Bruno Bettelheim

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bruno Bettelheim
Nascimento 28 de agosto de 1903 (120 anos)
Viena, Áustria
Morte 13 de março de 1990 (86 anos)
Silver Spring, Estados Unidos da América
Prémios National Book Critics Circle Award (1976)
Género literário Psicologia

Bruno Bettelheim (Viena, 28 de Agosto de 1903Silver Spring, 13 de Março de 1990) foi um comerciante de madeira com doutorando em história da arte, nascido na Áustria. Foi reconhecido como psicólogo infantil, porém não era psicólogo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Após a anexação da Áustria pelo Terceiro Reich, na véspera da Segunda Guerra Mundial, foi deportado com outros judeus austríacos para o campo de concentração de Dachau e, mais tarde, para Buchenwald. Aí pôde observar os comportamentos humanos quando o indivíduo é sujeito a condições extremas, percepcionadas como radicalmente destrutivas (desumanização), que estiveram mais tarde na base das suas teorias sobre a origem do autismo.

Graças a uma anistia em 1939, Bettelheim e centenas de outros prisioneiros foram libertados, o que lhe salvou a vida. Emigrou então rumo aos Estados Unidos, onde foi professor de psicologia em universidades americanas e dirigiu o Instituto Sonia-Shankman em Chicago para crianças psicóticas, destacando-se o seu trabalho com crianças autistas.

Acerca de seus trabalhos com pacientes autistas, Bettelheim reivindicou que a causa do autismo seriam "As mães geladeiras": mães frias, sem sentimentos, que levavam os filhos a um isolamento mental. Suas teorias foram aceitas internacionalmente por mais de duas décadas. Bruno Bettelheim suicídou-se aos 86 anos de idade, em 1990, acredita-se pelo fato de ter começado a perder sua credibilidade. Foi descoberto posteriormente que a experiência de Bettelheim foi exagerada e que carecia de comprovação científica, e que ele não tinha qualificações necessárias para dirigir uma escola ou elaborar teorias sobre as causas do autismo. Também foi acusado de maus tratos a seus pacientes (pessoas com deficiências, a maioria autista).[1] Só após seu suicídio, se descobriu que nunca havia se encontrado com Freud, a quem chamava de mentor, inventara títulos acadêmicos inexistentes, expunha crianças a situações embaraçosas e batia em seus pacientes.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • 1943 "Individual and Mass Behavior in Extreme Situations", Journal of Abnormal and Social Psychology, 38: 417-452.
  • 1950 Love Is Not Enough: The Treatment of Emotionally Disturbed Children, Free Press, Glencoe, Ill.
  • 1954 Symbolic Wounds; Puberty Rites and the Envious Male, Free Press, Glencoe, Ill.
  • 1955 Truants From Life; The Rehabilitation of Emotionally Disturbed Children, Free Press, Glencoe, Ill.
  • 1959 "Joey: A 'Mechanical Boy'", Scientific American, 200, março de 1959: 117-126.
  • 1960 The Informed Heart: Autonomy in a Mass Age, The Free Press, Glencoe, Ill.
  • 1962 Dialogues with Mothers, The Free Press, Glencoe, Ill.
  • 1967 The Empty Fortress: Infantile autism and the birth of the self, The Free Press, New York
  • 1969 The Children of the Dream, Macmillan, London & New York
  • 1974 A Home for the Heart, Knopf, New York.
  • 1976 The Uses of Enchantment: The Meaning and Importance of Fairy Tales, Knopf, New York (trad. portuguesa: Psicanálise dos contos de fadas.)
  • 1979 Surviving and Other Essays, Knopf, New York
  • 1982 On Learning to Read: The Child's Fascination with Meaning (com Karen Zelan), Knopf, New York
  • 1982 Freud and Man's Soul, Knopf, New York
  • 1987 A Good Enough Parent: A book on Child-Rearing, Knopf, New York
  • 1990 Freud's Vienna and Other Essays, Knopf, New York

Obras sobre Bettelheim[editar | editar código-fonte]

  • Angres, Ronald: "Who, Really, Was Bruno Bettelheim?", Commentary, 90, (4), October 1990: 26-30.
  • Bersihand, Geneviève : Bettelheim, R. Jauze, Champigny-sur-Marne, 1977.
  • Eliot, Stephen: Not the Thing I Was: Thirteen Years at Bruno Bettelheim's Orthogenic School, St. Martin's Press, 2003.
  • Frattaroli, Elio: "Bruno Bettelheim´s Unrecognized Contribution to Psychoanalytic Thought", Psychoanalytic Review, 81:379-409, 1994.
  • Heisig, James W.: "Bruno Bettelheim and the Fairy Tales", Children's Literature, 6, 1977: 93-115.
  • Krumenacker, Franz-Josef: Bettelheim: Grundpositionen seiner Theorie und Praxis, Reinhardt/UTB für Wissenschaft, München, 1998.
  • Marcus, Paul: Autonomy in the Extreme Situation. Bruno Bettelheim, the Nazi Concentration Camps and the Mass Society, Praeger, Westport, Conn., 1999.
  • Pollak, Richard: The Creation of Dr. B: A Biography of Bruno Bettelheim, Simon & Schuster, New York, 1997.
  • Raines, Theron: Rising to the Light: A Portrait of Bruno Bettelheim, Knopf, New York, 2002.
  • Sutton, Nina: Bruno Bettelheim: The Other Side of Madness, Duckworth Press, London, 1995. (traduzido do francês por David Sharp em colaboração com o autor. Publicado sob título Bruno Bettelheim, a Life and a Legacy.)
  • Zipes, Jack: "On the Use and Abuse of Folk and Fairy Tales with Children: Bruno Bettelheim's Moralistic Magic Wand", em Zipes, Jack: Breaking the Magic Spell: Radical Theories of Folk and Fairy Tales, University of Texas Press, Austin, 1979.

Referências

  1. pesquisa - pdf
  2. ROMANI, C.; SALVADOR, A.; MAGALHÃES, N. Palmadinha fora da lei. In Revista Veja. Edição 2174, ano 43, n. 29. 21 de julho de 2010. São Paulo: Ed. Abril, 2010

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]