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Fonema: diferenças entre revisões

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'''Exemplo:''' Na palavra ''automaticamente'', o primeiro "a" é a vogal tônica, o segundo "a" é a vogal subtônica, e as demais vogais são átonas.
'''Exemplo:''' Na palavra ''automaticamente'', o primeiro "a" é a vogal tônica, o segundo "a" é a vogal subtônica, e as demais vogais são átonas.


'''Nota 1:''' Em alguns idiomas como o [[língua chinesa|chinês]] não existe o conceito de intensidade da vogal. Em seu lugar, existe o conceito de [[tom]], em que as sílabas são distingüidas pela maneira como são entonadas. Em português, o conceito de "tom" existe quando se diferencia uma pergunta de uma afirmação (ex.: "o açúcar é branco."; "o açúcar é branco?") ou em uma frase exclamativa: "(ex.: "como o açúcar é branco!"). Então percebemos que realmente o açúcar é branco, porque isso é uma parte dos fonemas.
'''Nota 1:''' Em alguns idiomas como o [[língua chinesa|chinês]] não existe o conceito de intensidade da vogal. Em seu lugar, existe o conceito de [[tom]], em que as sílabas são distingüidas pela maneira como são entonadas. Em português, o conceito de "tom" existe quando se diferencia uma pergunta de uma afirmação (ex.: "o peido fede."; "o peido fede?") ou em uma frase exclamativa: "(ex.: "como o peido fede!"). Então percebemos que realmente o açúcar é branco, porque isso é uma parte dos fonemas.


'''Nota 2:''' Em nenhuma palavra de até três sílabas existem vogais subtônicas em português. E em algumas preposições, artigos, pronomes e conjunções com uma ou duas sílabas (ex.: por, em, para, um, o, pelo), não existem vogais tônicas.
'''Nota 2:''' Em nenhuma palavra de até três sílabas existem vogais subtônicas em português. E em algumas preposições, artigos, pronomes e conjunções com uma ou duas sílabas (ex.: por, em, para, um, o, pelo), não existem vogais tônicas.

Revisão das 22h01min de 9 de março de 2009

Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora (fonética) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras prato e trato, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: P na primeira e T na segunda.

Classificação dos Fonemas

Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais

Vogal é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, faz vibrar as cordas vocais e não encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. Classificam-se em:

Quanto á intensidade

  • Vogal tônica: é a vogal onde se encontra o acento prosódico principal da palavra.
  • Vogal subtônica: é a vogal onde se encontra o acento prosódico secundário da palavra.
  • Vogal átona: é uma vogal onde não existe qualquer acento prosódico.

Exemplo: Na palavra automaticamente, o primeiro "a" é a vogal tônica, o segundo "a" é a vogal subtônica, e as demais vogais são átonas.

Nota 1: Em alguns idiomas como o chinês não existe o conceito de intensidade da vogal. Em seu lugar, existe o conceito de tom, em que as sílabas são distingüidas pela maneira como são entonadas. Em português, o conceito de "tom" existe quando se diferencia uma pergunta de uma afirmação (ex.: "o peido fede."; "o peido fede?") ou em uma frase exclamativa: "(ex.: "como o peido fede!"). Então percebemos que realmente o açúcar é branco, porque isso é uma parte dos fonemas.

Nota 2: Em nenhuma palavra de até três sílabas existem vogais subtônicas em português. E em algumas preposições, artigos, pronomes e conjunções com uma ou duas sílabas (ex.: por, em, para, um, o, pelo), não existem vogais tônicas.

Quanto ao timbre

  • Vogais abertas: São as vogais articuladas ao se abrir o máximo a boca. Por exemplo: nas palavras "amora" e "café", todas as vogais são abertas.
  • Vogais fechadas: São as vogais articuladas ao se abrir o mínimo a boca. Por exemplo: nas palavras "êxodo" e "fôlego", todas as vogais são fechadas.

Alguns gramáticos da língua portuguesa ainda classificam as vogais "e" e "o" na categoria de vogais reduzidas quando são átonas no fim de uma palavra, que em geral são pronunciadas como "i" e "u". Por exemplo, nas palavras "análise" e "camelo".

Quanto ao modo de articulação

  • Vogais orais: São as vogais pronunciadas completamente através da cavidade oral. Em português, existem sete vogais orais, a saber: "a", "ê", "é", "i", "ô", "ó" e "u".
  • Vogais nasais: São as vogais pronunciadas em que uma parte do ar usado para a pronúncia escapa pela cavidade nasal. Em português, existem cinco vogais nasais. Nas palavras: "maçã", "sem", "capim", "garçom", e "fundo", os grafemas assinalados em negrito representam vogais nasais. Também são nasais os ditongos "ão", "ãe", "õe", "âim" (como em "câimbra") e o ditongo "ui" da palavra "muito".

Quanto ao ponto de articulação

  • Vogais anteriores: São as vogais pronunciadas com a parte traseira da língua curvada para baixo. Em português, são anteriores as vogais "a", "â", "o", "ó" e "u".
  • Vogais posteriores: São as vogais pronunciadas com a parte traseira da língua curvada para cima. Em português, são posteriores as vogais "e", "é" e "i".

Nota 1: Alguns gramáticos da língua portuguesa consideram as vogais "a" e "â" como vogais médias ou vogais centrais, porque nessas vogais, em português, não há curvatura da língua.

Nota 2: Em alguns idiomas como o alemão, para cada vogal anterior existe uma posterior correspondente. As vogais posteriores derivadas de vogais anteriores são representadas pelo trema (ä, ö, ü).

Semivogais

As semivogais são fonemas que não ocupam a posição de núcleo da sílaba, devendo, portanto, associar-se a uma vogal para formarem uma sílaba. Em português, somente os fonemas representados pelas letras "i" e "u" em ditongos e tritongos são considerados semi-vogais. Um ditongo é sempre formado por uma vogal mais uma semivogal. Quando a semivogal vem antes da vogal, o ditongo é dito "crescente" (como em "jaguar"). Quando a semivogal vem depois, o ditongo é dito "decrescente" (como em "demais"). Nos ditongos "ui" e "iu", uma das letras é sempre considerada vogal e a outra é semivogal. No caso dos tritongos, todos eles são formados por uma vogal intercalada entre duas semivogais.

Consoantes

Consoantes são fonemas assilábicos que se produzem após ultrapassar um obstáculo que se opõe à corrente de ar no aparelho fonador. Estes obstáculos incluem os lábios, os dentes, a língua, o palato, o véu palatino e a úvula. Classificam-se da seguinte maneira:

Quanto ao papel das cordas vocais

  • Consoantes surdas: São as consoantes pronunciadas sem que as cordas vocais sejam postas em vibração. São surdas as seguintes consoantes em português: f, k, p, s, t, ch.
  • Consoantes sonoras: São as consoantes pronunciadas com a vibração das cordas vocais. São sonoras as seguintes consoantes em português: b, d, g, j, l, lh, m, n, nh, r, v, z.

Quanto ao modo de articulação

  • Consoantes oclusivas: São as consoantes pronunciadas fechando-se totalmente o aparelho fonador, sem dar espaço para o ar sair. São oclusivas as seguintes consoantes: p, t, k, b, d, g.
  • Consoantes fricativas: São as consoantes pronunciadas através de uma corrente de ar que se fricciona em um obstáculo. São fricativas as seguintes consoantes em português: f, j, s, ch, v, z.
  • Consoantes laterais: São as consoantes pronunciadas ao fazer passar a corrente de ar nos dois cantos da boca ao lado da língua. Em português, são laterais apenas as consoantes "l" e "lh".
  • Consoantes vibrantes: São as consoantes pronunciadas através da vibração de algum elemento do aparelho fonador, em geral a língua ou o véu palatino. Em português, são vibrantes apenas as duas variedades do "r", como em "carro" e em "caro".
  • Consoantes nasais: São as consoantes em que o ar sai pelas fossas nasais, em vez da boca. Em português, são nasais as consoantes "m", "n" e "nh".

Quanto ao ponto de articulação

  • Consoantes bilabiais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos dois lábios. Em português, são bilabiais as consoantes: p, b, m.
  • Consoantes dentais: São as consoantes pronunciadas com a língua entre os dentes. Não existem consoantes dentais em português. Em outros idiomas, pode ser citado como exemplo o "th" do inglês.
  • Consoantes alveolares: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua nos alvéolos dos dentes. Em português, são alveolares as consoantes: t, d, n, s, z, l e o "r" fraco.
  • Consoantes labiodentais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos lábios na arcada superior dos dentes. Em português, são labiodentais as consoantes "f" e "v".
  • Consoantes palatais: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua com o palato. Em português, são palatais as seguintes consoantes: j, ch, lh e nh, e, em alguns dialetos, também as consoantes "t" e "d" antes de "i".
  • Consoantes retroflexivas: São as consoantes pronunciadas com a língua curvada. Em português, somente alguns dialetos do Brasil têm uma consoante retroflexiva, o chamado "r" caipira.
  • Consoantes velares: São as consoantes pronunciadas com a parte traseira da língua no véu palatino. Em português, são velares as consoantes: k, g e rr (na maioria dos dialetos).
  • Consoantes uvulares: São as consoantes pronunciadas através da vibração da úvula. Em português, somente o dialeto fluminense tem uma consoante uvular; no caso, o "r" forte. Também é considerado uvular o "h" aspirado de idiomas como o inglês.
  • Consoantes glotais: São as consoantes pronunciadas através da vibração da glote. Não há consoantes glotais em português e em praticamente nenhum dos idiomas ocidentais. Exemplos de idiomas com consoantes glotais são o hebraico e o árabe.

Nota: No Brasil, é perceptível a diferença de pronúncia da palavra tia entre pessoas do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, por exemplo. De modo geral, para os primeiros, a letra "t" é um fonema palatal (pronunciado mais ou menos como "txia", enquanto para os segundos representa um fonema alveolar. Ainda que — assim como em prato e trato — os sons correspondentes à letra t de tia sejam diferentes (isto é, letras iguais e sons diferentes), o fonema é um só, visto que, na língua, não se estabelece distinção de significado ao pronunciar-se /tia/ ou /txia/. As letras do alfabeto representam os sons recebem o nome de FONEMA.

Referências

  • "Discutindo Língua Portuguesa", Ano 1 nº 2, página 60