Fraterna

A palavra obediência em sua raiz etimológica quer dizer: ouvir com o coração e escutar em profundidade, ou seja, escutar com amor. O fundamento bíblico do voto da obediência é a relação amorosa que existe entre Deus e o ser humano, pos vocação à vida religiosa é o encontro de dois amores, o Deus que chama por amor, e o chamado que responde com amor.

A obediência só tem sentido a partir da . Toda obediência esta ligada ao discernimento, visto que, obedecer é abrir mão dos planos pessoais em vista dos planos comunitários, por tanto, é preciso ver na voz do superior a vontade de Deus (Cf. cân. 601). Jesus no Getsêmani colocou sua vontade em segundo plano conformando plenamente à vontade do Pai por um bem maior. Meu Pai se é possível, afaste-se de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como Tu queres.

Toda a obediência está vinculada a uma autoridade. A autoridade na igreja é uma missão nobre e sublime, desde que exercida como serviço desinteressado e não como ambição. Toda autoridade religiosa está vinculada a uma comunidade. É, em primeiro lugar, obediência ao Espírito, numa atitude constante de escuta e discernimento. Assim, a obediência dos membros de uma congregação religiosa passa pelas Regras. Estas Regras não são mortas, mas animadas pelo Espírito que vem de Deus.

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