Fritt Ord

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
The Fritt Ord Foundation
Fritt Ord
Fundação
Atividade Meios de comunicação social
Fundação 7 de junho de 1974
Sede Oslo, Noruega
Pessoas-chave Knut Olav Åmås (Diretor executivo)
Grete Brochmann (Presidente)
Receita Aumento NOK 307 milhões (2004)
Receita Bruta
NOK 236 milhões (2004)
Website oficial www.frittord.no

Fritt Ord é uma fundação privada norueguesa, cujo objetivo é apoiar a liberdade de expressão e uma imprensa livre. Foi criada em 7 de junho de 1974 pelos líderes de Narvesen Kioskkompani, Jens Henrik Nordlie e Finn Skedsmo, além do advogado Jens Christian Hauge.

A Fritt Ord tem fundos significativos e está participando no apoio de vários projetos na Noruega, investindo no jornal Morgenbladet, apoiando uma enciclopédia (Store Norske Leksikon) e sendo parte proprietária (10,1%) do grupo de mídia A-Pressen. Além disso, concede bolsas de estudo a estudantes de mídia e jornalismo, concede o Prêmio Fritt Ord e apoia competições de redação. Também fornecu financiamento para projetos controversos, por exemplo, um próximo livro escrito pelo blogueiro Fjordman,[1] que pede a deportação de todos os muçulmanos da Europa.[2]

A organização concede três prêmios anuais para apoiar a liberdade de expressão;[3][4][5] o Prêmio Fritt Ord (norueguês: Fritt Ords pris), o Prêmio Honorário Fritt Ord (norueguês: Fritt Ords honnør) e os prêmios de imprensa para a Rússia e a Europa Oriental (norueguês: Pressepriser for Russland og Øst-Europa). Esses prêmios não devem ser confundidos com "Ytringsfrihetsprisen", o Prêmio anual de Liberdade de Expressão, concedido principalmente a escritores internacionais pela União dos Autores da Noruega.

História[editar | editar código-fonte]

Os proprietários da cadeia de quiosques Narvesen queriam transformar sua cadeia de varejistas de jornais e revistas em uma instituição e, em 1 de janeiro de 1975, a empresa foi adquirida pela recém-criada fundação Fritt Ord, ao mesmo tempo em que se fundiu com a Norwegian State Railways (NSB), empresa Norsk Spisevognselskap, que ofereceu serviços de catering para a ferrovia. Fritt Ord obteve 59% da empresa recém-formada, enquanto a NSB obteve 41%.

Os dividendos da empresa possibilitaram a Fritt Ord executar uma série de tarefas relacionadas à liberdade de expressão, incluindo apoio ao Instituto de Jornalismo e ao Prêmio Liberdade de Expressão, além de diversas doações para inúmeras pessoas e instituições, no mercado interno e internacionalmente.

Em 1995, a NSB vendeu suas ações na Narvesen e a empresa foi listada na Bolsa de Valores de Oslo. Como resultado, a Fritt Ord reduziu sua propriedade na Narvesen para 34% em 1999 e em 2000 a Narvesen foi incorporada à Reitangruppen para formar a ReitanNarvesen. Em 2001, Fritt Ord vendeu sua propriedade na empresa para a família Reitan. Em resultado do capital libertado com a venda da Narvesen, a Fritt Ord adquiriu participações na Morgenbladet (30,5%) e na A-Pressen (10,1%).[6]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Controvérsia de David Irving em 2008[editar | editar código-fonte]

A organização foi criticada por alguns por obstruir, em vez de aumentar a liberdade de expressão, quando ameaçou o Festival Norueguês de Literatura de retirar o apoio financeiro se o negador do Holocausto britânico David Irving fosse autorizado a falar no festival.[7] Em outubro de 2008, o então diretor da Fritt Ord, Erik Rudeng, exigiu que seu logotipo fosse removido das páginas do Festival Norueguês de Literatura porque Irving havia sido convidado a dar uma palestra sobre seu conceito de verdade no festival. O convite de Irving foi retirado apenas alguns dias depois. Rudeng, por seu lado, defendeu a decisão afirmando que a Fritt Ord só patrocinou o festival de literatura em 2008 e, portanto, era hora do logotipo deles ser removido quando o programa para 2009 foi apresentado.[8] Isso levou alguns comentaristas a abordar o paradoxo de uma organização auto-proclamada a favor "liberdade de expressão" que se envolve em uma campanha para impedir que uma voz controversa como a de David Irving seja ouvida na Noruega.[7]

Controvérsia Fjordman[editar | editar código-fonte]

Em 2013 a organização criou uma polêmica pois forneceu financiamento ao controverso blogueiro Fjordman (Peder Jensen), que foi caracterizado como de extrema-direita[9][10] e islamofóbico[11] por um livro que Jensen estava escrevendo sobre Anders Breivik e os Atentados de 22 de julho de 2011 na Noruega. O líder do Partido Trabalhista, Eskil Pedersen, disse que Fritt Ord é uma organização que fornece uma plataforma para "homossexuais e racistas", referindo-se tanto ao apoio a Fjordman quanto ao apoio anterior a outras causas e indivíduos controversos.[12][13][14] O deputado Snorre Valen acusou Fritt Ord de "zombaria de todos os mortos e feridos" nos ataques da Noruega em 2011, afirmando que a Fritt Ord fornece financiamento a um escritor "para que ele possa publicar um livro sobre o terrorista que inspirou", concluindo que Fritt Ord apoia o "extremismo".[15] O líder do grupo de apoio às vítimas de Breivik, Trond Henry Blattmann, disse ao Dagbladet que o apoio financeiro da Fritt Ord ao Fjordman era "inaceitável".[16] O líder da Fritt Ord, Georg Fredrik Rieber-Mohn, disse que a decisão de conceder subvenções ao Fjordman foi muito difícil.[17] A decisão foi apoiada pelo jornalista da Aftenposten, Erik Tornes, que argumentou que o subsídio era um preço baixo a ser pago para tirar "os extremistas das ecocâmaras" [18], a decisão também foi apoiada pela ministra da Cultura da Noruega, Hadia Tajik.[19]

Referências

  1. Geir Ramnefjell, Fritt fram i Fritt Ord?, Dagbladet
  2. Fjordman foreslo nazi-løsning, Dagbladet
  3. NTB (8 November 2012 Fritt Ords Honnør til Nina Johnsrud (em norueguês) Dagbladet, Retrieved 28 June 2013
  4. Emil Flatø (20 February 2013): Det skal ikke være lov å kalle romfolket «parasitter» og «brunsnegler» (em norueguês) Dagbladet, Retrieved 28 June 2013
  5. the Press Prizes for Russia and Eastern Europe
  6. «Medieregistrret». Norwegian Media Authority 
  7. a b Sven Egil Omdal. «Ikke fullt så Fritt Ord». Aftenbladet (em Norwegian) 
  8. Kaja Korsvold. «Fritt Ord vurderer å kutte støtten». Aftenposten (em Norwegian) 
  9. Jerome Taylor. «Unmasked: the far-right blogger idolised by Breivik». The Independent 
  10. «Peder Jensen er drapsmannens forbilde "Fjordman"». Verdens Gang (em Norwegian) 
  11. «Fjordman foreslo nazi-løsning». Dagbladet (em Norwegian) 
  12. Geir Ramnefjell, Fritt fram i Fritt Ord?, Dagbladet
  13. Oda Marie Midtbøe (14 June 2013): Eskil Pedersen reagerer kraftig på Fjordman-pengestøtte (em norueguês) VG, retrieved 27 June 2013
  14. «Fjordman» får penger fra Fritt Ord, VG
  15. Snorre Valen, Belønning til ekstremismen, NRK.no
  16. "– Forkastelig Fjordman-tildeling", Dagbladet, 15 June 2013 p. 52
  17. Jonas Sætre (14 de junho de 2013): Fjordman» får Fritt Ord-støtte (em norueguês) NRK, retrieved 27 June 2013
  18. Erik Tornes (14 June 2013): Åpenhetens pris (em norueguês) Aftenposten, retrieved 27 June 2013
  19. Hadia Tajik (25 June 2013): Kommentar: Vår demokratiske beredskap (em norueguês) VG, retrieved November 30, 2019

Ligações externas[editar | editar código-fonte]