Basilisco (imperador): diferenças entre revisões

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Revisão das 03h59min de 4 de janeiro de 2013

Basilisco
Imperador Romano do Oriente

Soldo do imperador Basilisco.
Reinado 9 de janeiro de 475
agosto de 476
Antecessor(a) Zenão I, deposto
Sucessor(a) Zenão I, restaurado
Morte inverno 476–477
  Capadócia
Nome completo Flavius Basiliscus Augustus
Aelia Zenonis
Herdeiro(a) Marcos, César e mais tarde Augusto
Casa Casa de Leão

Flávio Basilisco (em latim Flavius Basiliscus) foi imperador do Império Romano do Oriente, membro da dinastia leonina, durante um curto período entre 9 de janeiro de 475 e agosto de 476, chegou ao poder depois que o imperador Zenão I foi forçado a abandonar Constantinopla por uma revolta.

Basilisco era irmão da imperatriz Aelia Verina, a esposa do imperador Leão I de Bizâncio (457-474). Sua relação com o imperador lhe permitiu ter uma carreira militar que lhe trouxe pequenos êxitos, terminando em 468, quando liderou a desastrosa invasão bizantina na África vândala, uma das maiores operações militares da antiguidade tardia.

Basilisco conseguiu o poder em 475, explorando a impopularidade do imperador Zenão, o sucessor "bárbaro" de Leão II. Um complô organizado por Verina provocou a fuga de Zenão de Constantinopla. Todavia, durante seu pequeno mandato, Basilisco ganhou a antipatia da Igreja Católica e do povo de Constantinopla, exaltando o Cristianismo em oposição a fé do Concílio de Calcedônia, que recebia maior aceitação. Além disso, sua política de assegurar seu poder mediante a nomeação para cargos importantes de homens leais a si o tornou inimigo de figuras influentes da corte imperial, incluindo sua irmã Verina. Então, quando Zenão tentou recuperar seu império, praticamente não encontrou oposição, entrando em Constantinopla triunfalmente, capturando e matando Basilisco e sua família.

A luta entre Basilisco e Zenão impediu a intervenção do Império Romano do Oriente na queda do Império Romano do Ocidente, que se iniciou no princípio de setembro de 476. Quando o chefe dos hérulos, Odoacro, depôs o imperador do Ocidente, Rômulo Augusto, enviando as insígnias imperiais a Constantinopla, Zenão acabava de recuperar seu trono, e teve que nomear Odoacro dux da Itália, terminando assim o Império Romano do Ocidente.

Origem e começo de carreira

Ficheiro:Tremissis-Aelia Verina-s4344.jpg
Moeda cunhada em nome de Aelia Verina, esposa e posterior viúva do imperador Leão I. Como irmã de Basilisco, Verina o ajudou tanto em sua carreira política como militar.

Provavelmente de origem balcânica,[1] Basilisco era irmão de Aélia Verina, esposa do imperador Leão I. Tem-se argumentado que Basilisco era tio do chefe dos hérulos, Odoacro. Essa ligação é baseada na interpretação de um fragmento de João I de Antioquia (209.1), que afirma que Odoacro e Armatus, sobrinho de Basilisco, eram irmãos.[2] Entratanto, essa interpretação não é aceita por todos os estudiosos, pois as fontes não dizem nada sobre uma origem estrangeira de Basilisco.[3] Sabe-se que Basilisco tinha uma esposa, Zenonis, e pelo menos um filho, Marcos.

A carreira militar de Basilisco começou sob o comando de Leão I. O imperador deu a seu cunhado o título de dux, ou comandante em chefe, na Trácia.[4] Neste país Basilisco liderou uma bem-sucedida campanha militar contra os búlgaros em 463. Não obstante, sucedeu Rusticius no cargo de magister militum per Thracias (464), e obteve vários sucessos contra os godos e hunos (466 ou 467).[5]

Por estes êxistos, a influencia de Basilisco foi crescendo e ganhando uma maior consideração com o imperador Leão. A intercessão de Verina em favor de seu irmão ajudou a carreira militar e política de Basilisco, com a atribuição do cônsul em 465 e, possivelmente o posto de patrício.[6] Sua breve ascensão, no entanto, sofreu uma séria reversão.[1]

A desastrosa expedição contra os vândalos

Cabo Bon, na atual Tunísia lugar onde a frota bizantina liderada por Basilisco chegou para lançar um ataque conta Cartago, a capital dos vândalos.
Ver artigo principal: Batalha de Cape Bon (468)

Em 468, Leão escolheu Basilisco para que fosse o líder da famosa expedição militar contra Cartago. A invasão do reino dos vândalos foi uma das maiores operações militares registrada na história, com mais de mil navios e cem mil soldados envolvidos. O objetivo da operação era punir o rei vândalo Genserico pelo saque de Roma em 455, no qual a antiga capital do Império Romano do Ocidente havia sido devastada, e a imperatriz Licínia Eudóxia (viúva do imperador Valentiniano III) e suas filhas foram tomadas como reféns.[1][4]

O plano foi concluído entre o imperador do Império Romano do Oriente, Leão, e o imperador do Império Romano do Ocidente, Antêmio e o general Marcellinus que desfrutava de uma certa independência em Ilíria. Basilisco recebeu ordens de navegar diretamente para Cartago, enquanto Marcellinus atacava e tomava Sardenha, e um terceiro exército, comandado por Heracliu de Edessa, desembarcava na costa da Líbia a leste de Cartago, avançando rapidamente. Aparentemente as forças encontraram-se na Sicília, onde as três frotas dividiram-se em períodos distintos.[4]

Historiadores antigos e modernos, fornecem diferentes estimativas sobre o número de navios e tropas sob o comando de Basilisco, bem como sobre o custo da expedição. Ambas eram enormes; Nicéforo Gregoras estima em cem mil navios, enquanto Jorge Cedreno proporciona dados mais confiáveis afirmando que a frota que atacou Cartago consistia em mil cento e treze navios, estando cada navio com cem homens a bordo.[7] A estimativa mais conservadora para as despesas da expedição é de 64 000 libras de ouro, uma quantia que superava a receita de um ano inteiro.[8]

Sardenha e Líbia já haviam sido conquistadas por Marcellinus e Heracliu, quando Basilisco chegou em promontorium Mercurii, hoje chamado Cabo Bon, cerca de quarenta milhas de Cartago. Genserico solicitou cinco dias para poder elaborar as condições de uma paz.[9] Durante as negociações, no entanto, Genserico reuniu seus navios e de repente atacou a frota romana. Os vândalos haviam levado muitos de seus navios com materiais combustíveis, e, à noite, estes brulote foram enviados contra a frota invasora. Por sua vez, os comandantes bizantinos tentaram resgatar alguns navios da destruição, porém suas tentativas foram bloqueadas pelo ataque de outros navios vândalos.[4]

Basilisco fugiu no meio da batalha.[10] Metade da frota romana foi queimada, afundada, ou capturada, e a outra metade fugiu com Basilisco. A expedição foi um fracasso. Heráclio se retirou através do deserto até Tripolitânia, mantendo a posição por dois anos até que foi chamado de volta; Marcelino retirou-se para Sicília, onde foi acompanhado por Basilisco;[11] o general foi, no entanto, assassinado, talvez por instigação de Ricimero, por um de seus próprios capitães. O rei dos vândalos, expressou sua surpresa e satisfação pelo fato de que os próprios romanos se dedicaram a eliminar seus inimigos mais formidáveis.[4]

Depois de voltar para Constantinopla, Basilisco se escondeu na Basílica de Santa Sofia para escapar da ira do povo e da vingança do imperador. Através da mediação de Verina, ele obteve o perdão imperial, e foi punido simplesmente com o exílio para Heraclea Sintica, na Trácia.[12]

Ascensão ao poder

Em 471 e 472, Basilisco ajudou Leão I a se livrar da influência germânica em sua corte, ajudando no assassinato do Magister militum alano Aspar. A morte de Aspar causou uma revolta na Trácia, liderada pelo ostrogodo trácio Teodorico Estrabão, e Basilisco foi enviado para reprimir a revolta, onde obteve sucesso com a ajuda de seu sobrinho Armatus. Em 474, recebeu a patente de caput senatus, "o primeiro entre os senadores".[5]

Com a morte de Leão, Zenão I, que era um "bárbaro" de Isáuria, todavia ao mesmo tempo era casado com uma filha do imperador, subiu ao trono, depois de um curto reinado de seu próprio filho, Leão II de Bizâncio (474). As origens "bárbaras" do imperador Zenão causaram uma certa antipatia entre o povo de Constantinopla. Além disso, uma parte significativa do exército era formada por soldados de origem germânica, liderado por Teodorico Estrabão, que detestava os oficiais isáuricos que Leão trouxe para reduzir sua dependência dos ostrogodos. Por último, Zenão fugiu de seu companheiro e general isáurico Illus, que havia sido subornado por Basilisco. No meio da conspiração estava Verina, que promovia uma revolta popular contra o imperador. A revolta, apoiada por Teodorico Estrabão, Illus e Armatus, foi bem sucedida, e Verina convenceu o imperador a deixar a cidade. Zenão fugiu para sua terra natal, levando consigo alguns dos isáuricos que viviam em Constantinopla, junto com o tesouro imperial.

Basilisco foi, então, proclamado Augusto em 9 de Janeiro 475,[13] no palácio Hebdomon, pelos ministros do palácio e do Senado.[14] A população de Constantinopla conseguiu a sua vingança contra Zenão, matando quase todos os isáuricos que estavam na cidade.[11][12]

No início, tudo parecia ir bem para o novo imperador, que inclusive tentou criar uma nova dinastia, conferindo o título de Augusta a sua esposa Aelia Zenonis e nomeando César seu filho Marcos e mais tarde Augusto;[15] porém, devido à sua má administração como imperador, Basilisco rapidamente perdeu a maioria de seus partidários.

Governo

Corrupção e fogo de Constantinopla

O problema mais urgente que enfrentava o imperador era a escassez de recursos deixados no cofre imperial. Basilisco se viu obrigado a aumentar os impostos, e retornar à prática de leiloar os cargos públicos, obviamente causando um descontentamento na população. Também extorquiu dinheiro da igreja, com a ajuda do prefeito Epinicus, um dos favoritos de longa data de Verina.[11]

No começo de seu reinado, Constantinopla sofreu um enorme incêndio, que destruiu casas, igrejas, e incendiou completamente a grande biblioteca construída pelo imperador Juliano, o Apóstata.[16] O fogo foi visto como um mal presságio para o governo de Basilisco.[12]

Tensões com seus colaboradores

Basilisco havia confiado o apoio de algumas das mais importantes figuras da corte em sua oferta para alcançar o trono. No entanto, rapidamente perdeu a maioria deles. Primeiramente, Basilisco perdeu o apoio de sua própria irmã Verina, após a execução de Patrício, o Magister officiorum. Patrício era o amante de Verina, a imperatriz havia planejado elevá-lo ao posto imperial e se casar com ele: a própria revolta contra Zenão tinha sido organizada para tornar Patrício o novo imperador. Basilisco mandou martar Patrício, devido ao cargo político que ocupava era o candidato natural para derrubar o novo imperador, como consequência, mais tarde Verina cospirou contra Basilisco, por causa da execução de seu amante.[17]

Além disso, Teodorico Estrabão, também se afastou do novo imperador, após ter sido um dos principais pilares da sua ascensão através do ódio pelo isáurico Zenão. Basilisco havia elevado Armatus seu próprio sobrinho, que segundo boatos foi também o amante da esposa de Basilisco, para o posto de magister militum, o mesmo que ocupava Estrabão. Por último, o apoio de Illus foi bastante instável, devido ao massacre dos isáuricos que Basilisco havia permitido.[4][11]

Notas e referências

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Basiliscus», especificamente desta versão.
  1. a b c Elton.
  2. Krautschick.
  3. Macgeorge.
  4. a b c d e f Smith.
  5. a b Martindale.
  6. Martindale. It is also possible that he attained the rank of patricius in 471/472, for helping Leo to get rid of the Germanic influence in his court, but there is a reference to Basiliscus as patricius earlier, in 468.
  7. Georgius Cedrenus, through Smith.
  8. Boardman.
  9. Procopius suggests that Geiseric supported his request for a truce with a bribe.
  10. Basiliscus' lieutenant, Joannes, when overpowered by the Vandals, refused the pardon that was promised him by Genso, the son of Gaiseric, and leaped overboard in heavy armor and drowned himself in the sea. His last words were that he could not bear to surrender to those "impious dogs" of the Vandals — the Vandals, in fact, were Arians (Procopius).
  11. a b c d Friell.
  12. a b c Bury.
  13. There exists a horoscope made on the day of Basiliscus' coronation —12 January 475, at 9 am—, probably by a supporter of Zeno. The horoscope, preserved with the horoscopes of other two usurpers of Zeno through Arab sources, correctly predicts the end of Basiliscus' rule in two years. See Barton, Tamsyn (2002). Power and knowledge: Astrology, physiognomics, and medicine under the Roman Empire. [S.l.]: University of Michigan Press. pp.  60. ISBN 0-472-08852-1 
  14. Tradition allowed the Senate to recognise an usurper, thus Basiliscus was the new lawful ruler. However it was the first military-based succession in the last one hundred years (Friell).
  15. Basiliscus also issued coins celebrating the joint rule with his son Marcus;[1] Also, gold and bronze coins were minted in honour of Aelia Zenonis, Augusta[2] The coins bear the legend AVGGG, with the three 'G' referring to the three Augusti. See Yonge Akerman, John (2002) [1834]. A Descriptive Catalogue of Rare and Unedited Roman Coins. [S.l.]: Adamant Media Corporation. pp.  383. ISBN 1-4021-9224-X 
  16. This library, which was housed within a basilica next to the underground cisterna built by Justinian I, contained 120,000 volumes, including the famous parchment, 35 m (115 pé) long, upon which were inscribed Homer's Iliad and Odyssey in golden letters.
  17. Bury. According to Candidus, after the death of Patricius, Verina intrigued in favour of Zeno, but her plan was discovered by Basiliscus, and only the intercession of Armatus spared her life.

Bibliografia

Fontes primárias

Fontes secundárias

Ligações externas

Precedido por
Zenão I
Imperador do Oriente
475 - 476
Sucedido por
Zenão I

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