Perspectiva com um ponto de fuga: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Adicionado mais uma definição sobre a perspectiva, um terceiro parágrafo, outro parágrafo antes da Nota e um link de referência externa.
Retirada de trechos imprecisos e repetições. A perspectiva pode desenhar objetos em quaisquer posições.
Linha 2: Linha 2:
Método mecânico para a reprodução de um desenho em perspectiva exata. As cordas que partem dos olhos do espectador para o [[alaúde]] correspondem aos raios de [[luz]] refletidos por eles.]]
Método mecânico para a reprodução de um desenho em perspectiva exata. As cordas que partem dos olhos do espectador para o [[alaúde]] correspondem aos raios de [[luz]] refletidos por eles.]]
[[File:Perspectiva Pictorum et Architectorum 8.jpg|thumb|340px|Estudo de sombras em uma perspectiva com um ponto de fuga de Andrea del Pozzo (1693).]]
[[File:Perspectiva Pictorum et Architectorum 8.jpg|thumb|340px|Estudo de sombras em uma perspectiva com um ponto de fuga de Andrea del Pozzo (1693).]]
A '''perspectiva com um ponto de fuga''', também conhecida como '''''perspectiva renascentista''''' ou '''''perspectiva central''''', é o primeiro método de [[Perspectiva_(gráfica)#Perspectivas_exatas|perspectiva exata]], que se baseia em um [[ponto de fuga]], situado na [[linha do horizonte]], para o qual convergem as retas paralelas que, ao serem transformadas em diagonais no quadro, provocam a ilusão de [[Percepção de profundidade|profundidade]].
A '''perspectiva com um ponto de fuga''', também conhecida como '''''perspectiva renascentista''''' ou '''''perspectiva central''''', é o primeiro método de [[Perspectiva_(gráfica)#Perspectivas_exatas|perspectiva exata]], que se baseia em um [[ponto de fuga]], situado na [[linha do horizonte]], para o qual convergem as retas paralelas que, ao serem transformadas em diagonais no quadro, sugerem [[Percepção de profundidade|profundidade]].


Surgida no [[Renascimento]], através dos desenhos de [[Filippo Brunelleschi]], a perspectiva era um expediente [[Desenho geométrico|geométrico]] que produzia a [[ilusão]] da realidade, ao mostrar os objetos no espaço em suas posições e tamanhos corretos; a perspectiva capta os fatos visuais e os estabiliza, transformando o observador naquele para o qual o mundo todo converge. <ref>[[Robert Hughes (crítico)|Hughes, Robert]] - The Shock of the New, The Mechanical Paradise, 1987, BBC.</ref>
Surgida no [[Renascimento]], através dos desenhos de [[Filippo Brunelleschi]], a perspectiva era um expediente [[Desenho geométrico|geométrico]] que produzia a [[ilusão]] da realidade, ao mostrar os objetos no espaço em suas posições e tamanhos corretos; a perspectiva capta os fatos visuais e os estabiliza, transformando o observador naquele para o qual o mundo todo converge. <ref>[[Robert Hughes (crítico)|Hughes, Robert]] - The Shock of the New, The Mechanical Paradise, 1987, BBC.</ref>

Durante os próximos cinco séculos, o sistema de perspectiva de Brunelleschi foi usado para criar a ilusão de profundidade em toda grande cultura da arte ocidental.


A interpretação de [[Dürer]] se baseia na definição moderna que entende a perspectiva como uma seção [[transversal]], feita pelo plano do quadro, na pirâmide visual (ou cone visual, que deu origem ao termo ''perspectiva cônica'').<ref>Witting, F. - Von Kunst und Christentum, Estrasburgo, 1903, vol. 8, '''p. 25-26'''.</ref>{{Ref label2|nota 1}}
A interpretação de [[Dürer]] se baseia na definição moderna que entende a perspectiva como uma seção [[transversal]], feita pelo plano do quadro, na pirâmide visual (ou cone visual, que deu origem ao termo ''perspectiva cônica'').<ref>Witting, F. - Von Kunst und Christentum, Estrasburgo, 1903, vol. 8, '''p. 25-26'''.</ref>{{Ref label2|nota 1}}


O desenho de observação, à mão livre, não segue o mesmo rigor dos processos exatos e é feito de acordo com a percepção e a experiência individual do artista. O ponto de fuga poderá estar centralizado, deslocado para os lados ou, ainda, estar fora plano visível.<ref>Modesto, Edith Lopes. ''Olhos de Enxergar''. Capítulo 9. São Paulo: Ed. Plêiade.</ref>
O desenho de observação, à mão livre, não segue o mesmo rigor dos processos exatos e é feito de acordo com a percepção e a experiência individual do artista. O ponto de fuga poderá estar centralizado, deslocado para os lados ou, ainda, estar fora plano visível.<ref>Modesto, Edith Lopes. ''Olhos de Enxergar''. Capítulo 9. São Paulo: Ed. Plêiade.</ref>

A perspectiva com um ponto de fuga é usada quando o objeto é visto de frente, como a face frontal de um cubo ou a parede de um edifício, ou quando se olha diretamente para algo contínuo, como uma estrada. É um método de desenho popular entre arquitetos e ilustradores, especialmente quando se trata de interiores.

<br />


{{quote2|Ciência da representação de objetos e do espaço que os cerca e da maneira como esses são percebidos pelo olhar, a partir de um ponto de vista fixo.<ref name=Lessing>[[Gotthold Ephraim Lessing|Lessing, Gotthold Ephraim]] - Schriften, 1753-1755 (6 vols., rev. ed. 1771), Berlim.</ref>|Gotthold Ephraim Lessing}}
{{quote2|Ciência da representação de objetos e do espaço que os cerca e da maneira como esses são percebidos pelo olhar, a partir de um ponto de vista fixo.<ref name=Lessing>[[Gotthold Ephraim Lessing|Lessing, Gotthold Ephraim]] - Schriften, 1753-1755 (6 vols., rev. ed. 1771), Berlim.</ref>|Gotthold Ephraim Lessing}}

Revisão das 19h47min de 20 de julho de 2019

Xilogravura do Século 16 de Albrecht Dürer. Método mecânico para a reprodução de um desenho em perspectiva exata. As cordas que partem dos olhos do espectador para o alaúde correspondem aos raios de luz refletidos por eles.
Estudo de sombras em uma perspectiva com um ponto de fuga de Andrea del Pozzo (1693).

A perspectiva com um ponto de fuga, também conhecida como perspectiva renascentista ou perspectiva central, é o primeiro método de perspectiva exata, que se baseia em um ponto de fuga, situado na linha do horizonte, para o qual convergem as retas paralelas que, ao serem transformadas em diagonais no quadro, sugerem profundidade.

Surgida no Renascimento, através dos desenhos de Filippo Brunelleschi, a perspectiva era um expediente geométrico que produzia a ilusão da realidade, ao mostrar os objetos no espaço em suas posições e tamanhos corretos; a perspectiva capta os fatos visuais e os estabiliza, transformando o observador naquele para o qual o mundo todo converge. [1]

A interpretação de Dürer se baseia na definição moderna que entende a perspectiva como uma seção transversal, feita pelo plano do quadro, na pirâmide visual (ou cone visual, que deu origem ao termo perspectiva cônica).[2][nota 1]

O desenho de observação, à mão livre, não segue o mesmo rigor dos processos exatos e é feito de acordo com a percepção e a experiência individual do artista. O ponto de fuga poderá estar centralizado, deslocado para os lados ou, ainda, estar fora plano visível.[3]

Nota

[nota 1] ^ Esse tipo de perspectiva é comumente chamada de cônica, apesar da imprecisão conceitual do termo, pois, segundo a teoria projetiva, retas visuais, que partem de um observador pontual fixo, dirigem-se para todas as direções, fato esse que ultrapassa os limites do cone e mostra que a esfera teria sido uma escolha mais adequada. Por esse motivo prefere-se a nomenclatura perspectiva central.[5]

Referências

  1. Hughes, Robert - The Shock of the New, The Mechanical Paradise, 1987, BBC.
  2. Witting, F. - Von Kunst und Christentum, Estrasburgo, 1903, vol. 8, p. 25-26.
  3. Modesto, Edith Lopes. Olhos de Enxergar. Capítulo 9. São Paulo: Ed. Plêiade.
  4. Lessing, Gotthold Ephraim - Schriften, 1753-1755 (6 vols., rev. ed. 1771), Berlim.
  5. Mandarino, Denis - Desenho Projetivo e Geometria Descritiva. Capítulo VI. São Paulo: Ed. Plêiade, 1996.

Bibliografia

Ver também

Ligações externas

Ícone de esboço Este artigo sobre arte ou história da arte é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.