Mikhail Bogdanovich Barclay de Tolly: diferenças entre revisões

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Durante a invasão à França, à frente da Guarda Imperial Russa, recebeu a capitulação de Paris em 30 de março de 1814, sendo promovido à Marechal de Campo, como recompensa por seus serviços.
Durante a invasão à França, à frente da Guarda Imperial Russa, recebeu a capitulação de Paris em 30 de março de 1814, sendo promovido à Marechal de Campo, como recompensa por seus serviços.


Retornou à Rússia, passando ao comando do 1º Exército estacionado em Varsóvia em julho de 1814.
Retornou à Rússia, passando ao comando do 1º Exército, estacionado em Varsóvia em julho de 1814.


Após o retorno de Napoleão I do exílio em Elba (Governo dos Cem Dias), Barclay de Tolly deslocou seu exército novamente para a fronteira do Reno.
Após o retorno de Napoleão I do exílio em Elba (Governo dos Cem Dias), Barclay de Tolly deslocou seu exército novamente para a fronteira do Reno.

Revisão das 19h36min de 11 de abril de 2017

Retrato de Barclay de Tolly na Galeria Militar do Palácio de Inverno, por George Dawe.

O Príncipe Mikhail Bogdanovich Barclay de Tolly (27 de dezembro de 176126 de maio de 1818) (em alfabeto cirílico: Михаи́л Богда́нович Баркла́й-де-То́лли) foi um marechal e Ministro de Guerra russo durante a Invasão Napoleônica à Rússia, em 1812, e as subsequentes campanhas do exército russo na Europa.

Início de Carreira

Barclay de Tolly, o mais ilustre membro do Clã Barclay, da Escócia, nasceu em Pamūšis[1][2], no Grão-Ducado da Lituânia, então pertencente à República das Duas Nações (atualmente, distrito de Pakruojis, na Lituânia), e cresceu na província báltica da Livônia, que em seguida pertenceu à Rússia Imperial e é, hoje, parte da Estônia e da Letônia. A data de nascimento mais consensual, 27 de dezembro de 1761, é na verdade o dia de seu batismo na igreja luterana da cidade de Žeimelis.[3] Embora falasse alemão, Barclay de Tolly descendia de escoceses que viviam na Livônia desde o século XVII. Seu avô fora prefeito de Riga, seu pai pertencera à nobreza russa e Barclay entrou prematuramente no exército imperial russo.

Entre 1788 e 1789 Barclay lutou contra o Império Otomano, ocasião em que se destacou entre os militares nas tomadas de Ochakov e Akkerman. Em 1790 lutou contra os suecos e, quatro anos mais tarde, contra os poloneses. Tornou-se coronel em 1798 e major-general em 1799.

Na guerra de 1806 contra Napoleão Bonaparte, Barclay destacou-se na Batalha de Pultusk, em dezembro de 1806, e foi ferido na Batalha de Eylau, em 7 de fevereiro de 1807, ocasião em que foi promovido a tenente-general.

Após um período de convalescença, Barclay retornou ao exército para comandar, em 1808, operações contra os suecos durante a Guerra Finlandesa. Em 1809, ganhou reputação entre os europeus por ter marchado rapidamente e de forma ousada sobre o Golfo de Bótnia, que estava congelado. Isto permitiu a Barclay que surpreendesse seus inimigos e capturasse Umeå.

Invasão napoleónica

Barclay de Tolly era o ministro do exército quando as forças napoleônicas invadiram a Rússia, dando inicio a campanha de 1812.

O alto comando russo adotou ao início da campanha a tática de recuar os exércitos sem dar combate ao inimigo, queimando tudo que lhe pudesse servir de abrigo ou alimento, repetindo a tática utilizada por Pedro, O Grande contra os suecos na Grande Guerra do Norte.

A estratégia adotada sofreu severas críticas por parte de diversos oficiais e membros da nobreza, sendo o General Príncipe de Bagration seu mais ferrenho opositor.

Pressionado por seus subordinados, Barclay de Tolly se engaja na defesa da cidade de Smolensky, porém não consegue manter a posição, optando pela retirada após o terceiro dia de combate.

Durante a retirada os russos destruíram depósitos de suprimentos e pontes, evitando a queda de preciosos recursos em mãos do exército invasor.

A derrota na Batalha de Smolensky gerou forte indignação dentre a população russa, que acusava Barclay de Tolly de agir com covardia e lhe lançava suspeitas por conta da sua origem estrangeira e de parte de sua oficialidade.

Tal situação levou o Czar Alexandre I a destituí-lo, nomeando ao Príncipe Aleksey Gorchakov para substituí-lo no ministério; enquanto o veterano Príncipe Mikhail de Kutozov retornava ao comando geral do exército.

Barclay de Tolly permaneceu ainda ligado ao alto comando, encarregado do 1º Exército, tomando parte na batalha seguinte em Borodino (7 de setembro de 1812), onde comandou com distinção o flanco direito. Após a batalha, esteve presente ao conselho na aldeia de Fili, onde defendeu a opção pela rendição de Moscou, obtendo a concordância de Kutozov.

Logo após a evacuação de Moscou, licenciou-se do exército por motivo de saúde.

Após ocupar Moscou durante um mês e meio, Napoleão não teve outra alternativa senão ordenar a retirada dos franceses, pois apesar da vitória em campo, perdera na Batalha de Borodino uma significativa parte dos seus efetivos e estava sem provisões que lhe permitissem marchar contra S. Petersburgo ou mesmo manter a praça conquistada.

Durante a retirada, Kutuzov empregou táticas de guerrilha para fustigar constantemente os franceses, debilitando ainda mais o exército napoleônico, que já sofria as fadigas decorrentes da falta de víveres e da marcha acelerada sob as baixas temperaturas do outono russo.

A tática de “terra arrasada” praticada por Barclay de Tolly e compartilhada por Kutozov, revelou-se exitosa, levando as forças francesas ao completo colapso ao final da campanha.

Campanhas no estrangeiro

Após a morte de Kutozov (abril de 1813), Barclay de Tolly foi reconduzido pelo Czar ao comando geral do exército do russo durante as campanhas da sexta coalizão (1812-1814), tomando parte nas batalhas de Bautzen e Kulm.

Após a decisiva vitória dos coligados na Batalha de Leipzig (outubro de 1813), recebeu do Czar Alexandre I o título de Conde.

Durante a invasão à França, à frente da Guarda Imperial Russa, recebeu a capitulação de Paris em 30 de março de 1814, sendo promovido à Marechal de Campo, como recompensa por seus serviços.

Retornou à Rússia, passando ao comando do 1º Exército, estacionado em Varsóvia em julho de 1814.

Após o retorno de Napoleão I do exílio em Elba (Governo dos Cem Dias), Barclay de Tolly deslocou seu exército novamente para a fronteira do Reno.

Servindo novamente como comandante geral do exército russo em 1815, tomou parte na segunda invasão da França, fixando seu quartel-general em Châlons-sur-Marne, sendo agraciado com o título de príncipe, ao final da campanha.

Terminada a guerra, retirou-se da vida militar, devido à problemas de saúde, estabelecendo-se em suas propriedades em Jõgeveste (Estônia).

Faleceu em 26 de maio de 1818 em Cherniajovsk (Insterburg) na Prussia Oriental, quando encontrava-se em viagem para uma estação de águas em Karlovy Vary (Carlsbad) na Bohemia.


Precedido por
Aleksey Arakcheyev
Ministro das Forças por Terra
18101812
Sucedido por
Aleksey Gorchakov
Precedido por
Georg Magnus Sprengtporten
Governador do Grão-Ducado da Finlândia
18091810
Sucedido por
Fabian Steinheil

Referências

Leitura Adicional

  • Helme, Rein (2006). Kindralfeldmarssal Barclay de Tolly. Tallinn: Eesti Entsüklopeediakirjastus. ISBN 9985-70-202-6 
  • Josselson, Michael; Josselson, Diana (1980). The Commander: A Life of Barclay de Tolly. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-215854-6