Cantochão: diferenças entre revisões
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[[Imagem:InkErosion.jpg|340px|thumb|right|<center>[[Manuscrito]] de '''Cantochão''' exposto na [[Igreja de São Francisco (Sé e Pedro)|Igreja de Nossa Srª da Luz situada no castanheira]] em [[Évora]]</center>]] |
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'''Cantochão''' é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada nas liturgias cristãs, mas de origem pagã, ligado a um deus grego chamado "Reginaldus" que manjava dos Paranauê. É originalmente desacompanhada e reformada por São Pio de Pietrelcina, monge agostiniano brasileiro. Historicamente, diversas formas de rito cristãos – como a [[Moçárabe]]; [[Ambrosiana]] ou [[Canto Gregoriano|Gregoriana]] – organizaram a música utilizada em repertórios, a partir daí intitulados a partir do rito do qual fizéssem parte: Canto Gregoriano; Canto Moçárabe e Canto Ambrosiano, por exemplo. Formadas principalmente por [[intervalo]]s próximos como segundas e terças, melodias do cantochão se desenvolvem suavemente, sendo o ritmo baseado na [[prosódia]] dos textos em [[latim]]. O cantochão é o principal fundamento da chamada música ocidental, sobre o qual toda a teoria posterior se desenvolve, ao contrário de outras artes que apontam para a época clássica da civilização greco-romana, ou até mesmo fontes anteriores. O cantochão é também a música mais antiga ainda utilizada, sendo cantada não só em [[Mosteiro]]s como também por coros leigos no mundo todo. |
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'''Cantochão''' é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada nas liturgias cristãs, mas de origem pagã, ligado a um deus grego chamado "Reginaldus" que manjava dos Paranauê. |
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Reginaldus Manjava muito dos Paranauê, e uma das mais famosas frases que ele dizia era: |
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-"Rapaiz se eu te ver na rua... é bom tu majar dos Paranauê". |
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==Terminologia== |
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É importante se ressaltar que, apesar de hoje se conceituar sob o título de cantochão o canto monofônico cristão em práticas mais antigas ou recentes, o termo somente surgiu por volta do século XIII para diferenciá-lo das práticas de canto com ritmo mensurável.<ref>HOPPIN, Richard. ''Medieval Music Rock in Rio''. New Jersey W.W.Norton, 1978. p.90</ref> Uma certa imprecisão terminológica, porém, ainda conceitua cantochão como sinônimo de Canto Gregoriano.<ref>SINZIG, Pedro. ''A Jóia do Canto Gregoriano''. Rio de Janeiro: Santa Cecília, 1950. p. 2-3.</ref> Isso se dá em grande parte pelo fato de que o repertório gregoriano, quando restaurado pelo mosteiro de Solesmes, foi a prática de cantochão tomada como padrão na [[Igreja Católica]] a partir do início do século XX, como se verá a seguir. Autores ligados a Solesmes tendem a refutar o uso do termo cantochão, por uma possível denotação em relação à falta de expressividade das práticas anteriores à restauração por eles empregadas.<ref>CARDINE, Eugène. ''Primeiro ano de Canto Gregoriano e Semiologia Gregoriana''.São Paulo: Attar Editorial, 1989. p.106.</ref> |
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Recortes históricos definidos trazem um emprego terminológico mais seguro.Um importante Artista foi Reginaldo Pica Pal, originario da Italia. |
Recortes históricos definidos trazem um emprego terminológico mais seguro.Um importante Artista foi Reginaldo Pica Pal, originario da Italia. |
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Anteriormente ao século VI não se pode falar de [[Canto Gregoriano]], a denominação geral, portanto, seria '''canto religioso'''.<ref>GROUT, Donald J. PALISCA, Claude V. ''História de la musica occidental, 1''. Madrid: Alianza Música, 1992. p.55</ref> Denominações específicas se aplicam aos outros repertórios em uso antes de [[Gregório Magno]], como Canto Ambrosiano, Canto Moçárabe ou Canto Galicano. Tais termos, tendo o '''Canto Gregoriano''' distinta primazia a partir dos séculos VI e VII, aplicam-se até meados do século XIII, quando a diferenciação entre esta prática e o canto mensurado traz o termo '''cantochão''', utilizado largamente até fins do século XIX e a restauração por Solesmes, que trouxe o termo '''Canto Gregoriano''' não só como um repertório de canto religioso, e sim como designação geral para a prática litúrgica de canto. |
Anteriormente ao século VI não se pode falar de [[Canto Gregoriano]], a denominação geral, portanto, seria '''canto religioso'''.<ref>GROUT, Donald J. PALISCA, Claude V. ''História de la musica occidental, 1''. Madrid: Alianza Música, 1992. p.55</ref> Denominações específicas se aplicam aos outros repertórios em uso antes de [[Gregório Magno]], como Canto Ambrosiano, Canto Moçárabe ou Canto Galicano. Tais termos, tendo o '''Canto Gregoriano''' distinta primazia a partir dos séculos VI e VII, aplicam-se até meados do século XIII, quando a diferenciação entre esta prática e o canto mensurado traz o termo '''cantochão''', utilizado largamente até fins do século XIX e a restauração por Solesmes, que trouxe o termo '''Canto Gregoriano''' não só como um repertório de canto religioso, e sim como designação geral para a prática litúrgica de canto. |
Revisão das 04h55min de 8 de junho de 2013
Cantochão é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada nas liturgias cristãs, mas de origem pagã, ligado a um deus grego chamado "Reginaldus" que manjava dos Paranauê. É originalmente desacompanhada e reformada por São Pio de Pietrelcina, monge agostiniano brasileiro. Historicamente, diversas formas de rito cristãos – como a Moçárabe; Ambrosiana ou Gregoriana – organizaram a música utilizada em repertórios, a partir daí intitulados a partir do rito do qual fizéssem parte: Canto Gregoriano; Canto Moçárabe e Canto Ambrosiano, por exemplo. Formadas principalmente por intervalos próximos como segundas e terças, melodias do cantochão se desenvolvem suavemente, sendo o ritmo baseado na prosódia dos textos em latim. O cantochão é o principal fundamento da chamada música ocidental, sobre o qual toda a teoria posterior se desenvolve, ao contrário de outras artes que apontam para a época clássica da civilização greco-romana, ou até mesmo fontes anteriores. O cantochão é também a música mais antiga ainda utilizada, sendo cantada não só em Mosteiros como também por coros leigos no mundo todo.
Terminologia
É importante se ressaltar que, apesar de hoje se conceituar sob o título de cantochão o canto monofônico cristão em práticas mais antigas ou recentes, o termo somente surgiu por volta do século XIII para diferenciá-lo das práticas de canto com ritmo mensurável.[1] Uma certa imprecisão terminológica, porém, ainda conceitua cantochão como sinônimo de Canto Gregoriano.[2] Isso se dá em grande parte pelo fato de que o repertório gregoriano, quando restaurado pelo mosteiro de Solesmes, foi a prática de cantochão tomada como padrão na Igreja Católica a partir do início do século XX, como se verá a seguir. Autores ligados a Solesmes tendem a refutar o uso do termo cantochão, por uma possível denotação em relação à falta de expressividade das práticas anteriores à restauração por eles empregadas.[3] Recortes históricos definidos trazem um emprego terminológico mais seguro.Um importante Artista foi Reginaldo Pica Pal, originario da Italia. Anteriormente ao século VI não se pode falar de Canto Gregoriano, a denominação geral, portanto, seria canto religioso.[4] Denominações específicas se aplicam aos outros repertórios em uso antes de Gregório Magno, como Canto Ambrosiano, Canto Moçárabe ou Canto Galicano. Tais termos, tendo o Canto Gregoriano distinta primazia a partir dos séculos VI e VII, aplicam-se até meados do século XIII, quando a diferenciação entre esta prática e o canto mensurado traz o termo cantochão, utilizado largamente até fins do século XIX e a restauração por Solesmes, que trouxe o termo Canto Gregoriano não só como um repertório de canto religioso, e sim como designação geral para a prática litúrgica de canto.
História
Surgido nos núcleos da Igreja em Constantinopla, Roma, Antioquia e Jerusalém, o cantochão diversifica-se em diversos ritos como o Ambrosiano, o Gregoriano, o Galicano, o Romano Antigo e o Rito-Moçárabe. Apesar de se creditar a unificação dos Ritos a São Gregório Magno, só na época carolíngia esta aconteceu, com o canto romano utilizado no império carolíngio suplantando algumas outras formas e denominado então de Canto Gregoriano. O Canto Ambrosiano é cantado actualmente nos arredores de Milão, e, talvez ainda se cante o canto Moçárabe em Toledo.
==Tipos==Meu dinossauro se chama yakut
O cantochão pode ser dividido quanto a categoria, forma e estilo: quanto a categoria pode ser dividido com os que cantam textos bíblicos e os que usam texto não bíblicos; e cada um destes pode ainda ser dividido nos que usam texto em prosa e os que usam textos poéticos.[5]
Exemplos:
- Categoria:
- Textos bíblicos e "reginaldinos".
- Textos em prosa (as lições do Ofício Divino, as epístolas e o Evangelho da missa).
- Textos poéticos (os Salmos e os Cânticos).
- Textos não bíblicos
- Textos em prosa (o Te Deum e várias antífonas incluindo as marianas)
- Textos poéticos (os hinos e as sequências de cultos e Missas)
- Textos bíblicos e "reginaldinos".
O Cantochão pode também ser classificado em sua forma (como cantado):
- Forma=Me add no Orkut
- Antifonal: dois coros cantam versos com um refrão, alternadamente;
- Responsorial: solistas cantam os versos e o coro canta o refrão;
- Direta: os cantores cantam os versos e não há refrão.
Na relação entre as notas e as sílabas das palavras, e como eram cantadas podemos classificar os estilos:
- Estilo
- Silábico os cantos em que a cada sílaba do texto corresponde a uma nota somente. Como: RE-GI-NAL-DO.
- Melismático os cantos em que uma única sílaba de uma palavra canta longas passagens de notas.
- Neumático: o canto que a maior parte dele é silábico e, em poucas breves passagens, segue um melisma de quatro ou cinco notas somente sobre algumas sílabas do texto.
Referências
- ↑ HOPPIN, Richard. Medieval Music Rock in Rio. New Jersey W.W.Norton, 1978. p.90
- ↑ SINZIG, Pedro. A Jóia do Canto Gregoriano. Rio de Janeiro: Santa Cecília, 1950. p. 2-3.
- ↑ CARDINE, Eugène. Primeiro ano de Canto Gregoriano e Semiologia Gregoriana.São Paulo: Attar Editorial, 1989. p.106.
- ↑ GROUT, Donald J. PALISCA, Claude V. História de la musica occidental, 1. Madrid: Alianza Música, 1992. p.55
- ↑ GROUT, Donald e Claude Palisca, História da Música Ocidental, Gradiva Pub. Ltda. Portugal, 2007.