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Glossolalia: diferenças entre revisões

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A '''[[glossolalia religiosa]]''' é o nome pelo qual algumas denominações [[pentecostalismo|pentecostais]] e correntes religiosas como a [[Renovação Carismática Católica]] denominam a capacidade de reproduzir o fenômeno conhecido por [[dom de línguas]], descrito no segundo capítulo dos [[Atos dos Apóstolos]].<ref>{{citar web|url=http://www6.ufrgs.br/infotec/teses97-99/oliveira%20junior-pucsp97.htm |título=Sumário de: Línguas de anjos: sobre glossolalia religiosa |autor=OLIVEIRA JUNIOR, Antônio Wellington de |data=1997 |acessodata=março de 2010 }}</ref>, embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, pelos apóstolos, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em [[Jerusalém]] entenderem em seu próprio idioma o que estes diziam: "''porque cada um os ouvia falar na sua própria língua''".<ref>Atos dos Apóstolos, Cap. II, v. 1-13; Bíblia Sagrada, tradução de [[João Ferreira de Almeida]], 1969, ed. revista e corrigida.</ref>
A '''[[glossolalia religiosa]]''' é o nome pelo qual algumas denominações [[pentecostalismo|pentecostais]] e correntes religiosas como a [[Renovação Carismática Católica]] denominam a capacidade de reproduzir o fenômeno conhecido por [[dom de línguas]], descrito no segundo capítulo dos [[Atos dos Apóstolos]].<ref>{{citar web|url=http://www6.ufrgs.br/infotec/teses97-99/oliveira%20junior-pucsp97.htm |título=Sumário de: Línguas de anjos: sobre glossolalia religiosa |autor=OLIVEIRA JUNIOR, Antônio Wellington de |data=1997 |acessodata=março de 2010 }}</ref>, embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, pelos apóstolos, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em [[Jerusalém]] entenderem em seu próprio idioma o que estes diziam: "''porque cada um os ouvia falar na sua própria língua''".<ref>Atos dos Apóstolos, Cap. II, v. 1-13; Bíblia Sagrada, tradução de [[João Ferreira de Almeida]], 1969, ed. revista e corrigida.</ref>


== A ciência não explica as coisas de Deus ==
==Psiquiatria: sintoma ==

Como [[sintoma]] psiquiátrico a glossolalia é uma das manifestações presentes na [[esquizofrenia]] e na [[afasia]] sensorial, quando "''o indivíduo parece estar falando uma outra língua; ele produz sons ininteligíveis, porém mantém os aspectos prosódicos da fala normal''".<ref>{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462005000200017&script=sci_arttext&tlng=es |titulo=Psicopatologia descritiva: existe uma linguagem comum? |autor=Elie Cheniaux |data=Junho, 2005 |publicado=Revista Brasileira de Psiquiatria vol.27 no.2 São Paulo |acessodata=17/6/2010 }}</ref> Ressalta-se ainda que um caso de glossolalia constitui um dos estudos primordiais da ainda incipiente [[psicanálise]], quando em [[1900]] o professor suíço [[Théodore Flournoy]] publicou sua obra: “''Da Índia ao Planeta Marte: estudo sobre um caso de sonambulismo com glossolalia''”.<ref>{{citar web|url= http://www.amebrasil.org.br/html/Tese_JR_martinez.doc |titulo=Metapsicopatologia da Psiquiatria: Uma Reflexão sobre o Dualismo Espistemológico da Psiquiatria Clínica entre a Organogênese e a Psicogênese dos Transtornos Mentais |autor=José Roberto Barcos Martinez |data=2006 |publicado=São Carlos |acessodata=17/6/2010 }}</ref>
Por esse único motivo tenta convercer as pessoas de que falar em uma língua estranha é loucura.

Do mesmo modo os ímpios disseram que os apóstolos eram loucos ou estavam embriagados por falarem em línguas.


==Religião e casos psiquiátricos de glossolalia ==
==Religião e casos psiquiátricos de glossolalia ==

Revisão das 16h13min de 25 de setembro de 2010

 Nota: Se procura outras acepções para o fenômeno, veja Dom de línguas.

Glossolalia (do grego γλώσσα, "glóssa" [língua]; λαλώ, "laló" [falar]) é um fenômeno de psiquiatria e de estudos da linguagem, em geral ligado a situações de fervor religioso, em que o indivíduo crê expressar-se em uma língua por ele desconhecida, em geral inexistente, mas por ele tida como de origem divina; entretanto essas falas são caracterizadas pela repetição da cadeia sonora, sem qualquer significado sistemático e, ainda, com raras unidades linguísticas previsíveis, sendo o falante incapaz de repetir qualquer dos enunciados já pronunciados.[1]

A glossolalia religiosa é o nome pelo qual algumas denominações pentecostais e correntes religiosas como a Renovação Carismática Católica denominam a capacidade de reproduzir o fenômeno conhecido por dom de línguas, descrito no segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos.[2], embora no referido livro o fenômeno seja explicado não como a fala de uma língua estrangeira, pura e simplesmente, pelos apóstolos, mas sim o fato de os estrangeiros presentes em Jerusalém entenderem em seu próprio idioma o que estes diziam: "porque cada um os ouvia falar na sua própria língua".[3]

A ciência não explica as coisas de Deus

Por esse único motivo tenta convercer as pessoas de que falar em uma língua estranha é loucura.

Do mesmo modo os ímpios disseram que os apóstolos eram loucos ou estavam embriagados por falarem em línguas.

Religião e casos psiquiátricos de glossolalia

Diversos estudos psiquiátricos associam, contudo, os fenômenos religiosos modernos com os sintomas ditos glossolálicos. Neste sentido, Hempel e outros, em 2002, encontraram num universo de 148 pacientes de instituição penal, 18 casos de glossolalia, associados a delírios religiosos ou sexuais e a hiperreligiosidade, como sintomas de casos de distúrbio bipolar, comum a todos.[4][5] Mais diretamente ligado ao Brasil, tem-se que os movimentos pentescotais "oferecem um ritual mágico, permeado por cantos, danças que expressam intensas emoções, o que mobiliza a adesão de fiéis, assim como a ênfase em dons, como da profecia e da glossolalia, produzem um encantamento e um fascínio sobre as pessoas" e que os casos verificados modernamente despertam no pesquisador sentimentos que vão da "surpresa, ao incômodo, ao desassossego, agregavam-se a curiosidade e o interesse em conhecer, entender outras referências à religião que causavam estranhamento, principalmente sobre a possessão, o exorcismo, a glossolalia, a profecia e o louvor."[6]

Estudos da linguagem

Com relação aos estudos da linguagem, a pesquisadora Silvana Matias Freire, do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp, em 2007 publicou análise em que aborda a glossolalia sob três aspectos: religioso, patológico e lúdico. A abordagem tem por base a relação entre som e sentido e ainda a relação entre inibição e a falta de sentido no que se diz. Dentre as definições que alude, consta a feita pelo neurologista André Roch-Lecours, segundo o qual a glossolalia compreende os "comportamentos linguísticos de aparências desviantes, caracterizados por um discurso fluente, articulação móvel, segmentável em termos de unidades fonéticas e inteiramente ou quase inteiramente constituído de neologismos."[7]

Referências

  1. Dicionário Aurélio, verbete glossolalia
  2. OLIVEIRA JUNIOR, Antônio Wellington de (1997). «Sumário de: Línguas de anjos: sobre glossolalia religiosa». Consultado em março de 2010  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. Atos dos Apóstolos, Cap. II, v. 1-13; Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida, 1969, ed. revista e corrigida.
  4. André Stroppa; Alexander Moreira-Almeida (2009). «Religiosidade e espiritualidade no transtorno bipolar do humor». Revista de Psiquiatria Clínica, vol.36 no.5 São Paulo. Consultado em 17 de junho de 2010 
  5. Hempel AG, Meloy JR, Stern R, Ozone SJ, Gray BT. Fiery tongues and mystical motivations: glossolalia in a forensic population is associated with mania and sexual/religious delusions. J Forensic Sci. 2002;47(2):305-12.
  6. Luana da Silveira. «Para além de anjos, loucos ou demônios: um estudo sobre modos de subjetivação da loucura» (pdf). Consultado em 17 de junho de 2010  line feed character character in |titulo= at position 40 (ajuda)
  7. Silvana Matias Freire (3 de maio de 2007). «GLossolalias : ficção, semblante, utopia» (pdf). Consultado em 17 de junho de 2010  (requer registro para download - gratuito)

  • ANDRADE, M. M. (2002). Possessão como Loucura - A noção de saúde e doença mental na Igreja Universal do Reino de Deus e sua respectiva proposta terapêutica. Dissertação - (Mestrado em Sociologia) Universidade Federal da Bahia, Salvador/ BA.
  • ANTONIAZZI et al. (1994). Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis: Vozes.
  • REDKO, C. (2004). Vivendo a primeira experiência da psicose através da religião. In: LEIBING, A. Tecnologias do corpo: uma antropologia das medicinas no Brasil. RJ: Nau editora.

Ver também

  • Glossolalia religiosa - interpretação teológica para os fatos de Pentecostes.
  • Xenoglossia - fala de idioma estrangeiro, estranho ao falante.
  • Dom de línguas - haveria entendimento da língua natal de terceiro, entretanto há conceitos distintos sobre o tema.