Geogenanthus poeppigii

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaGeogenanthus poeppigii
G. poeppigii no Jardim Botânico de Missouri, em São Luís
G. poeppigii no Jardim Botânico de Missouri, em São Luís
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Tracheophyta
Clado: Angiosperma
Clado: Monocotiledóneas
Clado: Commelinídeas
Ordem: Commelinales
Família: Commelinaceae
Género: Geogenanthus
Espécie: G. poeppigii
Nome binomial
Geogenanthus poeppigii
(Miq.)Faden[1]

Geogenanthus poeppigii é uma espécie de planta angiospérmica monocótiledónea pertencente à família das comelináceas. Dentro da circunscrição atual, o gênero Geogenanthus possui três espécies, incluindo G. ciliatus e G. rhizanthus. Esta espécie foi nomeada a partir do naturalista e professor acadêmico alemão do século XIX, Eduard Friedrich Poeppig. Geogenanthus undatus e Geogenanthus wittianus são sinônimos desatualizados para G. poeppigii.[2]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O epíteto específico desta espécie, poeppigii, foi nomeado em homenagem ao naturalista que descreveu-a pela primeira vez, o professor acadêmico alemão Eduard Friedrich Poeppig (1798-1868). Esta espécie, nos países de língua inglesa, recebe o nome vernáculo de 'seersucker plant' (lit. planta-anarruga), em referência à suas paridades com o tecido de mesmo nome.

Sistemática[editar | editar código-fonte]

Geogenanthus poeppigii pertence ao gênero Geogenanthus da família de plantas floridas Commelinaceae. Commelinaceae é uma família bem definida que possui 41 gêneros e em torno de 650 espécies.[3] G. poeppiggi se encontra locado na subtribo Dichorisandrinae, dentro da tribo Tradescantieae. Tradescantieae se constitui de 7 subtribos e a subtribo Dichorisandrinae consiste de 5 géneros do novo mundo e em torno de 51 espécies.[4] Os 5 gêneros são divididos em dois grupos monofiléticos. Dichorisandra, Siderasis, Geogenanthus são um dos grupos monofiléticos, enquanto o segundo grupo inclui os gêneros Cochliostema e Plowmanianthus. A subtribo Dichorisandrinae apresenta diversas variações morfológicas e ecológicas dentro de suas divisões. Todos os membros da subtribo compartilham um cariótipo similar de 19 grandes cromossomos.[5] O gênero Geogenanthus se distingue por um complexo estomatal particular de seis células e por inflorescências basais axiais. Uma análise de sequências de DNA indicam que Geogenanthus está intimamente relacionado ao gênero Plowmanianthus seguido por Cochliostema.[6] As raízes de Geogenanthus são tuberosas e penetram o solo, diferindo o gênero de seus parentes próximos. Análises de características morfológicas de Commelinaceae indicam que Geogenanthus é intimamente relacionado com Dichoriscantieae e Siderasis,[7] porém Geogenanthus está colocado como um grupo irmão para Dichoriscantieae e Siderasis no cladograma feito a partir de morfologia combinada e de análises sequenciais, com alta valorização inicial apoiando o posicionamento.[4]

Baseando-se nas estimativas de origem e diversificação da ordem Commelinales, que presumivelmente ocorreram dentro do período Cretáceo mediano ou superior, ou seja, entre 123 e 66 milhões de anos atrás, pode-se estimar aproximadamente que Geogenanthus pode ter surgido há cerca de 66 milhões de anos atrás.[8]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Esta espécie é nativa da Floresta Amazônica, contendo ocorrências documentadas nas planícies distribuídas pelo Peru e oeste do Brasil, sendo tipicamente encontrada no solo das florestas tropicais pluviais primárias.[9]

Morfologia[editar | editar código-fonte]

A parte inferior da folha é púrpura e o topo de suas folhas são esverdeados com listras verdes mais intensas. A superfície, como um todo, apresenta um aspecto "franzido"; enfatizando o nome vernáculo "seersucker plant". Esta planta é, particularmente, única, visto que suas cimeiras ascendem dos nós mais inferiores, que, majoritariamente, aparentam estar crescendo direto do solo. Os três estames superiores são preenchidos e os três ao fundo são mais longos e suaves. Os nós e internós sobressaem do tronco. O tronco da planta é coberto em pequenos tricomas acastanhados e, dentro, as plantas possuem um rizoma curto e ramificado.

Usos[editar | editar código-fonte]

Esta espécie é adaptável a ambientes de pouca luz, tornando-a preferível como planta doméstica. Também possui preferência por umidade, e, quando encontrada em um vaso, não deve ser deixada sem água por longos períodos de tempo.

Horticultura[editar | editar código-fonte]

Aconselha-se luz solar intensa e indireta. Também, como outras espécies relacionadas, estas plantas não florescem ou liberam suas sementes deliberadamente, então, usualmente, pratica-se a poda do tronco como meio de propagação desta espécie.[10]

Referências

  1. «Geogenanthus poeppigii». International Plant Names Index. 2022. Consultado em 5 de julho de 2022 
  2. «Geogenanthus poeppigii (Miq.) Faden». The Plant List. Royal Botanic Gardens, Kew; Missouri Botanical Garden. 23 de março de 2012. Consultado em 5 de julho de 2022 
  3. Faden, Robert B. (1998). «Flowering plants, Monocotyledons: Alismatanae and Commelinanae (except Gramineae)». In: Kubitzki, Klaus. The Families and Genera of Vascular Plants 4. Berlim: Springer-Verlag. pp. 109–128. ISBN 3-540-64061-4. OCLC 38542653 
  4. a b Evans, Timothy M.; Faden, Robert B.; Simpson, Michael G.; Sytsma, Kenneth J. (outubro de 2000). «Phylogenetic Relationships in the Commelinaceae: I. A. Cladistic Analysis of Morphological Data». Systematic Botany (4). 668 páginas. ISSN 0363-6445. doi:10.2307/2666727. Consultado em 6 de julho de 2022 
  5. Wade, Dylan; Evans, Timothy; Faden, Robert (2006). «Subtribal relationships in tribe Tradescantieae (Commelinaceae) based on molecular and morphological data». Aliso (1): 520–526. ISSN 2327-2929. doi:10.5642/aliso.20062201.40. Consultado em 6 de julho de 2022 
  6. Hardy, Christopher R. (2001). «Systematics of Cochliostema, Geogenanthus, and an undescribed genus in the spiderwort family, Commelinaceae.». Nova Iorque, Estados Unidos: Cornell University, Itaca. PhD Dissertation. OCLC 841785933. Consultado em 5 de julho de 2022 
  7. Burns, Jean H.; Faden, Robert B.; Steppan, Scott J. (1 de junho de 2011). «Phylogenetic Studies in the Commelinaceae Subfamily Commelinoideae Inferred from Nuclear Ribosomal and Chloroplast DNA Sequences». Systematic Botany (2): 268–276. ISSN 0363-6445. doi:10.1600/036364411x569471. Consultado em 6 de julho de 2022 
  8. Stevens, P. F. (2011–2022). «Angiosperm Phylogeny Website». Missouri Botanical Garden. OCLC 1012500931. Consultado em 5 de julho de 2022 
  9. «Geogenanthus poeppigii (Miq.) Faden». Plants of the World Online (em inglês). Royal Botanical Gardens, Kew. 2022. Consultado em 6 de julho de 2022 
  10. «Seersucker Plant». Plant Encyclopedia. 11 de março de 2011. Consultado em 5 de julho de 2022