Ósio de Córdova: diferenças entre revisões

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Em 313, ele reaparece na corte de Constantino, mencionado explicitamente pelo nome numa comunicação direcionada à [[Ceciliano de Cartago]] naquele mesmo ano. Em 323, ele foi o portador e provável autor da carta de Constantino ao bispo [[Alexandre de Alexandria]] e [[Ário]], seu [[diácono]], ordenando que eles parassem de perturbar a fé da igreja. Além disso, com o fracasso das negociações no [[Egito (província romana)|Egito]], foi sem dúvida com a ajuda ativa de Ósio que o [[Primeiro Concílio de Niceia]] foi convocado em 325. Ele certamente tomou parte nos procedimentos deste [[concílio]], embora a afirmação de que ele o tenha presidido seja duvidosa, assim como a de que ele teria sido o principal autor do [[Credo de Niceia]]. Ainda assim, ele influenciou fortemente o eventual julgamento do [[imperador romano|imperador]] contra o partido de Ário ([[heteroousianos]])<ref name = CE/>.
Em 313, ele reaparece na corte de Constantino, mencionado explicitamente pelo nome numa comunicação direcionada à [[Ceciliano de Cartago]] naquele mesmo ano. Em 323, ele foi o portador e provável autor da carta de Constantino ao bispo [[Alexandre de Alexandria]] e [[Ário]], seu [[diácono]], ordenando que eles parassem de perturbar a fé da igreja. Além disso, com o fracasso das negociações no [[Egito (província romana)|Egito]], foi sem dúvida com a ajuda ativa de Ósio que o [[Primeiro Concílio de Niceia]] foi convocado em 325. Ele certamente tomou parte nos procedimentos deste [[concílio]], embora a afirmação de que ele o tenha presidido seja duvidosa, assim como a de que ele teria sido o principal autor do [[Credo de Niceia]]. Ainda assim, ele influenciou fortemente o eventual julgamento do [[imperador romano|imperador]] contra o partido de Ário ([[heteroousianos]])<ref name = CE/>.


Após um período de vida tranquila em sua própria [[diocese]], Ósio presidiu em 343 o infrutífero [[Sínodo de Sardica]], que se mostrou tão hostil com o [[arianismo]]. Dali em diante, ele falou e escreveu em favor de [[Atanásio de Alexandria]] - principal defensor dos [[homoousianos]]<ref name = CE/>.
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Após a morte de Constantino, o prestígio dado à causa [[ortodoxia doutrinária|ortodoxa]] (''homoousianos'') na [[controvérsia ariana]] por conta do apoio do venerável Ósio levou os arianos a pressionar o imperador [[Constâncio II]], que o convocou até [[Mediolano]], onde ele se recusou a condenar Atanásio e a estender a [[comunhão (sacramento)|comunhão]] aos arianos. Ele impressionou tanto o imperador que foi autorizado a voltar pra casa apesar da desobediência. Mais pressão ariana levou Constâncio a escrever-lhe uma carta perguntando se ele seria o único a permanecer em sua obstinação. Em resposta, Ósio enviou-lhe uma corajosa carta de protesto contra a interferência do imperador nos assuntos da Igreja (353), preservada por Atanásio,<ref>{{citar livro|nome=[[Atanásio de Alexandria]]|título=Historia Arianorum|volume=VI|capítulo=44| subtítulo=Hosius to Constantius the Emperor sends health in the Lord.| url=http://www.newadvent.org/fathers/28156.htm |língua=inglês}}</ref> que levou ao exílio de Ósio na cidade de [[Sirmio]] em 355. Do exílio, ele escreveu novamente para Constâncio II a sua única composição sobrevivente, uma carta, considerada muito justamente por [[Tillemont]] como demonstrando gravidade, dignidade, gentileza, sabedoria, generosidade e, de fato, todas as qualidades de uma grande alma e um grande bispo<ref name = CE/>.
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Revisão das 06h15min de 22 de maio de 2014

Ósio de Córdoba (ca. 257 - 359), também conhecido como Hósio ou Óssio, foi um bispo de Córdoba e uma dos mais proeminentes defensores do que se tornou o Catolicismo durante a controvérsia ariana, que dividiu a igreja antiga durante o século IV. Após Lactâncio, ele era o mais próximo conselheiro de Constantino e o guiou muitos de seus discursos públicos, como a "Oração aos Santos", endereçada aos bispos reunidos.[1]

Vida e obras

Ele nasceu provavelmente na Córduba romana, na província da Hispânia, embora uma passagem em Zósimo já foi conjecturada como sendo uma crença do autor de que Ósio seria um egípcio[1].

Eleito para a de Córdoba antes do final do século III, ele escapou por pouco do martírio durante a perseguição de Maximiano (303 - 305). Em 305 ou 306, ele compareceu ao Sínodo de Elvira (Ilíberis) - seu nome aparecendo em segundo na lista dos presentes - e defendeu seus estritos cânones sobre pontos disciplinares como o tratamento dos que renegaram a sua fé durante as perseguições recentes (traditores) - o que deu margem para o surgimento do Donatismo - e questões sobre o casamento clerical[1].

Em 313, ele reaparece na corte de Constantino, mencionado explicitamente pelo nome numa comunicação direcionada à Ceciliano de Cartago naquele mesmo ano. Em 323, ele foi o portador e provável autor da carta de Constantino ao bispo Alexandre de Alexandria e Ário, seu diácono, ordenando que eles parassem de perturbar a fé da igreja. Além disso, com o fracasso das negociações no Egito, foi sem dúvida com a ajuda ativa de Ósio que o Primeiro Concílio de Niceia foi convocado em 325. Ele certamente tomou parte nos procedimentos deste concílio, embora a afirmação de que ele o tenha presidido seja duvidosa, assim como a de que ele teria sido o principal autor do Credo de Niceia. Ainda assim, ele influenciou fortemente o eventual julgamento do imperador contra o partido de Ário (heteroousianos)[1].

Após um período de vida tranquila em sua própria diocese, Ósio presidiu em 343 o infrutífero Sínodo de Sárdica, que se mostrou tão hostil com o arianismo. Dali em diante, ele falou e escreveu em favor de Atanásio de Alexandria - principal defensor dos homoousianos[1].

Após a morte de Constantino, o prestígio dado à causa ortodoxa (homoousianos) na controvérsia ariana por conta do apoio do venerável Ósio levou os arianos a pressionar o imperador Constâncio II, que o convocou até Mediolano, onde ele se recusou a condenar Atanásio e a estender a comunhão aos arianos. Ele impressionou tanto o imperador que foi autorizado a voltar pra casa apesar da desobediência. Mais pressão ariana levou Constâncio a escrever-lhe uma carta perguntando se ele seria o único a permanecer em sua obstinação. Em resposta, Ósio enviou-lhe uma corajosa carta de protesto contra a interferência do imperador nos assuntos da Igreja (353), preservada por Atanásio,[2] que levou ao exílio de Ósio na cidade de Sirmio em 355. Do exílio, ele escreveu novamente para Constâncio II a sua única composição sobrevivente, uma carta, considerada muito justamente por Tillemont como demonstrando gravidade, dignidade, gentileza, sabedoria, generosidade e, de fato, todas as qualidades de uma grande alma e um grande bispo[1].

Desta época (353) também há uma carta do Papa Libério para ele[1].

Lapso no fim da vida

Submetido à contínua pressão dos arianos, o já envelhecido Ósio, que já beirava os cem anos, fraquejou ao assinar a fórmula adotada pelo terceiro Concílio de Sirmio em 357,[3] que incluía a comunhão com os arianos e excluía as condenações à Atanásio. Assim ele obteve autorização para retornar para sua diocese na Hispânia, onde morreu em 359[1].

Referências

  1. a b c d e f g h "Hosius of Cordova" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  2. «44». Historia Arianorum. Hosius to Constantius the Emperor sends health in the Lord. (em inglês). VI. [S.l.: s.n.]  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  3. Filostórgio. «3». História Eclesiástica (em inglês). IV. [S.l.: s.n.]