Teorema de Liouville: diferenças entre revisões

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Uso das desigualdades de Cauchy
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:<math>f(z)=\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}du</math> e <math>f(w)=\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-w}du</math>
:<math>f(z)=\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}du</math> e <math>f(w)=\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-w}du</math>
pelo que
pelo que
:<math>\begin{align}|f(z)-f(w)|&=\left|\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}du-\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}du\right|\\&=\frac1{2\pi}\left|\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}-\frac{f(u)}{u-w}du\right|\\&=\frac1{2\pi}\left|\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)(z-w)}{(u-z)(u-w)}du\right|\\&\leqslant\frac{2\pi rM|z-w|}{2\pi(r-|z|)(r-|w|)}\\&=\frac{r|z-w|}{(r-|z|)(r-|w|)},\end{align}</math>
:<math>\begin{align}|f(z)-f(w)|&=\left|\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}du-\frac1{2\pi i}\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}du\right|\\&=\frac1{2\pi}\left|\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)}{u-z}-\frac{f(u)}{u-w}du\right|\\&=\frac1{2\pi}\left|\int_{\gamma(r)}\frac{f(u)(z-w)}{(u-z)(u-w)}du\right|\\&\leqslant\frac{2\pi rM|z-w|}{2\pi(r-|z|)(r-|w|)}\\&=\frac{r|z-w|}{(r-|z|)(r-|w|)}\cdot\end{align}</math>
Logo,
pelo que
:<math>|f(z)-f(w)|\leqslant\lim_{r\rightarrow+\infty}\frac{r|z-w|}{(r-|z|)(r-|w|)}=0.</math>
:<math>|f(z)-f(w)|\leqslant\lim_{r\rightarrow+\infty}\frac{r|z-w|}{(r-|z|)(r-|w|)}=0.</math>

==Corolário==
==Corolário==
O teorema de Liouville afirma que a imagem de uma função inteira não constante <math>f</math> não é um conjunto limitado. De facto, a imagem de uma função inteira não constante é sempre um [[conjunto denso]]. Este resultado parece muito mais forte do que o teorema de Liouville, mas é um corolário dele. De facto, suponha-se que a imagem de <math>f</math> não era densa. Então haveria algum número complexo <math>w</math> e algum <math>r>0</math> tal que a imagem de <math>f</math> não conteria nenhum elemento do disco de centro <math>r</math> centrado em <math>w</math>. Mas então se se definisse
O teorema de Liouville afirma que a imagem de uma função inteira não constante <math>f</math> não é um conjunto limitado. De facto, a imagem de uma função inteira não constante é sempre um [[conjunto denso]]. Este resultado parece muito mais forte do que o teorema de Liouville, mas é um corolário dele. De facto, suponha-se que a imagem de <math>f</math> não era densa. Então haveria algum número complexo <math>w</math> e algum <math>r>0</math> tal que a imagem de <math>f</math> não conteria nenhum elemento do disco de centro <math>r</math> centrado em <math>w</math>. Mas então se se definisse

Revisão das 10h07min de 27 de fevereiro de 2008

O teorema de Liouville é um teorema de análise complexa que diz que uma função complexa inteira e limitada é constante. Este teorema permite demonstrar o teorema fundamental da álgebra de forma simples.

Demonstrações

Em ambas as demonstrações, seja um majorante de .

Primeira demonstração

Seja  ∈ C. Para cada , tem-se, pelas desigualdades de Cauchy (com n = 1), |f’(z)| < M/r. Mas então

Logo, f’(z) = 0. Como isto acontece para cada  ∈ C, f é constante, pelo teorema dos acréscimos finitos.

Segunda demonstração

Sejam e números complexos e seja um número real tal que  ≤ . Seja

Então, pela fórmula integral de Cauchy:

e

pelo que

Logo,

Corolário

O teorema de Liouville afirma que a imagem de uma função inteira não constante não é um conjunto limitado. De facto, a imagem de uma função inteira não constante é sempre um conjunto denso. Este resultado parece muito mais forte do que o teorema de Liouville, mas é um corolário dele. De facto, suponha-se que a imagem de não era densa. Então haveria algum número complexo e algum tal que a imagem de não conteria nenhum elemento do disco de centro centrado em . Mas então se se definisse

a função seria inteira não constante e, para cada  ∈ C ter-se-ia

pelo que seria limitada, o que contradiz o teorema de Liouville.

Generalizações

Um teorema mais forte do que o teorema de Liouville é o pequeno teorema de Picard, que afirma que se é uma função ineira não constante, então a sua imagem é C ou C \ , para algum  ∈ C. Um teorema ainda mais forte é o grande teorema de Picard, que afirma que se for uma função inteira não polinomial e se  ∈ C, então a equação tem uma infinidade de soluções com, quando muito, uma excepção.

Bibliografia

  • Conway, J. B.; Functions of One Complex Variable, Berlim: Springer-Verlag, 1978
  • Matos, Coimbra de; Santos, José Carlos, Curso de Análise Complexa, Lisboa: Dinternal, 2000
  • Remmert, R, Classical Topics on Complex Function Theory, BerliM: Springer-Verlag, 1998