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George Romanes

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George Romanes
George Romanes
Fotografado por Elliott & Fry
Conhecido(a) por Psicologia comparada
Nascimento 20 de maio de 1848
Kingston, Ontário, Canadá
Morte 23 de maio de 1894 (46 anos)
Oxford, Oxfordshire, Inglaterra
Nacionalidade inglês
britânico
Alma mater Gonville and Caius College, Cambridge
Campo(s) Biologia evolutiva, fisiologia
Assinatura
Assinatura de George Romanes

George John Romanes (Kingston, 20 de maio de 1848Oxford, 23 de maio de 1894) foi um evolucionista and fisiologista canadense descentente de escoceses[1] que forneceu a base ao que ele chamou de psicologia comparada, sugerindo semelhanças entre processos cognitivos e mecanismos biológicos entre humanos e outros animais.

Ele era o colaborador científico mais jovem de Charles Darwin, e sua visão sobre evolução tem importância histórica. Ele é considerado o inventor do termo neodarwinismo, que no final do século 19 era vista como uma teoria de evolução que postulava que a seleção natural era a mais importante força evolutiva.[2] Contudo, Samuel Butler usou este termo com significado semelhante em 1880.[3] A morte prematura de Romanes foi uma grade perda à causa da biologia evolutiva na Grã-Bretanha. Depois de seis anos, o trabalho de Mendel foi redescoberto, e novos paradigmas se abriram ao debate.

George Romanes nasceu em Kingston, Ontário, em 1848. Ele era o mais novo de três meninos em uma família da alta sociedade. Seu pai foi o reverendo George Romanes (1805–1871), um ministro presbiteriano escocês. Dois anos após seu nascimento, seus pais se mudaram ao prédio Cornwall Terrace em Londres, Reino Unido, o que levaria Romanes a uma relação prolífica e duradoura com Charles Darwin. Durante sua juventude, Romanes morou temporariamente na Alemanha e na Itália, se tornando fluente tanto em alemão quanto em italiano. Sua educação foi variada, tendo ocorrido parcialmente em escolas públicas, parcialmente em casa. Desde jovem ele desenvolveu paixão por poesia e por música, se tornando muito bom nestas áreas. Contudo, sua grande paixão era a ciência, o que fez o jovem Romanes a abandonar sua ambição de se tornar um clérigo como seu pai.

Romanes sobre evolução

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Romanes estudou evolução com frequência. Majoritariamente, ele apoiava o Darwinismo e o papel da seleção natural. Contudo, ele viu três problemas com a teoria de evolução de Darwin:[4]

  1. A diferença entre espécies naturais e variedades domesticadas no quesito de fertilidade. Este problema era particularmente importante à Darwin, que usava analogias às mudanças de animais domésticos com frequência.
  2. Estruturas que serviam para distinguir espécies aliadas eram usadas sem significado utilitário. Taxonomistas escolhiam as mudanças mais visíveis e mais estáveis para identificar uma espécie, mas pode haver animais que possuem outras diferenças que, embora não sejam úteis aos taxonomistas, seja importante em termos de sobrevivência.
  3. A imensa influência sobre os recém-descobertos processos de especiação ausentes de cruzamento interespecífico. Este problema deixava Darwin perplexo devido às suas ideias de herança mista. Foi resolvido com a redescoberta da genética mendeliana e o surgimento da síntese evolutiva moderna que mostrava que heranças discretas poderia estar relacionada a variações contínuas.

Romanes também apontou que Darwin não mostrou realmente como ocorria o processo de especiação, apesar do título de seu famoso livro (A Origem das Espécies). A seleção natural poderia influenciar fortemente o processo, porém ainda não era claro como uma espécie nova surgiria. A solução apresentada por Romanes para este problema foi chamada de 'seleção fisiológica'. Sua ideia era que a variação na habilidade reprodutiva, causada principalmente pela prevenção de cruzamento inter-específico, era a força primária que atuava na formação de novas espécies.[5] A visão mais comum na época (e atualmente) é que separação geográfica é a força primária para separação de espécies (Especiação alopátrica), e em segundo lugar era o aumento de esterilidade no cruzamento entre espécies nascentes.

Por influência de Darwin, Romanes propunha tanto a seleção natural quanto a herança de características adquiridas. Esta última era negada por Alfred Russel Wallace, que acreditava apenas na seleção natural,[6] gerando uma disputa entre ambos os cientistas sobre a definição de Darwinismo.[7]

Referências

  1. Wilson, A. N. (2017). Charles Darwin : Victorian mythmaker. [S.l.]: John Murray. p. 332. ISBN 978-1-4447-9488-5 
  2. Gould, Stephen (2002). The Structure of Evolutionary Thought. [S.l.]: Harvard University Press. p. 216. ISBN 978-0-674-00613-3 
  3. Samuel Butler, Ewald Hering (1880). Unconscious Memory: A Comparison Between the Theory of Dr. Ewald Hering, and the "Philosophy of ... (em inglês). [S.l.]: D. Bogue 
  4. Romanes, George J. (1886). «Physiological Selection; an Additional Suggestion on the Origin of Species.». Journal of the Linnean Society of London, Zoology (em inglês). 19 (115): 337–411. ISSN 1096-3642. doi:10.1111/j.1096-3642.1886.tb01869.x 
  5. Emery, Alan. (2002). "The Origin of Species Revisited: a Victorian who Anticipated Modern Developments in Darwin's Theory". J R Soc Med. 2002 Dec; 95(12): 628–629
  6. Bolles, R. C; Beecher, M. D. (1987). Evolution and Learning. Psychology Press. p. 45. ISBN 978-0898595420
  7. Elsdon-Baker, F. (2008). Spirited dispute: the secret split between Wallace and Romanes. Endeavour 32(2): 75–78

Ligações externas

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