Almargem

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 Nota: Este artigo é sobre a associação ambiental no Algarve. Se procura a ribeira no Algarve, veja Ribeira do Almargem. Se procura a ponte do caminho de ferro sobre aquela ribeira, veja Ponte Ferroviária de Almargem. Se procura a antiga freguesia no concelho de Sintra, veja Almargem do Bispo.
Almargem - Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve
Tipo Organização não governamental
Fundação Junho de 1988
Sede Loulé, Portugal
Línguas oficiais Português
Sítio oficial Página oficial

A Almargem - Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve é uma organização não governamental ligada à promoção e preservação da cultura e do ambiente, sedeada na cidade de Loulé, na região do Algarve, em Portugal.

Descrição e história[editar | editar código-fonte]

Parque ambiental de Vilamoura, onde está planeado o grande empreendimento turístico da Cidade Lacustre.

A associação Almargem foi formada na cidade de Loulé em Junho de 1988, tendo sido registada oficialmente em Silves no mês seguinte.[1] Foi uma das organizações fundadoras da Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente.[1] Um dos sócios fundadores da associação foi o arquitecto e pintor Fernando Silva Grade.[2] Outro colaborador destacado foi o militar e botânico José Rosa Pinto, que participou em várias iniciativas ligadas ao ambiente, tendo por isso recebido o título de sócio honorário.[3]

Foi criada no sentido de promover a investigação, a recuperação e a divulgação do património cultural, natural e histórico no Algarve.[1] Empenha-se igualmente no desenvolvimento de actividades ligadas ao crescimento das comunidades locais, e que contribuam para o respeito pelo meio natural.[1] Neste sentido, é responsável por um vasto leque de iniciativas ligadas à cultura e ambiente, incluindo actividades de promoção da natureza e do ambiente rural, e a realização de estudos e de pareceres técnicos em relação a diversos assuntos.[1] É oficialmente considerada como uma organização não-governamental de alcance regional ligada ao ambiente, estando registada na Agência Portuguesa do Ambiente.[1]

A associação esteve envolvida em várias polémicas ligadas à conservação do património histórico e natural, normalmente contra grandes empreendimentos turísticos. Por exemplo, na década de 2000 criticou duramente o processo de construção do Campo de Golfe de Vila Fria, no concelho de Silves, que levou à destruição parcial de importantes vestígios arqueológicos romanos,[4] e nos finais da década de 2010 opôs-se ao grande programa Cidade Lacustre, em Vilamoura, que teria um impacto muito negativo no ambiente natural da zona.[5] Em 2015 reagiu contra a instalação do empreendimento turístico do Vale do Freixo, em Loulé, alegando que iria ameaçar a fauna e a flora local, e o conjunto da Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena.[6] Em 2017 acusou a empresa Cimpor de querer ampliar a sua capacidade de co-incineração, e exigiu que a cimenteira divulgasse publicamente a «a origem concreta dos novos materiais e as possibilidades de contaminação derivada da eventual inclusão de resíduos indevidamente tratados no processo de fabrico de cimento, nomeadamente no que respeita a presença de metais pesados e dioxinas, para além do impacto da sua incorporação na evolução das taxas de emissão de gases poluentes e gases com efeito de estufa».[7] Em 2018 denunciou a construção de um edifício de apoio no areal da Praia do Peneco, em Albufeira,[8] e em 2019 apresentou um estudo onde alertou para o risco de colapso do ecossitema de Alagoas Brancas, no concelho de Lagoa, caso continuassem os planos da autarquia para a urbanização do local.[9] Também em 2019, colaborou com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Câmara Municipal de Lagos no plano para a conversão da antiga casa do guarda florestal de Barão de São João.[10]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f «Quem Somos». Almargem. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  2. COUTO, Nuno (10 de Setembro de 2019). «Hoje é o dia do último adeus a Fernando Silva Grade». Jornal do Algarve. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  3. «Almargem lamenta morte de José Manuel Rosa Pinto». Barlavento. 7 de Janeiro de 2018. Consultado em 31 de Outubro de 2019 
  4. «Jogo viciado no Campo deGolfe de Vila Fria». Almargem. 19 de Agosto de 2009. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  5. LEMOS, Pedro (5 de Setembro de 2019). «Cidade Lacustre de Vilamoura é «atentado ambiental»». Sul Informação. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  6. «Almargem: Empreendimento de Vale do Freixo é «nova ameaça ao barrocal»». Sul Informação. 17 de Dezembro de 2015. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  7. «Almargem diz que Cimpor continua a apostar na co-incineração em Loulé». Barlavento. 2 de Agosto de 2017. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  8. VARELA, Ana Sofia; PIRES, Bruno Filipe (24 de Janeiro de 2018). «Buraco gigante na Praia do Peneco causa polémica em Albufeira». Barlavento. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  9. «Alagoas Brancas em «risco de colapso» diz estudo da Almargem». Barlavento. 16 de Junho de 2019. Consultado em 16 de Outubro de 2020 
  10. «Casa do Guarda torna-se Centro Interpretativo da Mata do Barão de São João». Sul Informação. 6 de Setembro de 2019. Consultado em 16 de Outubro de 2020 


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