Gonzalo Duarte García de Cortázar

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Gonzalo Duarte García de Cortázar, SSCC
Bispo da Igreja Católica

Título

Bispo Emérito de Valparaíso
Hierarquia
Papa Francisco
Arcebispo metropolita Celestino Cardeal Aós Braco, OFMCap
Bispo Jorge Patricio Vega Velasco, SVD
Superior geral Alberto Manuel Toutin Cataldo, SSCC
Atividade eclesiástica
Diocese Diocese de Valparaíso
Nomeação 4 de dezembro de 1998
Entrada solene 27 de dezembro de 1998
Predecessor Francisco Javier Errázuriz Ossa, ISch
Sucessor Jorge Patricio Vega Velasco, SVD
Mandato 1998 - 2018
Ordenação e nomeação
Profissão Solene 17 de abril de 1960
Ordenação presbiteral 8 de julho de 1968
Santiago, Chile
por Alejandro Menchaca Lira
Nomeação episcopal 31 de janeiro de 1995
Ordenação episcopal 2 de abril de 1995
Maipú, Chile
por Piero Biggio
Lema episcopal DOMINUS FORTITUDO MEA
Dados pessoais
Nascimento Valparaíso, Chile
27 de setembro de 1942 (81 anos)
Nacionalidade chileno
Residência Viña del Mar, Chile
Habilitação académica Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso
Funções exercidas Bispo Militar do Chile (1995-1999)
Títulos anteriores Bispo Titular de Lamiggiga (1995-1999)
dados em catholic-hierarchy.org
Bispos
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Gonzalo Duarte García de Cortázar SSCC (Valparaíso, 27 de setembro de 1942) é prelado católico chileno, afiliado à Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e emérito da Diocese de Valparaíso. Serviu anteriormente como bispo do Ordinariato Militar do Chile.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Juventude e presbiterado[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Valparaíso, filho de Ignacio Duarte Calderón e María del Carmen García de Cortázar Sagarmínaga. Realizou seus estudos na escola pública Ramón Barros Luco e continuou no Colégio dos Sagrados Corações de Valparaíso, onde ingressou em 1958. Ingressou na Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria em 5 de março de 1959 e fez sua profissão de fé em 17 de abril de 1960.[1]

Foi ordenado presbítero em Santiago, em 8 de julho de 1967, por imposição das mãos de Dom Alejandro Menchaca Lira, bispo emérito de Temuco.

Tornou-se professor de ensino médio em Religião e Moral na Universidade Católica de Valparaíso. Realizou estudos de especialização na Pontifícia Universidade Gregoriana e no Pontifício Ateneu Santo Anselmo em Roma.

Exerceu seu ministério, por vinte e cinco anos, nos colégios dos Sagrados Corações de Santiago, Valparaíso e Viña del Mar, sendo, sucessivamente, reitor nestes dois últimos. Foi decano no Decanato de Viña del Mar. Posteriormente foi vigário episcopal de Valparaíso e de Viña del Mar, e vigário pastoral da Diocese de Valparaíso, durante o governo episcopal de Dom Francisco de Borja Valenzuela Ríos. Também atuou como conselheiro superior da Universidade Católica de Valparaíso, representando o Grão-Chanceler, e por um período como vice-reitor do Pontifício Seminário Maior San Rafael de Lo Vásquez.

Foi vigário para os Institutos Femininos de Vida Consagrada na Diocese de Valparaíso durante o governo episcopal de Dom Jorge Medina. Também serviu como pároco de La Unión (Paróquia São José), da Diocese de Valdivia.

Em 1970, passou a ser capelão auxiliar da Escola de Telecomunicações do Exército do Chile. De 1972 a 1979, serviu como capelão auxiliar do regimento Coraceros em Viña del Mar.[1]

Episcopado[editar | editar código-fonte]

Em 31 de janeiro de 1995, o Papa João Paulo II nomeou-o bispo titular de Lamiggiga e incumbiu-o do Ordinariato Militar do Chile. Foi consagrado em 2 de abril do mesmo ano, no Templo Votivo de Maipú, pelo núncio apostólico Piero Biggio, acompanhado por Dom José Joaquín Matte Varas, emérito do Ordinariato Militar, e Dom Francisco Javier Prado Aránguiz, bispo de Rancagua e também religioso dos Sagrados Corações. Tomou posse da Catedral Castrense no dia seguinte.

Sem prejuízo de seu cargo com o bispo militar, o Papa João Paulo II designou Dom Gonzalo para a Diocese de Valparaíso, em 4 de dezembro de 1998, e tomou posse da mesma a 27 do mesmo mês. Entregou o Ordinariato Militar a Dom Pablo Lizama Riquelme em 27 de novembro de 1999.

Na Comissão Episcopal do Chile, foi eleito membro da Comissão Pastoral (COP) como presidente da Área de Agentes Evangelizadores e da Comissão Nacional de Pastoral Familiar em novembro de 2001 até novembro de 2003, quando foi eleito vice-presidente em sucessão ao seu coirmão Dom Javier Prado, que renunciou por motivos de saúde. Em maio de 2003, foi eleito responsável da Seção de Pastoral Familiar do CELAM para o período de 2003-2007.[1]

Em maio de 2007, liderou a delegação chilena na Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe em Aparecida, Brasil, representando o presidente, ausente por motivo de doença. Por essa mesma razão, participou da Assembleia Geral do CELAM realizada em julho do mesmo ano, em Havana, Cuba. Na plenária da Assembleia Geral da Conferência Episcopal, foi reconduzido para mais um mandato como vice-presidente por mais três anos. Em 2010, foi substituído por Dom Alejandro Goic Karmelic e passou para o Comitê Permanente do órgão, até 2016.[2]

Em setembro de 2011, num encontro ecumênico na Catedral de Valparaíso, fez apelo aos cristãos de seu país para que se oponham contra as leis que permitem o aborto ou, segundo suas palavras, poderão vir a debilitar a família.[3]

Participou das visitas ad limina em 2008 e 2017.

Emeritude: denúncias de abuso sexual[editar | editar código-fonte]

Dom Gonzalo apresentou seu pedido de renúncia ao governo episcopal de sua diocese junto aos demais bispos chilenos em 18 de maio de 2018 depois de três dias de conversas a portas fechadas com o Papa Francisco para discutir sobre as acusações de que a Igreja Católica no Chile agiu para encobrir denúncias de abusos sexuais. No mês seguinte, o Pontífice aceitou os pedidos de três: Dom Cristián Caro Cordero, arcebispo de Puerto Montt; Dom Gonzalo; e Dom Juan de la Cruz Barros Madrid, este acusado de ser cúmplice do Padre Fernando Karadima, condenado pelo Vaticano por diversos casos de abuso em 2011, cuja remoção para a Diocese de Osorno causou a onda de protestos que culminaram nessa crise.[4]

Embora a cúpula da Igrena no Chile tenha garantido que sua renúncia foi aceita por motivo de diade, em conformidade com o Código Canônico, Dom Gonzalo é investigado por denúncias de acobertamento de abusos. Entre 1992 e 2007, cinco ex-seminaristas do Pontifício Maior San Rafael de Lo Vásquez, Sebastián Del Río, Marcelo Soto, Mauricio Pulgar, Marcelo Rodríguez e Gustavo Donoso, foram vítimas de abusos sexuais e de consciência por parte de diversos sacerdotes, assim como de uma rede de acobertamento da Diocese de Valparaíso, inclusive durante o governo de Dom Gonzalo.[5]

Em 5 de agosto de 2020, os ex-seminaristas interpuseram uma demanda na Corte de Apelações contra a diocese. Um mês antes, em 17 de julho, outra denúncia havia sido apresentada à Nunciatura Apostólica em Santiago, entre outros, contra Dom Gonzalo, especificamente, por assédio sexual, abuso de poder e de consciência contra Sebastián Del Rio. Paralelamente, a estas acusações, o prelado passou a ser investigado pela compra de um apartamento de em Viña del Mar o qual passou a utilizar como residência após sua demissão.[6]

Referências

  1. a b c «Reseña - Monseñor Gonzalo Duarte García de Cortázar, sscc» (em espanhol). Portal da Diocese de Valparaíso. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  2. «Un Arzobispo Salesiano, nuevo Presidente de la Conferencia Episcopal de Chile» (em espanhol). boletinsalesiano.cl. 19 de novembro de 2010. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  3. «AMÉRICA/CHILE - O Bispo de Valparaíso: "não devemos aceitar nenhum atentado contra a vida de um nascituro por motivos supostamente terapêuticos"». Fides. 26 de setembro de 2011. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  4. Cernuzio, Salvatore (11 de junho de 2018). «Abusos no Chile, o Papa aceita a renúncia de Barros e de dois outros bispos». padrescasados.org. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  5. «'Nos obrigavam a ficar nus na piscina': os relatos de abusos sexuais cometidos por bispos no Chile». G1. 16 de junho de 2018. Consultado em 21 de dezembro de 2022 
  6. Diéguez, Catalina; Marambio, Sofía (3 de fevereiro de 2021). «Se estrecha el cerco sobre ex obispo Duarte por encubrimiento de abusos sexuales en Valparaíso». ciperchile.cl. Consultado em 21 de dezembro de 2022 


Precedido por
Francisco Javier Errázuriz Ossa, ISch
Bispo de Valparaíso
19982018
Sucedido por
Jorge Patricio Vega Velasco, SVD
Precedido por
Francisco Javier Prado Aránguiz, SSCC
Vice-Presidente da Conferência Episcopal do Chile
20032010
Sucedido por
Alejandro Goic Karmelic
Precedido por
José Joaquín Matte Varas
Ordinário Militar do Chile
19951998
Sucedido por
Pablo Lizama Riquelme
Precedido por
James Edward Charles Burke, OP
Bispo Titular de Lamiggiga
19951998
Sucedido por
John Charles Wester


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