Luiz Eduardo Merlino: diferenças entre revisões
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Luiz Eduardo da Rocha Merlino ([[Santos (São Paulo)|Santos,]] [[São Paulo (estado)|SP]], [[Brasil]], 18 de outubro de [[1948]] — [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], SP, Brasil, 19 de julho de [[1971]]) é filho de Zeno Merlino e Iracema Rocha da Silva Merlino e foi um jornalista e militante morto após torturas na [[Ditadura_militar_no_Brasil_(1964-1985)|Ditadura Militar no Brasil]]. Seu caso é investigado pela [[Comissão Nacional da Verdade]]. |
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Estudou em vários colégios em Santos, e, enquanto secundarista (cursando o ensino médio), participou do [[Centro Popular de Cultura|Centro Popular de Cultura (CPC)]] da [[UNE|União Nacional dos Estudantes (UNE)]]. Com dezessete anos, mudou-se para |
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''[[Jornal da Tarde (São Paulo)|Jornal da Tarde]]'' (1966), do grupo ''O Estado de S. Paulo''. Nesse período, escreveu algumas reportagens que tiveram grande repercussão, como a que denunciava as atividades do “mau patrão” Abdala, da Fábrica de Cimento Perus/SP (''Jornal da Tarde'' |
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de 24 de abril de 1967) e as que descreviam a vida dos [[índios Xavantes]] no [[Mato Grosso (estado)|Mato Grosso]] (''Jornal da Tarde,'' 12/08/67 e 26/08/67). |
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(SP), para a ''Folha da Tarde''. Como jornalista, foi um dos poucos presentes que escaparam da prisão e puderam relatar tudo o que realmente tinha acontecido. Nessa época, já havia ingressado no [[Partido_Operário_Comunista|Partido Operário Comunista (POC)]]. |
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presentes que escaparam da prisão e puderam relatar tudo o que realmente tinha acontecido. Nessa época, já havia ingressado no [[Partido_Operário_Comunista|Partido Operário Comunista (POC)]]. |
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A partir de 1968, com o [[Ato Institucional n°5]] (AI-5) e o endurecimento da ditadura, passou a participar de atividades clandestinas de combate ao regime militar, sem deixar de exercer a profissão de jornalista e cursar a faculdade de História. Nesse também manifestou contra a visita de [[Nelson Rockfeller]] ao Brasil. |
A partir de 1968, com o [[Ato Institucional n°5]] (AI-5) e o endurecimento da ditadura, passou a participar de atividades clandestinas de combate ao regime militar, sem deixar de exercer a profissão de jornalista e cursar a faculdade de História. Nesse também manifestou contra a visita de [[Nelson Rockfeller]] ao Brasil. |
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Com 23 anos, depois de regressar de uma viagem à França feita para estreitar contatos com a [[IV_Internacional|IV Internacional]], foi preso sem acusações dos órgãos repressivos na casa de sua mãe, em Santos, no dia 15 de julho de 1971. Levado para o [[DOI-CODI]] de São Paulo, na Rua Tutóia, foi, conforme o livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela Comissão Especial de Mortos e |
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De acordo com presos políticos companheiros que viram seu estado após as torturas, como Eleonora de Oliveira Soares, Ricardo Prata Soares, Lauriberto Junqueira Filho e principalmente Guido Rocha, que esteve com ele na cela, Merlino sofreu fortes lesões e gangrena generalizada. Depois de ter seu estado agravado, foi levado ao Hospital Geral do Exército, onde veio a morrer em 19 de Julho de 1971. |
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20 de julho a família recebeu a notícia de que ele tinha se suicidado, jogando-se embaixo de um carro na BR-116, na altura de [[Jacupiranga,]] quando estaria sendo conduzido ao [[Rio Grande do Sul]] |
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Depois disso o caixão foi entregue à família lacrado. Diversos militantes denunciaram, na Justiça Militar e em várias ocasiões, sua tortura e seu abandono, particularmente Guido Rocha. |
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[[Categoria:Mortos e desaparecidos no combate à ditadura militar no Brasil (1964-1985)]] |
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Luiz Eduardo da Rocha Merlino | |
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Nascimento | 18 de outubro de 1948 Santos, Brasil |
Morte | 19 de julho de 1971 (22 anos) São Paulo, Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Cônjuge | Ângela Mendes de Almeida |
Ocupação | Jornalista |
Filiação | Zeno Merlino e Iracema Rocha da Silva Merlino |
Luiz Eduardo da Rocha Merlino (Santos, SP, Brasil, 18 de outubro de 1948 — São Paulo, SP, Brasil, 19 de julho de 1971) é filho de Zeno Merlino e Iracema Rocha da Silva Merlino e foi um jornalista e militante morto após torturas na Ditadura Militar no Brasil. Seu caso é investigado pela Comissão Nacional da Verdade.
Biografia
Estudou em vários colégios em Santos, e, enquanto secundarista (cursando o ensino médio), participou do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Com dezessete anos, mudou-se para São Paulo e, em 1966, fez parte da primeira equipe de jornalistas do recém-fundado Jornal da Tarde (1966), do grupo O Estado de S. Paulo. Nesse período, escreveu algumas reportagens que tiveram grande repercussão, como a que denunciava as atividades do “mau patrão” Abdala, da Fábrica de Cimento Perus/SP (Jornal da Tarde de 24 de abril de 1967) e as que descreviam a vida dos índios Xavantes no Mato Grosso (Jornal da Tarde, 12/08/67 e 26/08/67).
Continuou a trabalhar como jornalista na Folha da Tarde (1968) e depois no Jornal do Bairro (1969-1970). Participou ainda ativamente da equipe do jornal alternativo Amanhã.
Estudante de História da Universidade de São Paulo (USP), cobriu, em setembro de 1968, o 30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), para a Folha da Tarde. Como jornalista, foi um dos poucos presentes que escaparam da prisão e puderam relatar tudo o que realmente tinha acontecido. Nessa época, já havia ingressado no Partido Operário Comunista (POC).
A partir de 1968, com o Ato Institucional n°5 (AI-5) e o endurecimento da ditadura, passou a participar de atividades clandestinas de combate ao regime militar, sem deixar de exercer a profissão de jornalista e cursar a faculdade de História. Nesse também manifestou contra a visita de Nelson Rockfeller ao Brasil.
Prisão e morte
Com 23 anos, depois de regressar de uma viagem à França feita para estreitar contatos com a IV Internacional, foi preso sem acusações dos órgãos repressivos na casa de sua mãe, em Santos, no dia 15 de julho de 1971. Levado para o DOI-CODI de São Paulo, na Rua Tutóia, foi, conforme o livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça, “torturado por cerca de 24 horas ininterruptas e abandonado sem tratamento médico numa solitária, a chamada ‘cela-forte’, ou ‘x-zero’ “ (Brasília, 2007, pp. 169-170).
De acordo com presos políticos companheiros que viram seu estado após as torturas, como Eleonora de Oliveira Soares, Ricardo Prata Soares, Lauriberto Junqueira Filho e principalmente Guido Rocha, que esteve com ele na cela, Merlino sofreu fortes lesões e gangrena generalizada. Depois de ter seu estado agravado, foi levado ao Hospital Geral do Exército, onde veio a morrer em 19 de Julho de 1971.
Em 20 de julho a família recebeu a notícia de que ele tinha se suicidado, jogando-se embaixo de um carro na BR-116, na altura de Jacupiranga, quando estaria sendo conduzido ao Rio Grande do Sul para “reconhecer” companheiros. O laudo necroscópico atestando essa versão foi assinado pelos médicos legistas Isaac Abramovitc e Abeylard de Queiroz Orsini. Uma segunda versão dada pelos órgãos repressivos é a de que ele teria morrido por "auto-atropelamento". Porém, seus familiares localizaram o corpo, após uma longa espera, no IML de São Paulo, com marcas de tortura, em uma gaveta, sem nome.
Depois disso o caixão foi entregue à família lacrado. Diversos militantes denunciaram, na Justiça Militar e em várias ocasiões, sua tortura e seu abandono, particularmente Guido Rocha.
Ver também
Referências
1. Livro "Direito à Memória e à Verdade"
2. Caderno de Combate pela Memória: Merlino presente!
3. http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa.php?id=138&m=3