Nicolau Tolentino de Almeida: diferenças entre revisões

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'''Nicolau Tolentino de Almeida''' ([[Lisboa]], [[10 de setembro]] de [[1740]] – [[Lisboa]], [[Mercês (Lisboa)|Mercês]], [[23 de junho]] de [[1811]]) foi um [[poeta]] [[Portugal|português]].
'''Nicolau Tolentino de Almeida''' ([[Lisboa]], [[10 de setembro]] de [[1740]] – [[Lisboa]], [[Mercês (Lisboa)|Mercês]], [[23 de junho]] de [[1811]]) foi um [[poeta]] [[Sátira|satírico]] [[Portugal|português]].


==Biografia ==
==Biografia ==
Era filho do Dr. José de Almeida Soares, advogado da [[Casa da Suplicação]] de Lisboa, e de sua mulher Ana Teresa Fróes de Brito, ambos naturais de [[Ourém (Portugal)|Ourém]]. Estudou na [[Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra|Faculdade de Direito]] da [[Universidade de Coimbra]] entre 1760 e 1770 tendo sido nomeado em 1765 professor régio de [[retórica]]. Insatisfeito com o ofício, conseguiu nomeação em 1780 para um posto na [[Secretaria de Estado dos Negócios do Reino]]. Recebeu as mercês do hábito de [[cavaleiro]] da [[Ordem Militar de Sant'Iago da Espada|Ordem de Santiago da Espada]], cavaleiro da [[Ordem de Cristo]] e finalmente cavaleiro fidalgo da [[Casa Real de Portugal|Casa Real]]. Enfrentou graves problemas financeiros a partir da [[Transferência da corte portuguesa para o Brasil|transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro]] em 1807 e faleceu solteiro e sozinho aos setenta anos de idade em Lisboa.
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== Obra Literária ==
== Obra Literária ==


Compôs sonetos, odes, memoriais e sátiras de tom irônico e cômico sobre a mesquinhez dos costumes e tradições, o apego às aparências e os vícios cotidianos. Compôs também homenagens a figuras em posições de poder de cuja proteção precisava. Seu estilo caracteriza-se pela simplicidade e aproxima-se das formas populares e coloquiais que o diferencia da poesia neoclássica pretensiosa e grandiloquente da época. Publicou uma coletânea intitulada ''Obras poéticas'' em 1801.
Seus versos continham sempre pedidos, pleiteando um cargo na secretaria de estado, até que este foi satisfeito, com a nomeação como oficial de secretaria.<ref name="jmc">{{citar livro|título=História da Literatura|autor=José Marques da Cruz|editora=Brasiliense|ano=1939|página=215|id=}}</ref>


É considerado um dos grandes vultos literários do século XVIII português e um dos maiores satíricos.<ref>{{citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://www.escritas.org/pt/bio/nicolau-tolentino |titulo=Nicolau Tolentino - Biografia |data= |acessodata=21 de outubro de 2020 |publicado=}}</ref>
Foi [[professor]] durante quinze anos, mas esta vida desagradava-o. Inadaptado e descontente até conseguir o posto na Secretaria dos Negócios do Reino. Obteve tudo quanto pretendeu, o que não o fez deixar de deplorar uma suposta missão

Bom metrificador, compôs [[sátira]]s descritivas e caricaturais, [[soneto]]s e [[ode]]s, que reuniu em 1801 num volume chamado ''Obras Poéticas''. Ficou na superfície, mas apreendeu bem os erros e ridículos da época. O seu cómico consistia no agravamento das proporções, hipertrofiando o exagero, que encontrava.

Usavam-se, então, penteados muito altos, daí o haver Tolentino informado que lá se podiam esconder os mais variados objectos: uma arca, um colchão e até mesmo um homem. Ridiculariza as que se enfeitavam com vistosas cabeleiras, sem melhorar o juízo; as velhas que recorriam à formosura postiça; os vadios e ociosos; os maridos que apanhavam da mulher. Disse mal dos seus professores e até das suas aulas.


==Obras principais==
==Obras principais==
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*''Miscelânea Curiosa e Proveitosa''
*''Miscelânea Curiosa e Proveitosa''
*''Bilhar''
*''Bilhar''

Revisão das 14h11min de 21 de outubro de 2020

Nicolau Tolentino de Almeida
Nascimento 10 de setembro de 1740
Lisboa
Morte 23 de junho de 1811 (70 anos)
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação poeta, professor, poeta advogado, escritor
Empregador(a) Universidade de Coimbra
Movimento estético Arcádia Lusitana

Nicolau Tolentino de Almeida (Lisboa, 10 de setembro de 1740Lisboa, Mercês, 23 de junho de 1811) foi um poeta satírico português.

Biografia

Era filho do Dr. José de Almeida Soares, advogado da Casa da Suplicação de Lisboa, e de sua mulher Ana Teresa Fróes de Brito, ambos naturais de Ourém. Estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra entre 1760 e 1770 tendo sido nomeado em 1765 professor régio de retórica. Insatisfeito com o ofício, conseguiu nomeação em 1780 para um posto na Secretaria de Estado dos Negócios do Reino. Recebeu as mercês do hábito de cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada, cavaleiro da Ordem de Cristo e finalmente cavaleiro fidalgo da Casa Real. Enfrentou graves problemas financeiros a partir da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1807 e faleceu solteiro e sozinho aos setenta anos de idade em Lisboa.[1]

Obra Literária

Compôs sonetos, odes, memoriais e sátiras de tom irônico e cômico sobre a mesquinhez dos costumes e tradições, o apego às aparências e os vícios cotidianos. Compôs também homenagens a figuras em posições de poder de cuja proteção precisava. Seu estilo caracteriza-se pela simplicidade e aproxima-se das formas populares e coloquiais que o diferencia da poesia neoclássica pretensiosa e grandiloquente da época. Publicou uma coletânea intitulada Obras poéticas em 1801.

É considerado um dos grandes vultos literários do século XVIII português e um dos maiores satíricos.[2]

Obras principais

Escreveu as seguintes obras poéticas:[3]

  • Miscelânea Curiosa e Proveitosa
  • Bilhar
  • Passeio
  • Função
  • Guerra
  • Amantes
  • Obras poéticas de Nicoláo Tolentino de Almeida, Tom. I
  • Obras poéticas de Nicoláo Tolentino de Almeida, Tom. II (eBook)
  • Obras posthumas (eBook)

Referências

  1. Sanches de Baêna, Visconde de (1886). Memórias de Tolentino. Lisboa: Moderna 
  2. «Nicolau Tolentino - Biografia». Consultado em 21 de outubro de 2020 
  3. José Marques da Cruz (1939). História da Literatura. [S.l.]: Brasiliense. p. 215 

Ligações externas