Primicério: diferenças entre revisões

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Revisão das 05h07min de 14 de novembro de 2012

O termo latino primicerius, henelizado como prim(m)ikērios (em grego πριμ(μ)ικήριος) foi um título aplicado no Império Romano Tardio e no Império Bizantino para os chefes dos serviços administrativos, e também usado pela igreja para designar os chefes de varias faculdades. Etimologicamente o termo deriva de primus em cera, ou seja, o que quer dizer em tabula cerata, o primeiro nome em uma lista de classe de oficiais, que normalmente era inscrito em uma tabuleta encerada.

Uso civil e militar

itens utilizados pelo Primicerius notariorum, como descrito no Notitia Dignitatum.

De sua origem no período do Dominato houve vários severos primicerii (primikērioi em grego, do século XII geralmente soletrado primmikērioi). Na corte, havia o primicerius sacri cubiculi (na época bizantina, o primikērios do kouboukleion), encarregado dos aposentos do imperador, sendo quase sempre um eunuco. O título também foi dado aos oficiais da corte, em combinação com outros serviços ligados ao imperador, como o tesouro privado (eidikon) ou o guarda-roupa imperial (vestiarion). Outro promicerii chefiava alguns dos scrinia (departamentos) do palácio, principalmente o notarii (notarioi ou taboularioi em fontes bizantinas).[1]

No exercito, o uso do termo também foi restrito as unidades associadas à corte imperial, principalmente guardas imperiais. Assim, do século IV ao VI houve o promicerii dos protectores domestici e dos Scholae Palatinae. No período comneno, os primmikērioi apareceram como comandantes dos regimentos palacianos dos Manglavitai, Vardariōtai, Vestiaritai e Varegues[1]

No final do século XI, a dignidade de megas prim(m)ikērios (“Grande Primicerius”) foi criado, sendo classificado dentro do alto grau hierárquico da corte no período Paleólogo, funcionando como chefe de cerimônias. Primmikērioi continuou a estar evidente dentro do Império Bizantino e do Despotado da Moreia até a sua queda para os otomanos.[1]

Uso eclesiástico

No uso eclesiástico, o termo foi dado aos chefes dos colégios de Notarii e Defensores, que ocupou um lugar importante na administração da Igreja Romana da Antiguidade Tardia e Alta Idade Média.

Quando jovens clérigos foram agregados em escolas de formação no serviço eclesiástico em diferentes distritos da Igreja Ocidental (a partir do século V ou VI), os diretores dessas escolas também comumente receberam esse título. Isidoro de Sevilha trata das obrigações dos promicerius clérigos mais baixos em sua "Epistola ad Ludefredum". A partir desta posição o promicerius também derivava certos poderes no sentido das funções litúrgicas.

No regulamento da vida comum do clero nas igrejas colegiadas e catedrais, de acordo com a Regra de Chrodegang e os estatudos de Amalario de Metz, o promicerius aparece como o primeiro capitular após o arquidiácono e arquipresbítero, controlando os clérigos menores e dirigindo as funções litúrgicas e de canto. O promicerius tornou-se assim um dignitário especial de muitos capítulos de um gradual desenvolvimento da posição do promicerius antigo da scola cantorum ou lectorum

Na Igreja Ortodoxa, o título foi usado para os chefes das faculdades de notarioi e taboularioi na burocracia da Igreja, mas também para os leitores chefes, cantores, etc. de uma igreja.[1]

Referências

  1. a b c d Kazhdan, Alexander (Ed.) (1991). Oxford Dictionary of Byzantium. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 1719–1720. ISBN 978-0-19-504652-6