Teste de Weber

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O teste de Weber ou prova de Weber é um teste clínico rápido para avaliar a audição. O teste foi nomeado em homenagem a Ernst Heinrich Weber (1795 – 1878), um físico e médico alemão. A sua conexão com a audiologia se deu quando descobriu que o uso do diapasão vibrando poderia ser ouvido quando colocado contra o crânio. A condução por via óssea. Em seus testes, Ernst Heinrich Weber observou que as pessoas com a audição normal, não conseguiam identificar o ponto que estavam ouvindo quando estimulados por via óssea. E em casos de problemas auditivos, muitas vezes a sensação auditiva era percebida na orelha "boa", ou na orelha com perda. [1]

O príncipio do teste de Weber é comparar a captação do estímulo por via óssea entre as duas orelhas. [1] O teste pode detectar perda auditiva condutiva unilateral e perda auditiva neurossensorial unilateral.

Realização[editar | editar código-fonte]

No teste de Weber um diapasão (de 256, 512 ou 1.024 Hz) é batido e o tronco do bastão vibrando é colocado no topo do crânio do paciente - em igual distância das orelhas do paciente, no meio de sua testa, ou acima do lábio superior sobre o dente. Em seguida é solicitado que ele indique onde ouve ou sente o som. Na orelha direita, esquerda ou meio da testa. [2]

Em uma audição normal, o som e a vibração é percebido no meio da testa. Caso lateralize, é indicativo de perda auditiva. [2]

A explicação para o Teste de Weber está fundamentada no efeito do mascaramento do ruído de fundo. Em condições de audição normais, há uma quantidade significativa de ruído de fundo que alcança o tímpano através da condução aérea. Isso tende a encobrir o som do diapasão percebido através da condução óssea.[2]

Resultados[editar | editar código-fonte]

O resultado do teste de Weber é apresentado da seguinte forma:

  • Weber Indiferente: Quando som é percebido e localizado em ambas orelhas. Normalmente encontrado em índividuos com padrão de audição normal ou perda auditiva simétrica.
  • Weber Lateraliza para a direita: Quando o som é percebido mais alto no ouvido direito. Isso indica uma perda auditiva condutiva no ouvido direito ou uma perda auditiva neurossensorial no ouvido esquerdo.
  • Weber Lateraliza para a esquerda: Nesse caso, o som é percebido mais alto no ouvido esquerdo. Isso indica uma perda auditiva condutiva no ouvido esquerdo ou uma perda auditiva neurossensorial no ouvido direito.[1]

Detecção de perda auditiva condutiva[editar | editar código-fonte]

O paciente que apresenta perda auditiva condutiva unilateral geralmente ouve o diapasão com mais intensidade no lado da orelha afetada. Isto acontece porque a condução aérea está reduzida e com isso mascara o efeito do ruído de fundo, ao passo que a orelha interna que funciona bem recebe o som através dos ossos do crânio, gerando uma percepção do som melhor e se tornando mais intenso do que o da orelha normal. [2]

Detecção de perda auditiva neurossensorial[editar | editar código-fonte]

Um paciente com uma perda auditiva neurossensorial unilateral escutaria o som mais intensamente na orelha normal, porque a orelha afetada é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele seja transmitido diretamente por condução para o ouvido interno. [2]

Limitações[editar | editar código-fonte]

O teste de Weber é útil para indivíduos que possuam a audição diferente entre os dois ouvidos. Ele não pode confirmar uma audição normal porque não mede a sensibilidade ao som de uma maneira quantitativa. Os defeitos de audição que afetam ambas as orelhas igualmente, como na presbiacusia, por exemplo, irão produzir um resultado aparentemente normal.

Teste de Rinne adicional[editar | editar código-fonte]

Um teste de Rinne adicional pode fazer um exame mais completo. Na tabela, CA significa condução aérea e CO condução óssea.

Weber lateraliza para a esquerda Weber lateraliza para a direita
Rinne ambas orelhas CA>CO Perda neurossensorial na direita Perda neurossensorial na esquerda
Rinne esquerda CO>CA Confirma perda condutiva na esquerda
Rinne direita CO>CA Confirma perda condutiva na direita

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c RUSSO, I.C.AP., SANTOS, T.M.M. A prática da audiologia clínica. São Paulo: Cortez, 2011.
  2. a b c d e SWARTZ, M. H. Tratado de Semiologia Médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.