Fernando Silva Grade

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Fernando Silva Grade
Nascimento 1955
Faro
Morte 8 de Setembro de 2019
Nacionalidade português
Alma mater Faculdade de Ciências de Lisboa
Ocupação Pintor, arquitecto e activista

Fernando Silva Grade (Faro, 1955 — 8 de Setembro de 2019), foi um activista, arquitecto e pintor português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento e formação[editar | editar código-fonte]

Nasceu na cidade de Faro, em 1955.[1] Formou-se em biologia pela Faculdade de Ciências de Lisboa em 1983, e em 1993 concluiu o curso de pintura do Centro de Arte e Comunicação Visual.[2]

Igreja Matriz de Olhão.

Carreira e activismo[editar | editar código-fonte]

Trabalhou como arquitecto,[3] embora se tenha notabilizado principalmente como activista na defesa do património cultural e natural do Algarve,[1] tendo sido um dos sócios fundadores da associação Almargem, e participado num grande número de iniciativas na defesa da cultura e do ambiente.[4] Iniciou o seu activismo ainda durante a juventude, nas décadas de 1970 e 1980, quando escrevia mensagens de protesto nos estaleiros de construção.[5] Foi um crítico do forte crescimento urbanístico no Algarve.[2] Em Julho de 2014 lançou o livro O Algarve tal como o destruímos, sobre os problemas ambientais e paisagísticos da construção em massa no Algarve, e onde criticou o modelo do turismo de massas na região.[6] Teve uma atenção especial na defesa do património arquitectónico, tendo protestado contra a demolição de vários edifícios, tanto em Olhão como em Faro.[1] Em 2017, Silva Grade lançou um alerta sobre as obras na Igreja Matriz de Olhão, que estavam a ser feitas sem as autorizações necessárias, e sem a utilização de materiais e técnicas adequadas neste tipo de intervenção.[3] Na sequência desta denúncia, as obras foram suspensas pela Direcção Regional de Cultura do Algarve.[3] Como parte do seu activismo, escreveu vários artigos nos jornais Barlavento[5] e Público, entre outros periódicos, e fez várias entrevistas na televisão e rádio.[7]

Notabilizou-se igualmente como artista plástico, tendo pintado principalmente os temas do património e da natureza algarvia.[1] Participou em várias exposições desde 1988, tanto a nível individual como colectivo, em vários pontos do país e no estrangeiro.[2] Foi um dos artistas convidados na exposição Lisboarte, entre Março e Abril de 2006.[8] Em 2016 realizou a sua última exposição antológica, Trajectos, no Museu Municipal de Faro e na Galeria Arco, com grande êxito.[7]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Faleceu em 8 de Setembro de 2019, vítima de uma doença oncológica, aos 64 anos de idade.[4] O velório foi na Ermida de São Luís, em Faro, tendo o corpo sido sepultado no Cemitério da Esperança, na mesma cidade.[1]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em 7 de Setembro de 2018, recebeu a Medalha de Mérito Grau Ouro da Câmara Municipal de Faro, principalmente devido aos seus esforços pela defesa do património e do ambiente.[1]

Referências

  1. a b c d e f «Artista plástico Fernando Silva Grade morre aos 64 anos». Público. 10 de Setembro de 2019. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  2. a b c «Faleceu Fernando Silva Grade, artista e defensor do património algarvio». Região Sul. 8 de Setembro de 2019. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  3. a b c «Paróquia faz obras ilegais em Igreja Matriz». Correio da Manhã. 1 de Abril de 2017. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  4. a b COUTO, Nuno (10 de Setembro de 2019). «Hoje é o dia do último adeus a Fernando Silva Grade». Jornal do Algarve. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  5. a b PIRES, Bruno Filipe (8 de Setembro de 2019). «Faleceu Fernando Silva Grade, biólogo, artista e defensor do Algarve». Barlavento. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  6. «Livro lamenta que se tenha vendido a alma do Algarve "a troco de dinheiro"». Correio da Manhã. 24 de Julho de 2014. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  7. a b «Faleceu Fernando Silva Grade, defensor do património e da cultura popular algarvia (vídeo)». Postal do Algarve. 8 de Setembro de 2019. Consultado em 21 de Setembro de 2019 
  8. «Lisboarte abre hoje com pintura a dominar». Correio da Manhã. 18 de Março de 2006. Consultado em 21 de Setembro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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