Iazamane Alcadim: diferenças entre revisões

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Yazaman, o Eunuco
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Árabe
Ocupação General e governador

Yazaman ou Yazman, dito al-Khadim ("o eunuco"), foi o governador militar (uale ou emir) de Tarso em nome do Califado Abássida e o principal líder militar na fronteira islâmica com o Império Bizantino na Cilícia (o al-thughur al-Sha'miya) entre 882 e a sua morte em 891. É celebrado por seus raides navais contra os bizantinos.

História

Dinar de ouro de Amade (r. 868–905)
Zona fronteiriça árabe-bizantina

Yazaman aparece pela primeira vez em setembro/outubro de 882, quando envolveu-se numa disputa entre o governante autônomo do Egito e Síria, Amade (r. 868–905), e o todo poderoso abássida al-Muwaffaq. Naquele tempo, era um servo (mawla) de al-Fath ibn Khaqan, e foi atacado e preso pelo governador tulúnida nomeado das regiões fronteiriças cilicianas, Calafe de Fergana. Yazaman foi libertado pelos locais, que então revoltaram-se e repeliram o governo tulúnida, nomeando Yazaman como seu líder em vez de retornarem à fidelidade abássida. Amade marchou sobre Tarso, mas os habitantes abriram as comportas e inundaram a planície em torno da cidade, forçando-o a retornar para Damasco sem conseguir nada.[1][2]

Em 883, Yazaman enfrentou um grande exército bizantino enviado contra Tarso, sob o comando do doméstico das escolas Cesta Estipiota. O governador atacou o acampamento bizantino em Bab Qalamyah, cerca de 12 km de Tarso, durante a noite de 11 de setembro, pegando os bizantinos de surpresa. Os efetivos bizantinos dispersaram, Estipiota e os estrategos da Anatólia e Capadócia foram mortos, e muito butim foi capturado.[3] Yazaman liderou um grande raide naval logo depois contra a fortaleza de Euripos (Cálcis), compreendendo 30 navios grandes (do tipo chamado cumbaria em grego), mas foi repelido com grandes perdas pelo governador do Tema da Hélade, Oiniata, com a ajuda de recrutas de outros temas e do fogo grego.[4] O historiador al-Tabari relata que Yazaman liderou um raide por terra em 886 e um outro, por mar, em 888, durante o qual capturou naus bizantinas.[5]

Apesar das hostilidades anteriores aos tulúnidas, em 890 Yazaman jurou lealdade a eles, que eram então liderados pelo filho de Amade, Khumarawaih,[1][6] e Tarso ficou em poder deles até 897, quando foi recuperada pelos abássidas.[4] Yazaman morreu em 23 de outubro de 891, durante outro raide contra contra os territórios bizantinos. Ele estava a fortaleza bizantina de Salandu, quando foi ferido por uma catapulta. Os árabes foram obrigados a levantar cerco e ele morreu no caminho de volta. Suas tropas levaram-o para Tarso, e enterraram-o ali.[7] Ele foi sucedido por Amade, filho de Tugã.[1] De acordo com o relato do século X de al-Mas'udi (Os Campos de Ouro, VIII, 74-75), sua fama era tal que ele estava entre os dez muçulmanos mais ilustres cujos retratos eram mostrados nas igrejas bizantinas em reconhecimento ao seu valor.

Ver também

Precedido por
Calafe de Fergana
Governador de Tarso
Após 890, para o Império Tulúnida

Outubro de 882 – outubro de 891
Sucedido por
Amade, filho de Tugã

Referências

  1. a b c Stern 1960, p. 219–220 (nota 20).
  2. Fields 1987, p. 81–82.
  3. Fields 1987, p. 143–144.
  4. a b Pryor 2006, p. 62.
  5. Fields 1987, p. 152, 157.
  6. Fields 1987, p. 162.
  7. Fields 1987, p. 175.

Bibliografia

  • Fields, Philip M., ed. (1987). The History of al-Ṭabarī, Volume XXXVII: The ʿAbbāsid Recovery. The War Against the Zanj Ends, A.D. 879–893/A.H. 266–279. Albany, Nova Iorque: State University of New York Press. ISBN 0-88706-053-6 
  • Pryor, John H.; Jeffreys, Elizabeth M. (2006). The Age of the ΔΡΟΜΩΝ: The Byzantine Navy ca. 500–1204 (em inglês). [S.l.]: Brill Academic Publishers. ISBN 978-90-04-15197-0 
  • Stern, S. M. (1960). Journal of the American Oriental Society. 80 (3): 217–225. doi:10.2307/596170  Texto "The Coins of Thamal and of Other Governors of Tarsus" ignorado (ajuda)