Líbia otomana: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
YFdyh-bot (discussão | contribs)
m r2.7.3) (Robô: A adicionar: he:טריפוליטניה העות'מאנית
Raimundo57br (discussão | contribs)
Linha 36: Linha 36:
|atual = [[Libia]]
|atual = [[Libia]]
}}
}}
A região costeira da atual [[Líbia]] foi governada pelo [[Império Otomano]] entre [[1551]] a [[1911]]; a partir de [[1864]] como o '''Vilaiete de Tripolitânia''' (em [[turco otomano]]: ولايت طرابلس غرب ''Vilâyet - i Trâblus Gârp''). Foi também conhecido como o '''Reino de Tripoli''', mesmo que não fosse tecnicamente um reino, mas uma província otomana governada por [[paxá]]s (governadores), como a [[dinastia Karamanli]] de [[1711]] a [[1835]] que governaram a província como monarcas hereditários ''de facto''.


Em [[1517]], os [[otomano]]s conquistaram a [[Cirenaica]]. Em [[1551]], [[Solimão I, o Magnífico]], incorporou a região da Tripolitânia ao [[Império Otomano]]<ref name = gdm>[http://www.guiadelmundo.org.uy/cd/ Guia del Mundo 2007], acessado em 24 de abril de 2011</ref> <ref name = emc384>Enciclopédia do Mundo Contemporâneo, 3ª Ed. rev e atualizada - São Paulo Publifolha, Rio de Janeiro: Editora Terceiro Milênio, 2002, p 384</ref>, estabelecendo o poder central em [[Trípoli]]. A autoridade do regime turco da [[Porta Sublime]], entretanto, mal passava da região para além da costa.
Além do território principal de [[Tripolitânia]], [[Barca]] foi também considerado parte do reino de Trípoli, porque era ''de facto'' governada pelo [[paxá de Trípoli]].<ref>Thomas Salmon, ''Modern history or the present state of all nations'', vol. 3, 1746, [http://books.google.com/books?id=6rI-AAAAcAAJ&pg=PA84&dq=%22Kingdom+of+Tripoli%22&hl=en&ei=lLmITe7-G4fpOcew7aAO&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CCwQ6AEwAQ#v=onepage&q=%22Kingdom%20of%20Tripoli%22&f=false p. 84]. Archibald Bower et al., ''An universal history: from the earliest accounts to the present time'', 1760, vol. 18, [http://books.google.com/books?id=fIIEAAAAYAAJ&pg=PA479&dq=%22Kingdom+of+Tripoli%22+Barca&hl=en&ei=W7qITbCjKJCcOrv1yfYN&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDUQ6AEwAQ#v=onepage&q=%22Kingdom%20of%20Tripoli%22%20Barca&f=false p. 479].</ref>


Em [[1553]] os cristãos foram expulsos por [[corsário]]s turcos de [[Argel]], agindo em nome do [[Império Otomano]].
Os cristãos haviam sido expulsos em [[1553]] por [[corsário]]s turcos de [[Argel]], agindo em nome do Império Otomano. [[Istambul]] manteria a soberania sobre a área de forma quase nominal quando em [[1711]], [[Ahmed Karamanli]] tomou o poder e fundou a dinastia Karamanli, que durou até [[1830]], quando o Império Otomano tomou o controle direto sobre o denominado paxalato de Tripoli. Em [[1912]], quando o [[Egito]], a [[Tunísia]] e a [[Argélia]] já estavam sob o controle da [[Grã-Bretanha]] ou da [[França]], e o Império Otomano estava muito ocupado com as [[Guerras dos Balcãs]], a [[Itália]] [[Guerra Ítalo-Turca|obteve o controle do território líbio]].

Até [[1711]] [[Ahmed Karamanli]] tomou o poder em [[Trípoli]] e fundou a dinastia [[Karamanli]], que passou a exercer um maior controle sobre as regiões de [[Fezã]] (ou [[Fezânia]]), [[Cirenaica]] e [[Tripolitânia]]. Essa dinastia exerceu o poder sobre a região ainda subordinada, mas com grande autonomia em relação ao [[Império Otomano|Domínio Otomano]]. A região servia de base para [[corsário|corsários]], o que motivou inclusive uma [[Intervenções_norte-americanas|intervenção norte-americana]], a primeira [[Guerra Berbere]] ocorreu entre [[1801]] e [[1805]].

Em [[1835]] o Império Otomano retomou o controle direto sobre o denominado paxalato de Tripoli.

Em meados do Século XIX, a confraria [[Islamismo|muçulmana]] dos [[sanusis]] passou a exercer um domínio sobre os territórios da [[Cirenaica]] e de [[Fezã]] (interior do país).

A partir de [[1864]] foi estabelecido o '''Vilaiete de Tripolitânia''' (em [[turco otomano]]: ولايت طرابلس غرب ''Vilâyet - i Trâblus Gârp''), também conhecido como o '''Reino de Tripoli''', que tecnicamente não era propriamente um [[monarquia|reino]], mas uma província otomana governada por [[paxá]]s (governadores), com pederes semelhantes àqueles exercidos pela [[dinastia Karamanli]] entre [[1711]] a [[1835]] que governaram a província como monarcas hereditários ''de facto''.

Além do território principal de [[Tripolitânia]], [[Cirenaica|Barca]] foi também considerado parte do reino de Trípoli, porque era ''de facto'' governada pelo [[paxá de Trípoli]].<ref>Thomas Salmon, ''Modern history or the present state of all nations'', vol. 3, 1746, [http://books.google.com/books?id=6rI-AAAAcAAJ&pg=PA84&dq=%22Kingdom+of+Tripoli%22&hl=en&ei=lLmITe7-G4fpOcew7aAO&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CCwQ6AEwAQ#v=onepage&q=%22Kingdom%20of%20Tripoli%22&f=false p. 84]. Archibald Bower et al., ''An universal history: from the earliest accounts to the present time'', 1760, vol. 18, [http://books.google.com/books?id=fIIEAAAAYAAJ&pg=PA479&dq=%22Kingdom+of+Tripoli%22+Barca&hl=en&ei=W7qITbCjKJCcOrv1yfYN&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CDUQ6AEwAQ#v=onepage&q=%22Kingdom%20of%20Tripoli%22%20Barca&f=false p. 479].</ref>

Em [[1912]], quando o [[Egito]], a [[Tunísia]] e a [[Argélia]] já estavam sob o controle da [[Grã-Bretanha]] ou da [[França]], e o [[Império Otomano]] estava muito ocupado com as [[Guerras dos Balcãs]], a [[Itália]] [[Guerra Ítalo-Turca|obteve o controle do território líbio]].

[[Ficheiro:Libia regiones.PNG|thumb|left|Regiões da Líbia.]]


== Divisões administrativas ==
== Divisões administrativas ==

Revisão das 23h11min de 29 de dezembro de 2012


ولايت طرابلس غرب
Vilâyet-i Trâblus Gârp

Reino de Tripoli

Eyalet, Vilayet do Império Otomano
(Império Otomano)


 

1551 – 1911

Bandeira de Líbia Otomana

Bandeira
Localização de Líbia Otomana
Localização de Líbia Otomana
Vilaiete de Tripolitânia em 1900
Continente África
Região Norte da África
País Líbia
Capital Tripoli
Governo monarquia hereditária, Província do Império Otomano
História
 • 1551 Fundação
 • 18 de Outubro de 1911 de 1911 Guerra Ítalo-Turca

Em 1517, os otomanos conquistaram a Cirenaica. Em 1551, Solimão I, o Magnífico, incorporou a região da Tripolitânia ao Império Otomano[1] [2], estabelecendo o poder central em Trípoli. A autoridade do regime turco da Porta Sublime, entretanto, mal passava da região para além da costa.

Em 1553 os cristãos foram expulsos por corsários turcos de Argel, agindo em nome do Império Otomano.

Até 1711 Ahmed Karamanli tomou o poder em Trípoli e fundou a dinastia Karamanli, que passou a exercer um maior controle sobre as regiões de Fezã (ou Fezânia), Cirenaica e Tripolitânia. Essa dinastia exerceu o poder sobre a região ainda subordinada, mas com grande autonomia em relação ao Domínio Otomano. A região servia de base para corsários, o que motivou inclusive uma intervenção norte-americana, a primeira Guerra Berbere ocorreu entre 1801 e 1805.

Em 1835 o Império Otomano retomou o controle direto sobre o denominado paxalato de Tripoli.

Em meados do Século XIX, a confraria muçulmana dos sanusis passou a exercer um domínio sobre os territórios da Cirenaica e de Fezã (interior do país).

A partir de 1864 foi estabelecido o Vilaiete de Tripolitânia (em turco otomano: ولايت طرابلس غرب Vilâyet - i Trâblus Gârp), também conhecido como o Reino de Tripoli, que tecnicamente não era propriamente um reino, mas uma província otomana governada por paxás (governadores), com pederes semelhantes àqueles exercidos pela dinastia Karamanli entre 1711 a 1835 que governaram a província como monarcas hereditários de facto.

Além do território principal de Tripolitânia, Barca foi também considerado parte do reino de Trípoli, porque era de facto governada pelo paxá de Trípoli.[3]

Em 1912, quando o Egito, a Tunísia e a Argélia já estavam sob o controle da Grã-Bretanha ou da França, e o Império Otomano estava muito ocupado com as Guerras dos Balcãs, a Itália obteve o controle do território líbio.

Regiões da Líbia.

Divisões administrativas

Sanjaks do Eyalet em meados do século XIX:[4]
  1. Sanjak de Benghasi
  2. Sanjak de Tarablusi Garb
  3. Sanjak de Khams
  4. Sanjak de Djebel
  5. Sanjak de Gharbi
  6. Sanjak de Fezzan
Sanjaks do Vilayet:[5]
  1. Sanjak de Trablus Garb
  2. Sanjak de Humus
  3. Sanjak de Celebi-i-Garbi
  4. Sanjak de Fezã
  5. Sanjak de Bengasi

Referências

  1. Guia del Mundo 2007, acessado em 24 de abril de 2011
  2. Enciclopédia do Mundo Contemporâneo, 3ª Ed. rev e atualizada - São Paulo Publifolha, Rio de Janeiro: Editora Terceiro Milênio, 2002, p 384
  3. Thomas Salmon, Modern history or the present state of all nations, vol. 3, 1746, p. 84. Archibald Bower et al., An universal history: from the earliest accounts to the present time, 1760, vol. 18, p. 479.
  4. The three eras of Ottoman history, a political essay on the late reforms of..., p. 75, no Google Livros By James Henry Skene
  5. Trablus-Garb Vilayeti | Tarih ve Medeniyet