Eudóxia Paleóloga: diferenças entre revisões
Linha 19: | Linha 19: | ||
[[Andrônico II Paleólogo]] recebeu a irmã planejando utilizá-la para selar um acordo diplomático com [[Estêvão Milutino]], [[rei da Sérvia]]: a mão de Eudóxia em troca de paz. Estêvão era favorável ao acordo, pois sua esposa havia acabado de morrer. ''"Mas nada que Andrônico pudesse fazer conseguiria influenciar a irmã dele a uma vida com um asqueroso bárbaro na Sérvia selvagem"'', escreveu Donald M. Nicol<ref>Nicol, ''The last centuries of Byzantium, 1261-1453'', second edition (Cambridge: University Press, 1993), p. 119</ref>. Estêvão foi obrigado a se contentar com [[Simonida]], uma filha de Andrônico com sua segunda esposa, [[Irene de Monferrato]]. |
[[Andrônico II Paleólogo]] recebeu a irmã planejando utilizá-la para selar um acordo diplomático com [[Estêvão Milutino]], [[rei da Sérvia]]: a mão de Eudóxia em troca de paz. Estêvão era favorável ao acordo, pois sua esposa havia acabado de morrer. ''"Mas nada que Andrônico pudesse fazer conseguiria influenciar a irmã dele a uma vida com um asqueroso bárbaro na Sérvia selvagem"'', escreveu Donald M. Nicol<ref>Nicol, ''The last centuries of Byzantium, 1261-1453'', second edition (Cambridge: University Press, 1993), p. 119</ref>. Estêvão foi obrigado a se contentar com [[Simonida]], uma filha de Andrônico com sua segunda esposa, [[Irene de Monferrato]]. |
||
Enquanto isso, Aleixo II decidiu casar-se com [[Djiadjak Jaqeli]], uma princesa [[Reino da Geórgia|georgiana]]. Seu tio, o imperador Andrônico II, que havia sido nomeado seu guardião por João II Megacomneno, queria que o casamento fosse anulado, pois planejava casar Aleixo com a filha de [[Nicéforo Cumno]], um alto oficial da corte bizantina. Eudóxia se aproveitou do pretexto de convencer o filho a dissolver o casamento para conseguir permissão de voltar para Trebizonda em 1301. Ao chegar, porém, ela aconselhou o filho do contrário. Eudóxia morreu no ano seguinte e William Miller especula que ela teria sido enterrada na Igreja de São Gregório de |
Enquanto isso, Aleixo II decidiu casar-se com [[Djiadjak Jaqeli]], uma princesa [[Reino da Geórgia|georgiana]]. Seu tio, o imperador Andrônico II, que havia sido nomeado seu guardião por João II Megacomneno, queria que o casamento fosse anulado, pois planejava casar Aleixo com a filha de [[Nicéforo Cumno]], um alto oficial da corte bizantina. Eudóxia se aproveitou do pretexto de convencer o filho a dissolver o casamento para conseguir permissão de voltar para Trebizonda em 1301. Ao chegar, porém, ela aconselhou o filho do contrário. Eudóxia morreu no ano seguinte e William Miller especula que ela teria sido enterrada na Igreja de São Gregório de Níssa<ref>Miller, ''Trebizond'', pp. 32f</ref>. |
||
Anthony Bryer propôs que uma Eudóxia, que se tornara [[freira]] com o [[nome monástico]] de "Eufêmia", mencionada numa inscrição relatada por [[Fallmerayer]] da [[Igreja Panágia Teoscepasto]], pode ter sido Eudóxia Paleóloga. Ainda não se provou satisfatoriamente, porém, que esta Eudóxia teria sido da casa dos Megacomnenos e Bryer oeferece várias objeções a qualquer identificação entre as duas. Ele lembra que há ''"uma forte tradição independente do {{séc|XIX}}"'' de que Eudóxia teria fundado a [[Igreja de São Gregório de |
Anthony Bryer propôs que uma Eudóxia, que se tornara [[freira]] com o [[nome monástico]] de "Eufêmia", mencionada numa inscrição relatada por [[Fallmerayer]] da [[Igreja Panágia Teoscepasto]], pode ter sido Eudóxia Paleóloga. Ainda não se provou satisfatoriamente, porém, que esta Eudóxia teria sido da casa dos Megacomnenos e Bryer oeferece várias objeções a qualquer identificação entre as duas. Ele lembra que há ''"uma forte tradição independente do {{séc|XIX}}"'' de que Eudóxia teria fundado a [[Igreja de São Gregório de Níssa (Trebizonda)|Igreja de São Gregório de Níssa]] antes de morrer. Finalmente, ele lembra que ''"não seria surpreendente se ela tivesse desejado colocar não apenas distância mas também um veu de freira entre ela e os calculistas e alarmantes planos maritais do irmão (que incluíam alianças com mongóis e turcos usando outras mulheres da família) antes de morrer em 1302"''<ref>Bryer, "Who was Eudokia-Euphemia?" ''Archeion Pontou'', '''33''' (1976), pp. 17-24</ref>. |
||
== Ver também == |
== Ver também == |
Revisão das 05h38min de 11 de julho de 2017
Eudóxia Paleóloga | |
---|---|
Imperatriz-consorte de Trebizonda | |
Reinado | 1282–16 de agosto de 1297 |
Consorte | João II de Trebizonda |
Antecessor(a) | Irene Siricena |
Sucessor(a) | Jiajak Jaqeli |
Nascimento | c. 1265 |
Morte | 18 de setembro de 1302 (37 anos) |
Dinastia | Paleólogo (nasc.) Mega Comneno (matr.) |
Pai | Miguel VIII Paleólogo |
Mãe | Teodora Ducena Vatatzina |
Eudóxia Paleóloga (em grego: Ευδοκία Παλαιολογίνα[1]) era a terceira filha do imperador bizantino Miguel VIII Paleólogo com sua esposa Teodora Ducena Vatatzina, uma sobrinha-neta de João III Ducas Vatatzes do Império de Niceia.
Vida
Em 1282, Eudóxia casou-se em Constantinopla com João II Megacomneno, imperador de Trebizonda, com quem teve dois filhos, Aleixo e Miguel[2]. Em 1298, depois da morte do marido da ascensão do filho Aleixo ao trono, retornou para a corte de seu irmão em Constantinopla levando Miguel consigo[3].
Andrônico II Paleólogo recebeu a irmã planejando utilizá-la para selar um acordo diplomático com Estêvão Milutino, rei da Sérvia: a mão de Eudóxia em troca de paz. Estêvão era favorável ao acordo, pois sua esposa havia acabado de morrer. "Mas nada que Andrônico pudesse fazer conseguiria influenciar a irmã dele a uma vida com um asqueroso bárbaro na Sérvia selvagem", escreveu Donald M. Nicol[4]. Estêvão foi obrigado a se contentar com Simonida, uma filha de Andrônico com sua segunda esposa, Irene de Monferrato.
Enquanto isso, Aleixo II decidiu casar-se com Djiadjak Jaqeli, uma princesa georgiana. Seu tio, o imperador Andrônico II, que havia sido nomeado seu guardião por João II Megacomneno, queria que o casamento fosse anulado, pois planejava casar Aleixo com a filha de Nicéforo Cumno, um alto oficial da corte bizantina. Eudóxia se aproveitou do pretexto de convencer o filho a dissolver o casamento para conseguir permissão de voltar para Trebizonda em 1301. Ao chegar, porém, ela aconselhou o filho do contrário. Eudóxia morreu no ano seguinte e William Miller especula que ela teria sido enterrada na Igreja de São Gregório de Níssa[5].
Anthony Bryer propôs que uma Eudóxia, que se tornara freira com o nome monástico de "Eufêmia", mencionada numa inscrição relatada por Fallmerayer da Igreja Panágia Teoscepasto, pode ter sido Eudóxia Paleóloga. Ainda não se provou satisfatoriamente, porém, que esta Eudóxia teria sido da casa dos Megacomnenos e Bryer oeferece várias objeções a qualquer identificação entre as duas. Ele lembra que há "uma forte tradição independente do século XIX" de que Eudóxia teria fundado a Igreja de São Gregório de Níssa antes de morrer. Finalmente, ele lembra que "não seria surpreendente se ela tivesse desejado colocar não apenas distância mas também um veu de freira entre ela e os calculistas e alarmantes planos maritais do irmão (que incluíam alianças com mongóis e turcos usando outras mulheres da família) antes de morrer em 1302"[6].
Ver também
Eudóxia Paleóloga Nascimento: 1282 Morte: 1297
| ||
Títulos reais | ||
---|---|---|
Precedido por: Irene Siricena |
Imperatriz-consorte de Trebizonda 1282–1284 |
Sucedido por: Eudóxia Paleóloga como 2o mandato do marido |
Precedido por: Eudóxia Paleóloga como 2o mandato do marido |
Imperatriz-consorte de Trebizonda 1285–1297 |
Sucedido por: Jiajak Jaqeli |
Referências
- ↑ Miguel Panareto, Chronicle, ch. 6
- ↑ William Miller, Trebizond: The last Greek Empire of the Byzantine Era: 1204-1461, 1926 (Chicago: Argonaut, 1969), p. 29
- ↑ Miller, Trebizond, p. 32
- ↑ Nicol, The last centuries of Byzantium, 1261-1453, second edition (Cambridge: University Press, 1993), p. 119
- ↑ Miller, Trebizond, pp. 32f
- ↑ Bryer, "Who was Eudokia-Euphemia?" Archeion Pontou, 33 (1976), pp. 17-24
Ligações externas
- Charles Cawley. «Eudóxia Paleóloga» (em inglês). Medieval Lands